O Dia Nacional de Combate à Cefaleia é
comemorado em 19 de maio, sendo uma iniciativa da Sociedade Brasileira de
Cefaleia (SBCE). A data tem o intuito de chamar a atenção da população para
os diferentes tipos de dores de cabeça. Estima-se que a enxaqueca afeta 15% da
população mundial em algum momento da vida e outros 2% sofrem com enxaqueca
crônica, uma doença incapacitante, que pode interferir na qualidade de vida do
indivíduo. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas sofrem com essa
enfermidade.
"A cannabis tem efeito anti-inflamatório,
neuroprotetor e relaxante porque existem receptores endocanabinoides em todos
os locais do corpo", diz a médica Maria Teresa Jacob, especialista em dor
crônica e em cannabis medicinal, membro das Sociedades Internacional e Brasileira
para o Estudo da Dor e da International Association for Cannabinoid Medicines
(IACM).
"O tratamento é seguro e eficaz quando o
medicamento é produzido de acordo com as regras rígidas da Anvisa",
completa a médica. Para adquirir esses remédios, é preciso ter prescrição
médica, entrar no site da Anvisa no setor de importação de produtos à base de
canabidiol (há 140 autorizados) e pedir aprovação, emitida no intervalo de 7 a
10 dias. Depois, efetuar a compra pelo site do fabricante.
Além disso, um total de 60 milhões de pessoas no
Brasil relatam sentir dor crônica, de acordo com estudo feito pela SBED
(Sociedade Brasileira do Estudo da Dor), incluindo a enxaqueca. Um outro estudo
feito pela The Health Effects of Cannabis and Cannabinoides, nos Estados
Unidos, mostrou que o alívio da dor crônica é a condição mais comum citada
pelos pacientes para o uso da cannabis dessa lista de doenças que causam dores
crônicas
O uso de plantas para o tratamento de doenças é
milenar. Os primeiros registros de uso da cannabis de forma medicinal são
datados antes de Cristo, mas o fato de ainda ser ilícita dificulta os avanços e
estudos científicos da planta. No Brasil, a cannabis medicinal já era liberada
em alguns casos, porém, somente em 2019 a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - Anvisa regulamentou a fabricação de produtos à base da planta.
Alguns números sobre a cannabis, fonte: Prohibition Partners
• 40 países autorizam a Cannabis medicinal
• US﹩ 62,7 bilhões é o tamanho do mercado medicinal
• 4 milhões de brasileiros podem se
beneficiar dos remédios com canabinoides
• Apenas 0,2% dos médicos brasileiros
prescrevem Cannabis
• Desinformação e preconceito - os
principais entraves ao desenvolvimento do setor canábico
Perguntas
- Como a cannabis ajuda para o tratamento das
dores de cabeça crônicas?
- São vários tipos de tratamento?
- E essa melhora da dor crônica com o uso
contínuo de medicamentos com cannabis é mesmo significativa? Em quanto tempo?
- Como é dado o diagnóstico para a prescrição dos
medicamentos?
- Qualquer pessoa pode usar esses medicamentos à
base de cannabis?
- Existem testes mais específicos para liberar o
uso?
- Por que se gera tanta polêmica acerca desse
tema se os medicamentos são importados e a importação autorizada pela ANVISA?
Fonte - Dra. Maria Teresa Jacob - Atua no tratamento de Dor Crônica desde 1992 e há alguns anos em
Medicina Canabinóide para diversas patologias em sua clínica localizada em
Campinas. Dra. Maria Teresa Jacob é formada pela Faculdade de Medicina de
Jundiaí, turma de 1982, com residência médica em Anestesiologia no Instituto
Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Pós-graduanda em Endocanabinologia,
Cannabis e Cannabinoides pela Universidade de Rosário, Argentina. Possui Título
de Especialista em Anestesiologia, Acupuntura e Dor. Além de especialização em
Dor, na Clinique de la Toussaint em Strassbourgo, na França, em 1992;
especialização em Cannabis Medicinal e Saúde, na Universidade do Colorado e Cannabis
Medicinal, no Uruguai. Membro da Sociedade Internacional para Estudo da Dor
(IASP), da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), da Sociedade
Internacional de Dor Musculoesquelética (IMS), da Sociedade Européia de Dor
(EFIC), da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da International Association
for Canabinoid Medicines (IACM).
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