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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Outubro Rosa: exames periódicos a partir dos 40 anos aumentam as chances de diagnóstico precoce do câncer de mama

Fatores de risco como idade avançada, casos na família, obesidade, sedentarismo, menstruação precoce e menopausa tardia estão ligados à doença

 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) , o Brasil deve registrar este ano 66 mil novos casos de câncer de mama, que é o tipo de neoplasia que mais acomete e leva mulheres a óbito. Uma das principais medidas que podem ajudar no diagnóstico precoce e, consequentemente, aumentar as chances de cura, é a realização dos exames para o rastreamento a partir dos 40 anos. "A mamografia e a ultrassonografia das mamas devem ser feitas anualmente a partir dessa idade. Mulheres com algum componente hereditário ou outro fator de risco estabelecido pelo médico também podem realizar o exame mais cedo ou incluir a ressonância magnética das mamas na rotina", afirma Débora Gagliato, oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e especializada nesse tipo de câncer.

Alguns pacientes podem ser assintomáticos, principalmente quando a doença está no início e é localizada, por isso há tanto apelo para a realização de exames mamários periódicos. "À medida que o tumor evolui, indo para a axila, por exemplo, a paciente pode manifestar outros sintomas como nódulo palpável na mama, alteração do aspecto da pele da mama como vermelhidão, aparência de pele de casca de laranja ou saída de secreção pelo mamilo. Sendo assim, sempre que a mulher tiver algum sintoma, ela deve procurar um médico, de preferência o ginecologista, que deve encaminhá-la a um especialista na área como o mastologista ou o oncologista clínico", ressalta a especialista.

A incidência desse tipo de tumor é muito mais alta entre o sexo feminino, sendo a idade um dos principais fatores de risco. "Estima-se que uma em cada oito mulheres será diagnosticada com neoplasia de mama. Entre homens é mais raro e, quando ocorre, deve-se obrigatoriamente pesquisar causas hereditárias como a mutação no gene BRCA, por exemplo", conta Débora. Outros fatores de risco incluem idade avançada, presença de familiares de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama, paciente que teve menstruação precoce e menopausa tardia, o que mostra exposição mais prolongada aos hormônios femininos, sedentarismo, obesidade, uso excessivo de bebidas alcoólicas, além de tipos de terapia de reposição hormonal na mulher pós-menopausa.


Prevenção e tratamento

A melhor forma de prevenção é adotar um estilo de vida saudável, mantendo uma alimentação equilibrada, praticando atividades físicas regulares, evitando ou limitando o consumo de bebidas alcoólicas, além de optar por tomar medicamentos hormonais apenas sob prescrição médica e se forem realmente necessários. "Além, é claro, de realizar os exames que podem detectar lesões precursoras e que demonstrem que aquela pessoa pode, eventualmente, ter maior predisposição para o desenvolvimento de câncer de mama", comenta a médica.

Já as formas de tratamento são bastante variadas, dependem do subtipo do câncer e podem ser tratamento cirúrgico, radioterápico, quimioterápico, com drogas-alvo e com hormonioterapia. "Isso vai depender do tamanho da lesão, comprometimento do linfonodo, comorbidades da paciente, entre outros fatores. Por isso é importante ter uma equipe multidisciplinar composta por cirurgião oncológico, oncologista clínico e radioterapeuta para determinar o melhor tratamento", ressalta.

Atualmente, há cada vez mais novidades no tratamento desse tipo de câncer como a imunoterapia, que auxilia o próprio sistema imunológico da paciente a identificar e combater o tumor. Ela tem revolucionado o tratamento, tanto em termos de eficácia quanto em toxicidade, pois, em geral, possui menos efeitos colaterais se comparado à quimioterapia citotóxica. "Isso é importante ressaltar, pois estamos falando sobre um tipo de câncer curável. Há cada vez mais remédios eficazes e específicos para o tratamento desse tipo de tumor. Com isso aumentamos a eficácia e reduzimos a toxicidade relacionada ao tratamento", finaliza Débora.


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