Queixas de dores
em membros são comuns em crianças a partir dos três anos de idade; segundo a
Sociedade Brasileira de Pediatria, condição afeta cerca de 10% a 20% dos
pequenos
Durante o dia, a criança corre, pula e joga bola
sem nenhuma dificuldade – e inclusive reclama quando é hora de parar a
brincadeira. De noite, porém, surge uma dor intensa e inexplicável, a ponto de
levar a criança ao choro e na manhã seguinte a criança está totalmente
assintomática e não apresenta nenhuma limitação física. “Relatos como este
podem sugerir Dor de Crescimento, que além do aparecimento noturno
, normalmente é bilateral e sua localização preferencialmente nas
coxas, canelas, panturrilhas ou atrás dos joelhos”, afirma a Dra. Felícia
Szeles, pediatra.
Trata-se de uma condição benigna, de evolução
crônica e de curso autolimitado, acometendo de 10% a 20% das crianças . O
início das crises geralmente ocorre entre 3-6 anos , podendo afetar meninos e
meninas igualmente e é possível detectar história familiar positiva. Embora
não tenha relação com nenhuma fase do crescimento físico, o termo “dor do
crescimento” foi consagrado pelo seu uso frequente e, apesar de muito comum e
ser benigna, é um diagnóstico de exclusão e sempre deve ser diferenciada de
outras causas de dor presentes em doenças mais sérias.
Segundo a especialista, não há explicação
totalmente comprovada sobre as causas dessa dor. “Algumas teorias falam sobre a
hipermobilidade articular e fadiga muscular que ocorrem em dias de muita
atividade física realizada pelas crianças, que provocariam a dor noturna”,
explica. Ela lembra que, quando a dor não é sempre no mesmo local e não vem
acompanhada de febre, emagrecimento, manchas nas pernas, inchaços ou
limitação do caminhar, os pais podem ficar tranquilos. “Mas uma consulta com o
pediatra é fundamental para afastar outras suspeitas”, alerta Dra. Felícia.
A médica reforça que sempre deve-se descartar
problemas de caráter emocional , . "A criança triste sente dor de fato.
Motivos são vários como a entrada ou mudança de escola ou até mesmo a chegada
de um irmãozinho”, esclarece ela.
Por isso, para amenizar as dores, a pediatra
recomenda um tratamento de acolhimento por parte dos pais. “É interessante dar
atenção às reclamações e ficar ao lado da criança. Para aliviar o incômodo, os
pais podem fazer uma massagem na região. Se for muito forte, os pais podem dar
um analgésico simples ou usar uma bolsa de água quente no local”, diz a médica.
Outra dica é fazer alongamentos regularmente, o que pode ajudar na prevenção.
A Dra. ainda ressalta que as dores não causam
nenhum tipo de deformidade nem restrição de movimentos. “Do mesmo jeito que ela
vem, ela vai, mas o mais importante é sempre consultar o pediatra para que ele
descarte condições mais graves”, finaliza a especialista.
Dra. Felícia Szeles - Formada pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC - Campinas), é especialista em Pediatria e Alergia e Imunologia
pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Pediatra nas áreas de Puericultura, Infância e Adolescência, também realiza
acompanhamento pediátrico pré-natal em gestante. Como Alergista, atua com foco
no atendimento infantil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário