Os professores americanos Matthew J. Liberatore e William Wagner , da Villanova University, desenvolveram uma pesquisa envolvendo homens e mulheres ocupantes de cargos de nível intermediário em empresas daquele país, pretendendo avaliar o sucesso desses profissionais na execução de tarefas e soluções de problemas com diversos graus de complexidade, que exigiam o uso de computadores, tablets e celulares.
Não foram encontradas
diferenças significativas entre os resultados obtidos por homens e mulheres,
quer em termos de acertos, quer em tempo empregado na resolução das tarefas e
problemas.
Mas a pesquisa também
perguntou aos participantes como estes avaliavam sua performance na execução
das atividades propostas e, nesse ponto, houve uma diferença muito
significativa: os homens mostraram-se muito mais confiantes em relação aos seus
próprios resultados.
Resultados similares
foram encontrados em outras pesquisas envolvendo estudantes de matemática e
alunos de cursos à distância.
Não há certezas acerca
das causas dessas posturas, mas uma das hipóteses considera-as derivadas dos
estereótipos envolvendo habilidades técnicas, especialmente aqueles relativos a
uma hipotética superioridade masculina na área.
E qual a importância
dos resultados dessas pesquisas? Em um momento que cresce exponencialmente,
inclusive no Brasil, a necessidade de profissionais das áreas STEM, Science,
Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e
Matemática), a falta de autoconfiança pode levar mulheres, a não se dirigirem
para essas carreiras, deixando de aproveitar boas oportunidades e agravando a falta
de profissionais nessas áreas.
Nos Estados Unidos, as
mulheres são 50% da força total de trabalho, número que cai para 24% nas áreas
STEM. Acredita-se que essa diferença se deva principalmente à ausência de
autoconfiança e aos preconceitos que as mulheres enfrentam ao atuar nas mesmas.
Visando superar esses
problemas, empresas estão desenvolvendo esforços para contratar e reter
mulheres para essas áreas; escolas secundárias e ONGs tem buscado incentivar a
participação feminina em cursos das mesmas áreas.
Esses preconceitos
devem ser combatidos por todos; empresas, governos e sociedade devem trabalhar
pelo aumento da população feminina nessas áreas tão importantes para o
desenvolvimento econômico e social.
Vivaldo José Breternitz - Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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