O avanço sustentável sempre encontrará dificuldades, diante de posturas eminentemente consumistas.
Nos últimos dias, assistimos a
empresa Apple, após o lançamento do iPhone 12, no dia 13 de outubro, ser alvo
de sátiras e críticas que ridicularizam o fato de seu novo smartphone ser
comercializado sem o carregador e sem fones de ouvido. Não conseguiremos obter
um avanço na preservação do meio ambiente, enquanto a sociedade protestar
contra situações como esta da Apple, que decidiu vender o iPhone, acompanhado
apenas do cabo de carregamento.
Para se ter uma ideia deste
impacto, só em 2019, segundo relatório da Strategy
Analytics,
a Apple vendeu 197 milhões de iPhones, todos com carregadores e fones de
ouvido. Ocorre que, muitas vezes, mesmo funcionando, estes assessórios podem
acabar indo parar no lixo. Porém, estes resíduos eletrônicos devem ser
destinados corretamente, e se não o forem, podem causar um grande dano ao meio
ambiente. Com esta mudança, a partir dos cálculos da própria Apple, deve-se
evitar a emissão de 2 milhões de toneladas métricas de carbono por ano,
equivalente à emissão causada por 450 mil automóveis. É impressionante a
grandiosidade destes índices.
Além disto, a Apple também
divulgou que todos os ímãs dos iPhones 12 serão produzidos com materiais 100%
reciclados. E isto não é tudo, pois a empresa elaborou estudos sobre a
logística de transporte dos produtos, concluindo que, com as caixas menores,
sem carregador e fones de ouvido, é possível reduzir o número de viagens do
meio de transporte de seus produtos (por avião, navio ou caminhão), reduzindo
as emissões de dióxido de carbono (CO2), que ocorrem com a queima
dos combustíveis fósseis. A Apple não se contentou em só reduzir suas emissões
de gases do efeito estufa e afirma que está também ajudando os parceiros de
fabricação na transição para energia renovável.
No cenário ambiental que nos
encontramos, qualquer atitude, por mais simples que pareça ser, importa e é
necessária. Na verdade, a multiplicação mundial de pequenas atitudes são
imprescindíveis pelo impacto produzido, e quando empresas do porte da Apple
tomam estas iniciativas, há que se reconhecer que a dimensão deste impacto é
ainda maior, seja para a humanidade, seja para o meio ambiente.
Enquanto a questão ambiental
não for levada a sério e as empresas que estão fazendo alguma coisa para
preservar a natureza, não forem reconhecidas pelos seus atos, o mundo correrá
grandes riscos. Devemos, portanto, mudar o pensamento e as atitudes
consumistas, bem como nos preocupar e cuidar, de uma vez por todas, do meio
ambiente, imprescindível para a humanidade!
Luiz Eduardo Filizzola
D’Urso - Acadêmico de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM),
Membro da Liga Acadêmica Agromack, integrante do escritório D’Urso e
Borges Advogados Associados, Diretor Administrativo e Diretor da Comissão
de Meio Ambiente do Rotaract Club Universidade Mackenzie.
Nenhum comentário:
Postar um comentário