Entenda como a mudança dos hábitos de compra e cuidados com o corpo vão moldar os lançamentos da indústria de cosméticos em 2021
Longe de ser uma unanimidade entre neurocientistas,
a teoria dos 21 dias defende que após 3 semanas repetindo a mesma atividade,
esta se tornaria um hábito. O que se sabe é que após 5 meses de isolamento
social, a indústria de cosméticos precisa levar em consideração que a pandemia
representa uma modificação no padrão de comportamento dos consumidores e cabe
às empresas abarcá-las. A dimensão da mudança - ou aceleração como alguns
preferem acreditar - ainda é incerta, mas já é possível considerar alguns
hábitos de beleza do pós-pandemia.
A importância dos salões de beleza - A procura
pelos salões de cabeleireiro assim que a reabertura parcial foi autorizada nos
mostra que, com certeza, o profissional da beleza realiza um serviço essencial.
Após meses improvisando cuidados com os cabelos em casa, as clientes valorizam
ainda mais o conhecimento e técnica dos profissionais. Contudo, é preciso levar
em consideração que é possível que mesmo após a pandemia, as pessoas optem por
sair menos de casa. Assim, o espaçamento entre as visitas ao salão será maior.
Este novo hábito não precisa representar uma queda
na receita, pelo contrário. Durante o isolamento muitos cabeleireiros
utilizaram as redes sociais para ensinar como se cuidar em casa - isso mostra
que este é um conhecimento valorizado. Por isso, a indústria cosmética precisa
trabalhar junto aos profissionais da beleza para pensar em linhas de tratamento
para o salão com opções de manutenção em casa que vão além do shampoo e
condicionador, mas produtos que revitalizem os procedimentos até próxima
visita.
Evidências Científicas - Os meios de
comunicação realizaram um trabalho importante colocando cientistas e
profissionais da saúde para explicar e informar sobre os avanços e cuidados com
a Covid-19. O fato é que a ciência - merecidamente - está em alta. Com isso, os
consumidores estão valorizando mais o trabalho de especialistas que, inclusive,
ganharam destaque nas redes sociais. Para a indústria, chegou a hora de
investir mais em pesquisa, novos ativos, inovação e, além disso, compartilhar o
trabalho de laboratório com os consumidores. O novo hábito de compra será
bastante embasado em evidências.
Sustentabilidade - Outro
desafio para indústria de cosméticos está em aliar a sustentabilidade em todos
os processos de produção. A pandemia acelerou a conscientização dos clientes
sobre o impacto dos hábitos de consumo no meio ambiente. Agora, antes de
comprar muitos avaliam se a extração de princípios ativos não está envolvida em
problemas ambientais, se são renováveis ou não. Além do coronavírus, os últimos
anos foram marcados por crimes ambientais, queimadas, desequilíbrio de
ecossistemas. Deste modo, é natural que a experiência molde os novos padrões de
consumo.
A crise da COVID-19 provavelmente irá acelerar as
tendências que já estavam moldando o mercado, como as compras via comércio
eletrônico. Consumidores em todo o mundo estão mostrando por suas ações que
ainda encontram conforto nos prazeres simples de um “domingo de autocuidado” ou
em uma maquiagem e ajeitada no cabelo antes de uma videoconferência.
Mesmo antes da pandemia, a definição de beleza
estava se tornando mais global, expansiva e entrelaçada com a sensação de
bem-estar dos indivíduos. A crise da COVID-19 provavelmente não mudará essas
tendências - e nisso há motivos para esperança.
Fábio Yamamora - CEO da Yamá Cosméticos
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