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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Dia Nacional da Mamografia reforça importância do exame para mulheres

 Detecção precoce da doença evita avanço dos sintomas e aumenta as chances de recuperação

 

No próximo sábado (05) é comemorado o Dia Nacional da Mamografia. Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por aproximadamente 23% dos casos novos a cada ano. Dados do Inca ( Instituto Nacional de Câncer) apontam que a sobrevida para pacientes diagnosticadas é de cinco anos nos países desenvolvidos, cerca de 85% das mulheres, enquanto nos subdesenvolvidos permanece entre 50-60%. 

Segundo o mastologista e professor do curso de medicina na FEMPAR (Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná), Jan Pawel Andrade, as diferenças de sobrevida podem ser explicadas pelos estágios mais avançados ao diagnóstico nos países desenvolvidos e também por outros fatores, como a falta de acesso aos serviços de saúde, o atraso na investigação de lesões mamárias suspeitas e na realização do tratamento.  

“ A mamografia entra como uma arma que pode auxiliar na detecção precoce da doença, quando realizada em mulheres assintomáticas, numa faixa etária em que haja um balanço favorável entre benefícios e riscos dessa prática, reduzindo a mortalidade pela doença, diminuindo os traumas físicos, aumentando a sobrevida e arrefecendo os traumas familiares”, explica.  

No Brasil, órgãos de saúde como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade. Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, programa de rastreamento populacional do Inca, que sugere o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos.  

Atualmente não é recomendado o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, segundo Pawel, o autoconhecimento das mulheres sobre seus corpos continua sendo importante para detecção precoce da doença. “ A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas”, afirma.  

Como parte das orientações de preparo para a mamografia, o mastologista cita que, antes da realização do exame, recomenda-se que a mulher lave bem as axilas e não utilize produtos como desodorante e talco na região para não interferir na captura da imagem. Além disso, se possível, programar o agendamento fora do período menstrual, pois o exame pode ser incômodo devido a compressão das mamas.  

Mulheres com prótese de silicone, gestantes e lactantes (as duas últimas, em caso de lesões suspeitas) devem realizar a mamografia com recomendação de seu médico. Já mulheres com parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos, devem iniciar o rastreio 10 anos antes do recomendado. O mastologista explica:  

“ A superação das barreiras para redução da mortalidade por câncer de mama no Brasil envolve também o controle de fatores de risco conhecidos e, sobretudo, a estruturação da rede assistencial para rápida e oportuna investigação diagnóstica e acesso ao tratamento de qualidade. Neste sentido, deve-se lembrar da importância da consulta médica regular, onde a anamnese irá buscar fatores de risco individuais de cada paciente”.



 
Faculdade Presbiteriana Mackenzie


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