Doença atinge cerca de 30% da população
adulta e é mais prevalente em pessoas acima dos 65 anos
Pessoas com doenças cardiovasculares ou fatores de risco como hipertensão e obesidade estão mais propensas a desenvolver casos graves de Covid-19. Por ocasião do Dia Mundial de Hipertensão Arterial (17 de maio), o dr. George Fernandes Maia, cardiologista do Seconci-SP, alerta sobre os cuidados extras a serem tomados pelas pessoas acometidas por essa doença, que atinge cerca de 30% da população adulta. Deste total, segundo o Ministério da Saúde, 60,9% têm mais de 65 anos.
“O novo coronavírus provoca a `tempestade inflamatória´, reação inflamatória sistêmica no organismo, podendo danificar o coração e até levá-lo à falência. Artérias e veias também são agredidas, comprometendo a chegada do sangue a outros órgãos, como rins, cérebro, fígado, e ao sistema musculoesquelético”, explica o médico.
O risco é maior com o descontrole da pressão
arterial e para pessoas acima de 60 anos. “Além de todas as medidas preventivas
à Covid-19, é fundamental que o hipertenso não suspenda a medicação e mantenha
hábitos saudáveis”.
Causas e tratamento
A hipertensão arterial é uma doença crônica, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Pode ser causada por fatores hereditários, obesidade, sedentarismo, tabagismo, bebidas alcoólicas e alimentos com alta concentração de sódio (sal). A linha que define a hipertensão arterial considera valores de pressão sistólica igual ou maior a 140 mmhg e/ou pressão diastólica igual ou maior a 90 mmhg, o chamado 14 por 9.
Trata-se de doença silenciosa que em muitos casos não apresenta sintomas. Os principais sinais durante uma crise são dor na nuca e no peito, falta de ar, tontura, enjoo e cansaço ao realizar esforço físico. “Os exames periódicos exigidos das empresas são uma boa oportunidade para detectar este e outros problemas de saúde e iniciar o tratamento e controle.”
O diagnóstico requer avaliação clínica, com a
aferição da pressão em pelo menos três ocasiões, acompanhada de exames
complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico,
raio-x de tórax, mapa da pressão 24 horas e Holter. Este último visa detectar,
registrar, quantificar e calcular a variação do ritmo cardíaco, identificando
possíveis distúrbios durante as atividades diárias do paciente.
Confirmado o diagnóstico, é primordial uma mudança de hábitos alimentares e comportamentais. O tratamento varia de acordo com cada pessoa. “Na maioria das vezes é necessária a adoção de medicamento de uso contínuo, mas há situações em que a adoção de hábitos saudáveis é suficiente para o controle da doença. As visitas ao médico costumam ser semestrais e, mesmo não tendo sintomas, é preciso seguir as orientações, não se automedicar e muito menos suspender a medicação por conta própria.”
Dicas para diminuir os riscos da hipertensão:
• evitar o consumo de carboidratos, gordura e
sódio em excesso, e manter hábitos saudáveis de alimentação;
• ingerir dois litros de água por dia;
• não fumar;
• evitar o consumo de álcool em excesso;
• praticar atividades físicas;
• monitorar e tratar outras doenças que possam causar a hipertensão, como diabetes, doenças renais, vasculares e da tireoide, se existirem.
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