Arquiteta elenca três tendências tecnológicas que irão interferir na construção civil
Morar em um local acolhedor e confortável. Para muitas pessoas este pode ser o conceito básico de um lar, mas isto tem mudado. Diversos estudos apontam que o conceito de morar deve se transformar nos próximos 10 anos. As casas e edifícios terão soluções eco-friendly e os projetos serão, cada vez, mais personalizados e versáteis. Os espaços tendem a diminuir e, por isso, serão híbridos e calculadamente aproveitados, unindo inúmeras funcionalidades em um único ambiente. Outra tendência apontada por especialistas é a de moradias compartilhadas, o coliving.
Para a arquiteta Thaisa Nascimento Corrêa, da Edificart Construtora e Incorporadora, as residências do futuro já estão ao nosso alcance e a popularização desta realidade é questão de tempo. “A casa do futuro será natural, inteligente e eficiente. E ao mesmo tempo em que buscamos tecnologia e inovação, a ideia é também reduzir o impacto ambiental das construções e intervenções humanas”, explica.
O olhar da responsabilidade perante o ambiente em que vivemos é uma das preocupações com as moradias para os próximos anos, conforme descreve a arquiteta. “Desejamos morar em centros urbanos desenvolvidos sem perdermos a qualidade do ar das áreas rurais. Procuramos ampliar nosso conforto em soluções residenciais menores e integradas”, ressalta Thaisa.
A Internet das Coisas (IOT) e as tecnologias de vida inteligente (Smart Living Technologies) são uma realidade em constante evolução e que tem se incorporado em nosso dia a dia. O futuro dos edifícios e das moradias precisam atender às novas necessidades e abarcar a totalidade do aspecto humano, conectando a natureza, a tecnologia e a sustentabilidade. Vejamos abaixo exemplos da convergência destas três características que são tendência para os lares do futuro:
Natureza ainda mais próxima
Teremos ambientes de escape dentro da própria casa. Com o home office em evidência, ter um espaço para relaxar, cuidar das plantas, respirar ar puro e fazer uma pausa será uma necessidade. Nos apartamentos, teremos jardins privados com design únicos, com terraços que transmitem sensações de casas. Esse movimento flui verticalmente por todo o edifício, circundado por vegetação natural que se integra e se torna um elemento de destaque na arquitetura.
O conceito da biofilia será buscado com vigor para as moradias do futuro. O princípio por trás da biofilia é conectar humanos com a natureza para melhorar o bem-estar. E esta é uma das missões dos arquitetos para as casas do futuro, integrar a natureza em seus projetos.
Tecnologia e segurança
Seja para facilitar a vida do morador ou para fortalecer a segurança da comunidade, a tecnologia estará ainda mais integrada aos lares. As inovações tecnológicas para a construção civil apresentam inúmeras soluções, com maior evidência para a internet das coisas. O conceito se dá pela interconexão digital de objetos cotidianos com a internet e passa a ser utilizado para proporcionar melhorias na qualidade de vida, seja para deixar o ambiente iluminado e aquecido para quando o morador voltar para casa ou mesmo para adiantar o café da manhã antes da família acordar.
Sobre a segurança aliada à tecnologia, teremos a normalidade do reconhecimento facial para acessos aos condomínios, ou então gerenciar o recebimento de encomendas, em que o morador é avisado por um aplicativo no celular que seu pedido foi entregue diretamente em sua caixa postal privada, sem a necessidade de estar em casa para o receber ou de ir ao encontro do entregador.
Sustentabilidade e consumo consciente
As soluções sustentáveis na construção civil vão muito além dos materiais utilizados nas obras. O conceito passa pelo antes, durante e depois da execução dos projetos, sejam com ações que reduzam os impactos ambientais, potencializem a viabilidade econômica e proporcionem uma boa qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. A eficiência energética é um dos pontos a ser observado e, juntamente às placas de energia solar, também devem ser consideradas soluções para iluminação e ventilação naturais, o que diminui o impacto ambiental.
O incentivo ao consumo consciente, conforto termoacústico, descarte correto de resíduos, reciclagem com cooperativas locais e até uma horta urbana são formas inteligentes de promover a sustentabilidade na construção civil. Thaisa avalia que a sustentabilidade é algo complexo e a define com grande responsabilidade. “As pessoas passam, por isso é importante construir para que aquele organismo ultrapasse as gerações, para que continue vivo, sem degradar o meio ambiente, sem degradar a cidade, permanecendo sempre vivo, saudável, harmonioso. Por isso, considero que a arquitetura atual precisa vislumbrar o futuro”, destaca.
Por isso, seja em cidades flutuantes, “casa na
árvore”, domos geodésicos, edifícios criados por impressoras 3D ou suspensos
por asteroids, como sugere o projeto Annalema Tower, o futuro do morar será
baseado sobretudo no aspecto humano e na consciência do bem-estar.
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