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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Além do preconceito, o Nanismo traz uma série de problemas à saúde

Tipo mais comum da doença, a Acondroplasia causa deficiências nos sistemas musculoesquelético, neurológico, cardiorrespiratório e otorrinolaringológico

 

25 de outubro marca o Dia Nacional de Combate ao Preconceito à Pessoa com Nanismo, uma data importante que ajuda a lembrar a sociedade sobre as inúmeras necessidades das pessoas com Nanismo. Além de comorbidades que costumam afetar a saúde e a qualidade de vida desses pacientes, eles ainda precisam driblar o preconceito da sociedade.

O nanismo se caracteriza pelo comprometimento da estatura final das pessoas, que fica ao menos 20% abaixo dos valores definidos como adequados para a idade e sexo.

Existem vários tipos de Nanismo, mas o mais comum é a Acondroplasia, atingindo cerca de 250 mil pessoas ao redor do mundo. Trata-se de uma doença genética causada por uma mutação de um gene (FGFR3), ligado ao crescimento, que acarreta baixa estatura de forma desproporcional, com múltiplas comorbidades e impactos na qualidade de vida, além do aumento da mortalidade.

"O preconceito às pessoas com nanismo é uma realidade diária na vida dos pacientes, mas se levarmos em consideração que eles também sofrem com as comorbidades ocasionadas pela doença, os desafios se multiplicam. O descaso para com essas pessoas começa já com a não existência de estatísticas que mostrem quantos brasileiros têm nanismo", explica o médico geneticista Wagner Baratela.

A acondroplasia implica em alterações no desenvolvimento da cartilagem das placas de crescimento, o que resulta em baixa estatura - em média, os homens têm 1,31m de altura, enquanto as mulheres possuem 1,24m - encurtamento de pernas e braços, cabeça e testa proeminentes e uma desproporção corpórea de limitação física visíveis já no nascimento.

Especificamente, as complicações médicas incluem hidrocefalia, atraso no desenvolvimento motor, perda auditiva, desenvolvimento prejudicado da fala, obstrução da via aérea superior e distúrbios respiratórios do sono. A doença também causa um aumento no risco de morte súbita - com uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que na população em geral -, e diminuição da expectativa de vida média em 10 anos.

"Os pacientes com acondroplasia podem sofrer com limitações de mobilidade, dores crônicas, doenças cardiovasculares, obesidade e diversos outros prejuízos psicossociais devido a sua condição. Por esse motivo, é necessário entender que a doença vai além da baixa estatura, traz diversas comorbidades e exige acompanhamento médico constante. Felizmente, a medicina evoluiu e pode amenizar os efeitos da acondroplasia e ajudar essas pessoas a terem vidas ativas e independentes", explica o médico.

O tratamento da acondroplasia é multidisciplinar, de acordo com a apresentação das comorbidades. Os bebês podem precisar de cirurgias de descompressão intracraniana ou para tratamento da hidrocefalia, tratamentos para infecções de ouvido e otite média, e outros problemas de audição. Terapias para fala e tratamento para apneia obstrutiva do sono se mostraram úteis também. Há também a possibilidade de cirurgia para realinhamento da curvatura das pernas ou laminectomia lombar para tratar a estenose espinhal.



BioMarin


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