A ciência já sabe que os hábitos adquiridos ao longo da vida são determinantes para o processo de envelhecimento, entre os principais, a dupla infalível: atividade física + alimentação balanceada. Outros fatores como ausência de tabagismo e o não consumo de álcool também são, comprovadamente, fatores de longevidade.
Para o nosso cérebro, no
entanto, todas essas variantes podem não ser o suficiente, sobretudo quando
consideramos nossa reserva cognitiva.
O que é reserva cognitiva?
Podemos pensar nossa
reserva cognitiva como uma espécie de poupança. Sim. Para criar conexões e se
fortalecer, o cérebro precisa de estímulos que envolvam novidade, variedade e
grau de desafio crescente.
Isso significa dizer que,
embora nosso cérebro se modifique de acordo com o ambiente em que vivemos, não
são todos os estímulos que proporcionam a ele o desenvolvimento adequado para o
seu fortalecimento e criação de reserva cognitiva.
“Um exemplo é o nosso
hábito diário de receber todos os estímulos que os algoritmos nos dão através
das redes sociais. A maioria deles não nos faz pensar. Apenas absorvermos e
pulamos para o próximo conteúdo sem questionar muito o que acabamos de
absorver. Esse tipo de estímulo não coloca o cérebro em rota de desenvolvimento
porque não o desafia”, alertou a neurocientista do Supera – Ginástica para o
cérebro, Livia Ciacci que completou "O mesmo exemplo pode ser usado para
uma pessoa que, ao absorver um conteúdo na rede social, questiona, procura
saber quem produziu, confronta com outras informações a respeito, escreve um
texto dando sua opinião sobre isso. Veja quantos estímulos cerebrais este
segundo exemplo deu ao seu cérebro a partir de uma informação que recebeu. Tudo
isso ajuda na construção de reserva cognitiva e, consecutivamente, de um
cérebro mais fortalecido”, detalhou.
Poupando o cérebro... será mesmo?
Quando falamos de cérebro,
o que muda do conceito de poupança, como conhecemos hoje relacionado
principalmente ao dinheiro, é que, diferentemente do dinheiro, no caso do
cérebro, quanto mais usamos o órgão da forma correta, mais teremos para
usufruir dele quando envelhecermos. Essa lógica vale para todas as fases da
vida.
“Quanto mais exigimos do
nosso cérebro ao longo da vida, melhor ele responderá a qualquer situação. Não
se trata exatamente de poupar ou evitar o esforço. Quando o assunto é o
cérebro, é justamente o contrário. Não podemos ver os estímulos ao cérebro como
algo ruim. O primeiro passo é admitir suas limitações e se colocar em rota de
desenvolvimento de forma que isso se adapte a nossa rotina”, explicou.
Ganhos para os idosos
Estímulos que envolvem novidade, variedade e
grau de desafio crescente – próprios da ginástica cerebral, podem ser aplicados
em todas as idades e tem ganho especial entre o público 60+. “Os idosos
obtém ganhos em sua reserva cognitiva, aumentando as conexões cerebrais e
criando uma capacidade maior de responder aos declínios cognitivos que são
próprios do envelhecimento, por este motivo, mesmo para aquelas pessoas que não
estimularam seu cérebro devidamente ao longo da vida, a ginástica cerebral é
uma excelente alternativa para alcançar um cérebro mais ativo e,
consequentemente, uma poupança cerebral”, concluiu Livia Ciacci, neurocientista
do Supera - Ginástica para o cérebro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário