Referências do mercado,
Roberta Vasconcellos e Sofia Esteves, explicam como se dará a consolidação do
modelo de trabalho
O webinar “Tendências para o trabalho flexível em
2023” da Woba — maior ecossistema de soluções de trabalho da
América Latina — reuniu duas mulheres que são expoentes do
debate sobre o futuro do trabalho no Brasil, resultando na previsão das tendências
para o trabalho flexível em 2023. De um lado da tela, Roberta
Vasconcellos, cofundadora e CEO da Woba, Forbes 30 Under 30 e
finalista do Prêmio CLAUDIA 2014. Do outro lado, Sofia
Esteves, LinkedIn Top Voice, presidente do Grupo Cia de
Talentos, pesquisadora de tendências em gestão de carreira e professora da
FGV.
De acordo com as especialistas, as quatro
grandes tendências do momento são: ajustar o modelo de trabalho
flexível à realidade da empresa, criar conexão entre a equipe, estabelecer
regras positivas e usar as novas ferramentas disponíveis para economizar.
Confira mais detalhes abaixo.
Ajustar o trabalho flexível à realidade da empresa
Estamos vivendo um período de consolidação do
trabalho flexível que se popularizou durante a pandemia, e as pessoas estão
buscando essa flexibilidade para ter mais qualidade de vida. “Nas entrevistas
de emprego, a pergunta mais frequente dos candidatos é ‘qual é o modelo de
trabalho?’. O formato oferecido pelo empregador vem influenciando diretamente
no sucesso da contratação e na retenção de colaboradores”, comenta
Roberta.
Sofia acrescenta que em setores nos quais o modelo
presencial é insubstituível, é possível buscar alternativas para que os
colaboradores não se sintam prejudicados com relação aos colegas de trabalho e
até à sociedade de maneira geral. “Uma rede de fast food já está contabilizando o
tempo que os atendentes gastam em trânsito para compensá-los com mais dias de
férias”, exemplifica.
É da natureza da flexibilidade não ser estática,
ela é múltipla e pode se adequar aos diversos tipos de negócio. Quando
encontrada, é benéfica. Para isso é preciso analisar cada caso individualmente,
ao invés de achar que essa é apenas uma onda do mercado de trabalho,
determinando se vai ou não segui-la sem pensar no que é melhor para a empresa.
Criar conexões entre as pessoas
Nosso corpo comunica. A forma de falar, de olhar,
de se portar, cada gesto comunica algo, e não somente em presença. Somos
capazes de decodificar as reações das pessoas no mundo virtual. Sofia alerta
que não se deve deixar que a distância física faça a equipe se afastar, perder o
senso de trabalho em grupo. “É essencial prestar atenção nas pessoas, elas dão
sinais. Alguém que em trabalho remoto mantém a câmera fechada em todas as
reuniões, que faz comentários ásperos, que deixa a desejar em suas entregas,
tudo comunica. É hora de chamar essa pessoa para uma conversa e tentar
solucionar o problema”, aconselha.
Roberta sugere implantar rituais de conexão com a
equipe para manter o diálogo e reforçar os laços entre os colegas. Na Woba,
semanalmente ela realiza um encontro virtual com o time para um bate-papo
descontraído. Anualmente, a Woba também realiza o “retreat ”, uma espécie de
retiro corporativo que reúne todos os colaboradores em uma cidade para, como
conta Roberta, “fazer o que não fazemos no dia a dia quando estamos remotos:
exercitarmos, meditarmos, almoçarmos e jantarmos juntos, dançarmos, estar em
contato com a natureza, fazer atividades de autoconhecimento e dinâmicas em
grupo para integração”. O último “retreat” foi em Florianópolis
(SC) e a CEO compartilhou alguns momentos no
Instagram.
A conexão entre a equipe, é importante ressaltar,
não se dá por presença virtual constante. O excesso de reuniões cansa,
desestimula e tira o tempo que o colaborador poderia estar fazendo seu trabalho
individual. "Tenho visto muitos líderes sobrecarregarem as pessoas com reuniões
das quais elas não precisam participar. Não adianta encher as mãos dos
colaboradores de pratinhos, porque eles vão deixar cair",
alerta Sofia.
Estabelecer regras positivas
Roberta aponta que é importante estabelecer algumas
regras para o trabalho flexível dando seu próprio exemplo: quando se mudou para
o México, inicialmente, ela fazia apenas home office por não conhecer bem o país.
Isso foi afetando seu humor, sua disposição e até atrapalhando suas relações
pessoais. "Sair me faz bem, mas eu estava inerte pelo conforto de casa”,
confessa.
Incentivada pelo irmão, Roberta criou uma regra
para si mesma de alternar casa e coworking e se sentiu bem novamente na rotina
de trabalho, interagindo com novas pessoas. “Às vezes, precisamos de um empurrãozinho para
deixar uma situação confortável que nem sempre é positiva pra gente e
experimentar coisas que nos farão mais felizes. O trabalho flexível não precisa
significar o fim das regras para uma empresa”, argumenta.
Usar as novas soluções para economizar
Diante do “boom” do trabalho flexível, novas
soluções estão surgindo para melhorar a experiência nesse formato e diminuir
despesas. Para Roberta e Sofia, vale conhecê-las e fazer o investimento.
Sofia critica o corte de gastos por meio das
demissões em massa e layoffs que vêm sendo praticados no setor de tecnologia: “As pessoas
deveriam ser o último recurso a ser cortado. Quando o mercado reaquecer, quem
vai entregar seu serviço?”. Ela acredita em outras soluções
econômicas, e uma delas é o uso de coworkings, os escritórios compartilhados.
A Woba, como um ecossistema de soluções de
trabalho, gera de 30% a 50% de economia no gasto com escritório para as
empresas que utilizam seus serviços. Além de oferecer uma rede com mais de 1,6
mil coworkings em 200 cidades brasileiras e fazer também faz escritórios sob
medida (BTS).
“Por meio da plataforma Woba, a empresa tem acesso
a todos os mais de 1,6 mil coworkings e só paga pelo que usar em um boleto
único mensal. Você encontra escritórios perto de casa, da escola do filho, do
restaurante favorito, em todo lugar. No caso dos escritórios BTS, além da
construção personalizada, fazemos toda a gestão do espaço, mantendo o boleto
único. É mais barato e também mais prático”, garante Roberta.
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