Detecção precoce da doença evita avanço dos sintomas e aumenta as chances de recuperação
No
próximo sábado (05) é comemorado o Dia Nacional da Mamografia. Segundo tipo
mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres,
respondendo por aproximadamente 23% dos casos novos a cada ano. Dados do Inca (
Instituto Nacional de Câncer) apontam que a sobrevida para pacientes
diagnosticadas é de cinco anos nos países desenvolvidos, cerca de 85% das
mulheres, enquanto nos subdesenvolvidos permanece entre 50-60%.
Segundo
o mastologista e professor do curso de medicina na FEMPAR (Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná), Jan Pawel
Andrade, as diferenças de sobrevida podem ser explicadas pelos estágios
mais avançados ao diagnóstico nos países desenvolvidos e também por outros
fatores, como a falta de acesso aos serviços de saúde, o atraso na investigação
de lesões mamárias suspeitas e na realização do tratamento.
“ A
mamografia entra como uma arma que pode auxiliar na detecção precoce da doença,
quando realizada em mulheres assintomáticas, numa faixa etária em que haja um
balanço favorável entre benefícios e riscos dessa prática, reduzindo a
mortalidade pela doença, diminuindo os traumas físicos, aumentando a sobrevida
e arrefecendo os traumas familiares”, explica.
No
Brasil, órgãos de saúde como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade.
Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, programa de
rastreamento populacional do Inca, que sugere o rastreamento bianual, a partir
dos 50 anos.
Atualmente
não é recomendado o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres
para rastreamento do câncer de mama. Estudos sobre o tema demonstraram baixa
efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, segundo
Pawel, o autoconhecimento das mulheres sobre seus corpos continua sendo
importante para detecção precoce da doença. “ A mulher deve ser estimulada a
conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de
câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em
situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas”, afirma.
Como
parte das orientações de preparo para a mamografia, o mastologista cita que,
antes da realização do exame, recomenda-se que a mulher lave bem as axilas e
não utilize produtos como desodorante e talco na região para não interferir na
captura da imagem. Além disso, se possível, programar o agendamento fora do
período menstrual, pois o exame pode ser incômodo devido a compressão das
mamas.
Mulheres
com prótese de silicone, gestantes e lactantes (as duas últimas, em caso de
lesões suspeitas) devem realizar a mamografia com recomendação de seu médico.
Já mulheres com parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos,
devem iniciar o rastreio 10 anos antes do recomendado. O mastologista explica:
“ A
superação das barreiras para redução da mortalidade por câncer de mama no
Brasil envolve também o controle de fatores de risco conhecidos e, sobretudo, a
estruturação da rede assistencial para rápida e oportuna investigação
diagnóstica e acesso ao tratamento de qualidade. Neste sentido, deve-se lembrar
da importância da consulta médica regular, onde a anamnese irá buscar fatores
de risco individuais de cada paciente”.
Faculdade Presbiteriana Mackenzie
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