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sexta-feira, 10 de março de 2023

Testosterona e câncer de próstata: qual é a verdadeira relação?

A testosterona é um hormônio sexual masculino produzido pelos testículos que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e manutenção de características sexuais masculinas, como o crescimento 

muscular, a densidade óssea e a regulação da libido.

 

O médico especialista em medicina laboratorial e pós-graduado em nutrologia Dr. Roberto Franco do Amaral explica que o câncer de próstata é um tipo de câncer que se desenvolve na próstata, glândula localizada abaixo da bexiga masculina. É uma doença complexa e multifatorial, ou seja, é influenciada por diversos fatores de risco, incluindo idade, história familiar, estilo de vida e exposição a agentes cancerígenos. Entre os principais motivos que podem desencadear um câncer na próstata estão:

 

  1. Idade: O câncer de próstata é uma doença que se desenvolve principalmente em homens mais velhos, sendo raro em homens com menos de 40 anos.

 

  2. História familiar: Homens com pai ou irmão que tiveram câncer de próstata apresentam um risco aumentado de desenvolver a doença, principalmente se o diagnóstico ocorreu em idade precoce.

 

  3. Genética: Mutação em genes específicos, como BRCA1 e BRCA2, estão associados a um maior risco de câncer de próstata.

 

  4. Obesidade: A obesidade pode estar associada a um risco aumentado de câncer de próstata avançado e agressivo.

 

  5. Dieta: A dieta rica em gorduras saturadas e pobre em frutas, verduras e legumes pode aumentar o risco de câncer de próstata.

 

  6. Sedentarismo: A falta de atividade física pode estar relacionada a um maior risco de câncer de próstata.

 

  7. Exposição a agentes cancerígenos: A exposição ocupacional a agentes cancerígenos, como radiação e alguns produtos químicos, pode aumentar o risco de câncer de próstata.

 

  8. Inflamação crônica: A inflamação crônica da próstata pode aumentar o risco de câncer de próstata. 

É importante ressaltar que muitos homens que desenvolvem câncer de próstata não apresentam nenhum fator de risco conhecido, o que reforça a importância de se realizar exames de rotina para detecção precoce da doença. 

 

O Dr. Roberto Franco do Amaral comenta que, por muito tempo, acreditou-se que a testosterona poderia estimular o crescimento do câncer de próstata. Por essa razão, muitos médicos evitavam prescrever terapia de reposição hormonal com testosterona para homens com histórico de câncer de próstata ou com suspeita da doença.

 

No entanto, estudos mais recentes mostraram que a relação entre testosterona e câncer de próstata é mais complexa do que se pensava. Alguns estudos sugerem que níveis baixos de testosterona podem estar associados a um risco aumentado de câncer de próstata, enquanto outros estudos não encontraram relação entre testosterona e câncer de próstata.

 

De fato, atualmente, não há evidências sólidas de que a testosterona cause câncer de próstata. Em vez disso, a maioria dos especialistas concorda que o câncer de próstata é causado por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e hormonais.

 

No entanto, em homens que já tiveram câncer de próstata, a terapia de reposição hormonal com testosterona deve ser realizada com cautela e acompanhamento médico rigoroso, já que o tratamento pode estimular o crescimento de células cancerígenas residuais ou recorrentes.

 

“Por isso, é importante que os homens que têm histórico de câncer de próstata ou que apresentam sintomas como disfunção erétil, diminuição da libido ou baixa energia busquem o acompanhamento de um médico para avaliar a necessidade de terapia de reposição hormonal com testosterona e discutir os riscos e benefícios do tratamento.” Finaliza Roberto Franco do Amaral. 

 

Roberto Franco do Amaral - Diretor Médico da Clínica Franco do Amaral. Médico clínico geral.  

Graduação em Medicina pela Universidade Severino Sombra.


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