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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Doença cardíaca causa disfunção cerebral precoce e pode triplicar proteína chave da doença de Alzheimer


As doenças cardíacas podem causar diretamente disfunção cerebral no início, o que pode levar à demência e pode triplicar a quantidade de uma proteína de Alzheimer no cérebro, dizem os cientistas. 

Os pesquisadores descobriram que a combinação de doenças cardíacas e uma predisposição genética para a doença de Alzheimer triplica a quantidade de beta-amilóide, uma proteína que se acumula e desencadeia a doença de Alzheimer e aumenta os níveis de um gene inflamatório (IL1) no cérebro. 

O dr. Osman Shabir, principal autor do estudo dos Institutos de Neurociência e Vida Saudável da Universidade de Sheffield, diz que "a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência em todo o mundo e a doença cardíaca é um importante fator de risco para Alzheimer e demência; as descobertas são fundamentais para aprofundar nossa compreensão das ligações entre doenças cardíacas e demência". 

Ainda segundo Shabir, foi descoberto que a doença cardíaca na meia-idade causa a quebra do acoplamento neurovascular, um mecanismo importante em nossos cérebros que controla a quantidade de sangue fornecida aos nossos neurônios. Ele explica que essa quebra significa que o cérebro não recebe oxigênio suficiente quando necessário e a tempo. Isso pode levar à demência. 

Desde então, a equipe recebeu uma bolsa de três anos da British Heart Foundation para analisar o uso de um medicamento para artrite, que tem como alvo a IL1 para ver se poderia reverter ou reduzir a disfunção cerebral causada por doenças cardíacas. 

A equipe também descobriu que as lesões cerebrais também podem piorar a regulação do fluxo sanguíneo cerebral, apoiando as observações de que os sintomas dos pacientes geralmente pioram após lesões ou quedas. 

 

Rubens de Fraga Júnior - professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

 

Fonte: Osman Shabir et al, Assessment of neurovascular coupling and cortical spreading depression in mixed mouse models of atherosclerosis and Alzheimer's disease, eLife (2022). DOI: 10.7554/eLife.68242

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