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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Triplicar o acesso ao ensino médio técnico pode gerar aumento de até 2,3% no PIB brasileiro, calcula estudo inédito


  • Estudo do Itaú Educação e Trabalho, elaborado pelos pesquisadores Marcelo Santos, Sergio Firpo, Vitor Fancio e Clarice Martins, revela que investimentos na Educação Profissional e Tecnológica geram maior empregabilidade e rentabilidade para trabalhadores, contribuindo com desenvolvimento socioeconômico do país
  • Pesquisa revela, ainda, que profissionais com ensino técnico ganham, em média, 32% a mais do que aqueles que possuem apenas ensino médio, além de terem taxa de desemprego inferior
  • Dados reforçam, segundo Itaú Educação e Trabalho, o potencial de fortalecer a Educação Profissional e Tecnológica no país, especialmente para as juventudes

 

Se triplicado o acesso ao ensino médio técnico no país, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia registrar aumento de até 2,32%, resultado decorrente da maior empregabilidade e rentabilidade promovida aos trabalhadores a partir da formação profissional. A conclusão é da pesquisa “Potenciais efeitos macroeconômicos com expansão da oferta pública de ensino médio técnico no Brasil”, do Itaú Educação e Trabalho, elaborada pelos pesquisadores Marcelo Santos, Sergio Firpo, Vitor Fancio e Clarice Martins. O estudo teve por objetivo examinar as consequências macroeconômicas da expansão do sistema de Educação Profissional e Tecnológica (EPT), particularmente o ensino técnico dentro do ensino médio, no Brasil.


A pesquisa mostra que esse cenário se dá principalmente pelo impacto positivo da EPT na vida profissional dos trabalhadores. O estudo calcula que profissionais com ensino médio técnico ganham, em média, 32% a mais do que aqueles que possuem apenas ensino médio tradicional. Além disso, mais profissionais com formação técnica estão inseridos no mundo do trabalho. A taxa de desemprego entre os profissionais com ensino técnico é, em média, de 7,2%, enquanto entre os que possuem somente ensino médio é de 10,2%.


Segundo a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue, os dados corroboram o valor e o potencial da Educação Profissional e Tecnológica para a transformação de vidas e, consequentemente, para o país. “O Poder Público, o setor produtivo e a sociedade em geral precisam valorizar e investir na ampla oferta qualificada da EPT, modalidade de ensino que está alinhada com as tendências do mundo do trabalho, oferece oportunidades de inserção digna produtiva para os jovens e contribui com o progresso do país. É urgente colocar a Educação Profissional e Tecnológica no centro da estratégia de desenvolvimento socioeconômico brasileiro”, afirma.


Redução de desigualdades e ampliação de dignidade

O estudo mostra, ainda, que a expansão qualificada do ensino médio técnico pode reduzir em 5,4% a proporção de trabalhadores com ensino fundamental ou ensino médio tradicional, que geralmente estão em postos de trabalho mais operacionais. Além disso, a proporção de trabalhadores com ensino técnico ou ensino superior aumenta em 10,4%.


Ampliar o acesso a EPT tem potencial também para diminuir a desigualdade salarial. Tomando como base o índice Gini, que aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos, triplicar o acesso à EPT pode reduzir o indicador de 0,58 para 0,55. Vale destacar que, pelo índice Gini, o valor de zero representa a situação de igualdade, sendo ideal que se percorra um indicador cada vez menor. Essa redução da desigualdade salarial promovida pela expansão do ensino médio técnico ocorre, principalmente, porque, neste cenário de maior acesso a essa modalidade de ensino, a diferença da média salarial reduz entre os trabalhadores que têm como escolaridade máxima o ensino médio tradicional e aqueles com até o ensino superior.

 

Potencial pouco explorado

Apesar do inegável potencial da Educação Profissional e Tecnológica, o cenário brasileiro ainda é de pouco investimento nessa modalidade de ensino. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a EPT é uma modalidade de ensino com elevada oferta, alcançando, em média, 32% dos concluintes do ensino médio. No entanto, no Brasil, a EPT atende a apenas 8% do total de concluintes do ensino médio no país.


A superintendente do Itaú Educação e Trabalho reforça a importância de reverter este cenário. “O Plano Nacional de Educação previa triplicarmos a oferta do ensino técnico no ensino médio, com qualidade garantida, até 2024. Não alcançamos, ainda, nem metade dessa meta. Esse é um retrato de como precisamos percorrer um caminho mais sólido para a EPT brasileira, a partir de políticas públicas integradas e direcionadas a garantir, especialmente para as juventudes, os responsáveis pelo país de amanhã, opções de formação qualificada e perspectivas de vida digna. Além disso, é fundamental a participação e contribuição ativa de outros setores da sociedade, como aproximação entre empresas e redes de ensino, para garantir formação profissional moderna e qualificada para mais jovens”, destaca Inoue.

 

Itaú Educação e Trabalho (IET)
site do Itaú Educação e Trabalho.
Acompanhe informações sobre Educação Profissional e Tecnológica no Observatório da EPT.


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