Embora seja um
hábito comum, o consumo de suplementos sem orientação médica é mais perigoso do
que muitos supõem. Boa alimentação é alternativa para manter índices de
nutrientes estáveis
Você certamente já se deparou em alguma prateleira
de farmácia com um ou mais produtos oferecendo suplementação vitamínica
completa. Embora tais produtos possam ser adquiridos de forma livre, sem
receita, e sejam recomendados em muitos casos, há quem ignore ou não conheça os
riscos de consumir este tipo de suplementação sem a orientação de um nutrólogo,
nutricionista, ou outro profissional da área da saúde habilitado para isso. Mesmo
que o uso de suplementação vitamínica seja, sim, recomendado em muitos casos, o
consumo em excesso de certos nutrientes pode ser nocivo para o organismo. Tomar
as medidas adequadas para diagnosticar quais as substâncias devem ser repostas
no organismo de cada indivíduo é um cuidado fundamental.
Uma pesquisa recente da Associação Brasileira da
Indústria de Alimentos para Fins Especiais (Abiad), revelou que 59% dos lares
brasileiros possuem algum integrante que faz uso de suplementos. Embora a
prática possa ser vista como positiva na medida em que o uso de complexos
vitamínicos é benéfica para indivíduos com algum tipo de necessidade
nutricional específica, em muitos casos o uso desta suplementação é feito sem a
orientação de um especialista.
A nutróloga credenciada da Paraná Clínicas, empresa
do Grupo SulAmérica, Dra. Bianca Ohde Dalledone (CRM 36.125), explica como o
uso de suplementos vitamínicos sem a orientação de um profissional da área pode
trazer riscos à saúde, como reações alérgicas e toxicidade: “Assim como a
deficiência de micronutrientes (vitaminas e minerais) faz mal, o excesso deles
também pode ser muito prejudicial ao organismo. Tal conduta pode gerar uma
perda do equilíbrio necessário ao seu bom funcionamento, gerando diversos
efeitos colaterais dependendo de qual vitamina e/ou mineral está em quantidade
maior do que a ideal”, explica. Ainda segundo Bianca, de maneira geral, o uso
de suplementações realmente só se faz necessária a partir de um diagnóstico
laboratorial que comprove que indivíduo tem alguma deficiência de
micronutrientes diagnosticada. Ela também pode ser especialmente importante em
fases específicas da vida de pacientes, como no período gestacional, em
recém-nascidos, crianças, e para o tratamento de determinadas doenças crônicas
que demandam maiores quantidades específicas de certos nutrientes.
Entidades do setor farmacêutico registraram um
aumento da procura e do consumo de suplementações vitamínicas desde o início da
pandemia de COVID 19, em 2020. Preocupadas em estarem isoladas e praticando
menos atividades físicas do que o ideal, muitas pessoas apelaram para o uso
destes produtos, um hábito que se mantém até hoje, mesmo que a iniciativa em
muitos casos não tenha sido sugerida por um profissional da área da saúde.
Segundo a ABIAD, o consumo de suplementos cresceu 10% no Brasil nos últimos
cinco anos.
Suplementação ao natural
Embora existam casos de pessoas que se beneficiam
do uso de complexos vitamínicos suplementares, no geral algumas medidas
relativamente simples são mais do que suficientes para manter um indivíduo
saudável dentro de taxas aceitáveis dos principais micronutrientes em seu
organismo. Bianca explica como uma alimentação balanceada é a chave para isso:
“Uma composição alimentar ideal é aquela que consegue reunir todos os grupos
dos macronutrientes, e, consequentemente, obter a maior variedade das vitaminas
e minerais necessários ao organismo: proteínas, sejam de origem animal ou
vegetal, gorduras de boa qualidade, como as oleaginosas, queijos, iogurte e
azeite de oliva, e carboidratos e fibras, como as frutas, verduras, legumes,
grãos e leguminosas” afirma a nutróloga.
Ainda segundo a profissional, é importante que
pessoas que suspeitam de ter algum tipo de déficit vitamínico procurem um
profissional que trabalha diretamente com a área de nutrição e/ou de controle
de doenças crônicas que demandam uma boa alimentação como parte importante do
tratamento, tais como nutrólogos, endócrinos, gastroenterologistas,
ginecologistas e nutricionistas. Ela ainda reforça a necessidade de que pessoas
façam exames de rotina periódicos a fim de diagnosticar e tratar eventuais
problemas: “Todos nós deveríamos fazer um acompanhamento de rotina com esses
profissionais, pois a correção de deficiências nutricionais é uma importante forma
de prevenção de futuras doenças. Esses cuidados são especialmente importantes
para pessoas com comorbidades crônicas, gestantes e crianças”, conclui Bianca.
Paraná Clínicas
www.paranaclinicas.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário