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20,3% dos brasileiros estão obesos. É o que
aponta a pesquisa da Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada pelo Ministério da
Saúde. Em 2006, quando a pesquisa começou, esse número era de 11,8%.
Considerando o excesso de peso, 55,4% da população está nesta situação.
No Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, o
médico cardiologista doutor Everton Dombeck, do Hospital Cardiológico
Costantini, explica que a obesidade é um dos principais fatores de risco para
as doenças cardiovasculares. “Nós costumamos falar sobre o tripé dos fatores
que desencadeiam as doenças do coração: colesterol, pressão e glicemia. Esses
são os índices que precisam estar controlados. Normalmente, quando elevados,
associados a uma vida desregulada, sem dieta e exercícios físicos, a pessoa
chega à obesidade”.
Em 2020, com a pandemia do coronavírus, esses
números tendem a aumentar. “Nós já estamos vendo esse crescimento no
consultório. Os pacientes estão passando por mudanças bruscas nas rotinas e
esse período de adaptação é muito complicado. Pessoas que antes comiam nos
refeitórios das empresas, com alimentação balanceada ou que costumavam levar
marmita para o trabalho, hoje, com a falta de tempo, estão comendo mais
industrializados e fast-food”, conta Dombeck.
Além disso, Dombeck explica que o isolamento
social e as dúvidas sobre o futuro evidenciam o estresse e a ansiedade, o que
acaba estimulando a alimentação por compulsão. “Em uma rotina normal, o ideal é
que a pessoa siga uma dieta equilibrada e faça exercícios físicos com
frequência. Hoje, neste momento atípico, este controle ficou ainda mais
difícil. As preocupações são outras, então, a última coisa que nós pensamos é
na saúde física, o que não deveria acontecer”.
Cuidados para prevenção e tratamento
A obesidade é uma doença crônica e exige
constante tratamento. A melhor saída é sempre a combinação entre dieta
equilibrada e exercícios físicos. O recomendado é fazer acompanhamento médico,
com ajuda de nutricionistas, endocrinologistas, cardiologistas e um
profissional da área de educação física para auxiliar nos exercícios.
Dombeck explica que é muito importante um
acompanhamento psicológico. “Eu costumo falar que é o ‘ping-pong
de autossabotagem no padrão comportamental’ que leva as pessoas a cometerem
erros básicos e muito frequentes no que diz respeito à dieta, atividade física
e, consequentemente, no controle dos níveis de colesterol, pressão e glicemia.
Não importa a idade, grau de escolaridade, nem a classe social, o ser humano é
suscetível a repetir esse comportamento durante toda a vida. Precisa de uma
reeducação”.
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