Conheça os principais sintomas do câncer em crianças e adolescentes
Raros,
assintomáticos e perigosos são características dos quatro tipos de cânceres intraoculares
mais frequentes em adultos e crianças. Nesta semana, o Brasil se solidarizou o
caso de uma bebê de 1 anos e 3 meses, filha do apresentador Tiago Leifert e
Diana Garbin, diagnosticada com retinoblastoma, um tipo de tumor raro nos
olhos. Mas você sabe quais são os cânceres mais comuns na infância? A
oncologista pediátrica Dra, Carmem Fiori, membro da Comissão Médica do
Instituto Ronald McDonald, listou os cânceres mais comuns e destaca a
importância do diagnóstico precoce para o aumento das chances de cura da
doença.
“A cura do câncer infantojuvenil tem aumentado
nos últimos 30 anos, e um dos fatores é o diagnóstico precoce. Vemos que o
diagnóstico tem muito impacto no tratamento, basta pensar se a criança chega
com uma fase avançada da doença ou inicial. Por isso o diagnóstico precoce é
fundamental para o aumento das chances de cura”, alerta a Dra. Carmem Fiori,
oncologista pediátrica e membro da Comissão Científica do Instituto Ronald
McDonald.
Atualmente, no
Brasil, segundo pesquisa do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, a chance
média de cura de crianças e jovens com câncer é de 64%. Mas as chances de
sobrevida variam de acordo com cada região. Os índices mais elevados, por
exemplo, estão no sul e sudeste, com 75% e 70% respectivamente. Já no
centro-oeste, nordeste e norte, as taxas são de 65%, 60% e 50%. Ainda segundo
dados do Inca, o câncer é a doença que mais mata na faixa etária de 1 a 19 anos
no país.
O impacto no cenário da oncologia pediátrica
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que anualmente surjam cerca de 403
mil novos casos de câncer em crianças e adolescentes, e que a cada três minutos
uma criança morre vitimada pela doença.
“No
Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do
câncer infantojuvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento
em fase avançada da doença. Por isso, atuamos fortemente para levar
conhecimentos sobre os sinais e sintomas da doença nos quatro cantos do país”,
reforça Francisco Neves, Superintendente Institucional do Instituto Ronald
McDonald, instituição sem fins lucrativos presente há mais de 22 anos no
Brasil.
A
organização, eleita pelo 5º ano consecutivo como uma das 100 Melhores ONGs do
Brasil (Instituto Doar), investe em programas e projetos para promover a saúde
e qualidade de vida de crianças e jovens e aumentar as chances de cura do
câncer infantojuvenil, como o Programa Diagnóstico Precoce, de forma a ampliar
a identificação precoce da doença em todo o país.
Diagnóstico precoce salva vidas
O
Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil
busca promover a identificação precoce da doença por meio de capacitações de
profissionais, além de estudantes de medicina e enfermagem, disseminando
conhecimento sobre os sinais e sintomas da doença. Em 14 anos de programa, mais
de 27 mil profissionais de saúde e estudantes já foram capacitados, impactando
mais de 10 milhões de crianças e adolescentes. Desde 2020, o Programa também
conta com uma metodologia em um formato totalmente digital.
“Além
de propiciar saúde e qualidade de vida para crianças e jovens, trabalhamos
diariamente com foco em aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil
aos mesmos patamares dos países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
que podem chegar a 80% de chances de cura”, explica Francisco Neves. Para saber
mais sobre o Programa Diagnóstico Precoce do Instituto, clique
aqui!
Alguns sintomas de alerta:
A
doença que mais atinge a criança é a leucemia (25%), o câncer do sangue
-- então o alerta principal deve ser a palidez da criança. Muitas vezes a
palidez vem acompanhada da fraqueza (sem energia para brincar, dores nas
pernas, manchas roxas, entre outras). Além disso, a febre deve ser sempre um
sintoma de alerta, sendo ela aquela que continue durante 3 ou 4 dias. O
hemograma, exame presente em qualquer posto de saúde, deve ser sempre lembrado
e pedido. O diagnóstico precoce nas leucemias vem através das alterações das
crianças e do hemograma. O mais importante é tentar descobrir com essas
pequenas alterações.
A
segunda doença mais frequente é o tumor da cabeça, do sistema nervoso
central (13%). Ele pode existir em qualquer faixa etária. A médica chama
atenção para o acompanhamento do perímetro cefálico -- a medida da cabeça, o
peso, entre outros -- para crianças pequenas. Crianças maiores devem sempre
olhar as dores de cabeça, com atenção para as que pioram a noite. Outro ponto é
que esses tumores acabam afetando o olhar da criança, como ficando vesgas,
viradas de olhar - muitas vezes o diagnóstico vem como torcicolo.
Outro
tumor são os linfomas -- as ínguas (13%) -- muito
comum na criança. A íngua é considerada anormal quando continua crescendo acima
de 2,5 cm, considerado um caroço. Essas ínguas se espalham muito rápido -
metástase-, então o tumor, quanto mais cedo localizado, melhor.
Tumor ósseo (6%) --
mais frequente no adolescente (grupo infantojuvenil) -- o tumor pode surgir em
qualquer osso, mas os mais frequentes são os do braço, perna e coxa - ossos
longos. O início é uma dor leve, muito sutil, mas que começa a preocupar o
adolescente. Dor localizada em qualquer parte do osso deve ser motivo de
atenção -- a forma de detectar é o raio-x.
Existem
tumores mais raros (renal, germinativo, retinoblastoma
- caso filha do Tiago) -- cada um tem suas características para identificar.
Aumento de bolinhas, por exemplo, precisam ser levados a sério e ao médico --
ecografia ajuda nesses casos.
Tumor renal --
aparecimento de caroço na barriga, xixi vermelho com sangue.
Neuroblastoma -- tumor é
muito caracterizado por mancha roxa ao redor do olho.
De
uma maneira geral, são essas as características simples dos principais tumores
das crianças e adolescentes. Mas atenção, os sinais
descritos não significam que a criança ou o adolescente tem câncer, mas que
precisa ser consultado por um oncologista pediatra para análise e
monitoramento.
Instituto
Ronald McDonald
https://institutoronald.org.br/
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