Depois de séculos lutando contra à arcaica ídeia de
impotencia feminina, que gerava uma triste concepção e estabelecia o homem como
único provedor familiar, base econômica, social e até mesmo cultural; a mulher
alcançou seus direitos, se estabelecendo como a verdadeira base familiar e
alcançando seu espaço e destaque no mercado de trabalho e na sociedade, mas
essa luta não terminou.Foto: Christina @ wocintechchat.com
A famosa frase “Não vamos colocar meta. Vamos
deixar a meta aberta, mas quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta” de
Dilma Rousseff pode metaforicamente ilustrar bem o caminho que a trabalhadora
brasileira enfrentou ao longo dos tempos, antes sem perspectiva se via na
sombra masculina, até que com a instalação da República no país em 1889
conseguiu em fim se colocar aos poucos fora dessa sombra e saindo de vez em
1932, quando enfim alcançou o direito do voto, mas tais conquistas também
diminuiram as expectativas, até que hoje após superar qualquer adversidade se
vê obrigada diariamente a “dobrar a meta”, o objetivo agora é uma correção
histórica, alcançar igualdade no mercado de trabalho, homem e mulher dividindo
o mesmo degrau e aproveitando dos mesmos benefícios.
Após tudo isso, porém sem se afundar muito em um
contexto que remete a época de ditadura militar que traumatizou, prendeu,
torturou e até exiladou, elas seguem em uma guerra diferente. O atual cénario
do mercado de trabalho pode iludir, parecer fantasioso e igualitário, mas a
realidade é diferente, e a existencia de diversas fontes de dados, como o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), escâncara ainda mais a
desigualdade histórica entre homens e mulheres. Inicialmente é importante
destacar que já encontrando uma diferença gritante em relação ao tempo de
trabalho semanal, em média as mulheres trabalham três horas a mais que os
homens quando consideramos diferentes atividades remuneradas, ou não, como
atividades domésticas, cuidados pessoais e complemento de renda, fato que
também indica uma necessidade financeira de buscar mais de uma opção de renda,
que para muitas não é complemento, mas sim necessidade. Seguindo a mesma linha
de pensamento, e colocando um adendo, mesmo com um nível educacional mais alto,
colecionando qualificações e especialidades, a profissional mulher segue sendo
menos remunerada que o homem, recebendo cerca de 76% do valor repassado ao
homem.
Infelizmente o único dado que coloca as mulheres a
frente é na taxa de desemprego, o mercado de trabalho segue colocando obstáculos
culturais, segmentando setores pelo sexo, enquando existe uma predominante
domínio feminino em setores domésticos e estéticos, o mesmo acaba acontecendo
no setor de mineração onde é massiva a presença masculino.
Obstáculos assim criam um filtro de gênero, que não
fica restrito à ser uma questão de direitos, estudos provam que econômicamente
essa barreira cultural acaba afetando o crescimento dos países, travando a
geração de empregos e estagnando setores.
Dados: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); Organização Internacional do Trabalho (OIT)
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