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quinta-feira, 2 de março de 2023

Diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais para evitar dor crônica na coluna

Imagem ilustrativa / Divulgação
Caracterizada pela permanência da dor por um período maior de três meses, a dor crônica persiste mesmo após a resolução da causa original


A dor nas costas é um problema que afeta milhares de pessoas em todo o mundo e pode ter várias causas, como hérnia de disco, estenose espinhal, artrose, entre outras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população adulta terá pelo menos uma crise aguda de dor nas costas ao longo da vida e cerca de 90% dessas pessoas terão recorrências. Porém, muitas vezes a dor pode persistir mesmo após o tratamento adequado dessas condições. Neste caso, a dor se torna crônica, um problema em si, e não um sinal de que há algo errado com o corpo. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), em geral, a população brasileira que se queixa ou sofre de dor é de cerca de 30% e não existe uma política de saúde pública que leve em consideração a questão da dor crônica. 

Para o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Antônio Krieger, a dor crônica da coluna é um problema complexo que envolve não só a anatomia, mas também aspectos emocionais e psicológicos.

"A dor crônica é definida como uma dor que dura mais de três meses, mesmo após o tratamento adequado da causa. Isso significa que há uma disfunção no sistema nervoso central que faz com que a dor continue mesmo após a lesão ter sido tratada", explica o médico. 

Além disso, o cirurgião ressalta que a dor crônica da coluna pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e afetar as atividades diárias, como trabalhar, dormir e se exercitar. O problema também pode levar a distúrbios do sono, ansiedade, depressão e outras condições que podem agravar ainda mais o quadro de dor. 

Segundo a psicóloga especialista em dor, Mariana Mansur, a dor crônica pode ser influenciada por fatores emocionais e psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão e até mesmo traumas do passado. 

"Esses fatores podem desencadear uma resposta de dor no sistema nervoso central, o que pode levar a um ciclo vicioso de dor crônica. As técnicas de psicoterapia especializada para a dor, meditação e relaxamento podem ajudar a reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente", acrescenta Mariana.

 

Como prevenir a dor crônica?

A prevenção da dor é possível e pode ser alcançada através de uma combinação de fatores, como manter uma boa postura, fazer exercícios físicos regulares para fortalecer os músculos da coluna, manter um peso saudável e evitar hábitos como o tabagismo, que podem prejudicar a saúde da coluna. Segundo Krieger, não negligenciar os sintomas também é importante para evitar a dor crônica.

“Sentir dor não é normal. Nós somos ensinados e induzidos a suportar e conviver com a dor, mas essa não é a melhor recomendação. Quanto antes buscar o diagnóstico e o tratamento adequado do seu problema, as chances de cura serão maiores e o risco do desenvolvimento de uma dor crônica é menor”, explica o cirurgião.

 

Tratamento

Segundo os especialistas, existem várias opções de tratamento para a dor crônica da coluna, que vão desde medicamentos até terapias não invasivas, como acupuntura, fisioterapia e exercícios físicos, e por isso a abordagem multidisciplinar é importante para o tratamento da dor crônica que pode ser acompanhada de outros fatores emocionais como a ansiedade e a depressão. 

“Por isso é importante que o paciente tenha uma equipe de profissionais que trabalhe em conjunto para tratar não só a dor, mas também as questões emocionais envolvidas”, afirma Krieger. “Um acompanhamento psicológico pode ajudar o paciente a lidar com a dor de maneira mais efetiva, reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida”, complementa a psicóloga.


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