Psicóloga Blenda
Oliveira comenta mais sobre a existência de toxicidade nas relações parentais
após rumores de conflitos de Larissa Manoela com os pais
Nos últimos dias a internet ficou atenta aos
rumores de que a relação da atriz Larissa Manoela com os pais estaria indo de
mal a pior. Isso porque, eles teriam se irritado com a decisão da artista
de se tornar sua própria empresária e cuidar de todas as suas finanças, fazendo
com que eles supostamente vendessem a mansão que a filha tinha em Orlando, Estados
Unidos. Fora da mídia, pais que desrespeitam os filhos é um cenário mais comum
do que parece.
Existem muitas maneiras pelas quais pais podem
machucar filhos. Claro, existem pais que são abusivos, de forma física e
sexual, mas o desenvolvimento de um indivíduo pode ser prejudicado por outras
formas do relacionamento parental. Por exemplo, quando negligenciam e negam o
direito natural dos filhos de assumirem as próprias escolhas. Pais
controladores, que humilham, manipulam e chantageiam dificultam enormemente a
possibilidade de um convívio harmonioso com as diferenças e trajetórias
diferentes daquela planejada pelos pais.
"As crianças, desde pequenininhas, podem
nutrir um sentimento de tentar corresponder às expectativas, desejos dos pais.
As relações entre mães, pais e filhos devem ser cada vez mais pautadas pelo
respeito, liberdade de escolha e direito de cada filho construir sua
trajetória, valores próprios e responsabilidade” explica Blenda Oliveira,
psicóloga especialista em relações familiares.
Para quem precisa lidar com pais tóxicos, vale ter
em mente que se "desvencilhar" da situação pode ser um caminho
possível e necessário objetivando manter uma vida com independência, como o
caso de Larissa Manoela. Cabe aos filhos, também, tomar as rédeas da própria
vida e, se for possível, conversar com os pais, não para modificá-los, mas para
estabelecer os limites.
"É preciso sempre contar com o diálogo, porém
há momentos que nem sempre é possível. Às vezes a relação tão difícil entre
pais e filhos necessita de afastamento e/ou manejo da convivência. Decisões que
impliquem ruptura total precisam ser bem avaliadas e, se necessário for, ter em
mente que tudo foi tentado", diz Blenda.
De acordo com a profissional, é fundamental
estabelecer limites físicos e emocionais quando necessário e entender que você
não precisa mais estar em posição de obedecer a vontade deles ou até mesmo
agradá-los. "O amor próprio e autoconhecimento também são essenciais, para
que você conheça suas limitações emocionais para com eles e as limitações
deles. Pais não são perfeitos e carregam dificuldades", ressalta.
Já para os pais, é preciso compreender que os
filhos não devem ser uma projeção perfeita do que eles sonharam e imaginam.
"É necessário entender que os filhos erram, acertam e suas decisões não
configuram desamor ou abandono dos pais. Podem ser diferentes e continuar
amando. Cuide do que imagina para seus filhos. Eles não vieram ao mundo para
cumprir seus desejos. Eles precisam ser cuidados, amados, orientados, mas acima
de tudo, respeitados em suas vontades e decisões", afirma a psicóloga.
"Estarmos como pais, cuidadores, atentos às
nossas próprias imperfeições, construindo relações em que erros, dúvidas,
obstáculos vividos pelos nossos filhos, sejam recebidos com compreensão,
encorajando-os a refazer seus caminhos e buscar novas tentativas é
essencial", finaliza Blenda.
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