Elegíveis para mais da metade dos pacientes que não melhoram com tratamentos habituais, terapias imunobiológicas têm potencial para devolver a qualidade de vida ao indivíduo que tem a forma grave da doença
25 de setembro é o Dia Mundial do Pulmão, data em que a asma,
que afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, sendo 20 milhões no Brasil,
merece atenção especial, principalmente, para quem tem a forma grave da doença,
que afeta de cerca de 3% dos pacientes. Isso porque esses indivíduos estão mais
propensos a enfrentar quadros de exacerbações frequentes e internações
emergenciais, mesmo com o tratamento adequado, que inclui altas doses diárias
de corticoide inalado.
Entretanto, a evolução no caminho do controle da asma grave
trouxe uma perspectiva diferente e positiva para médicos e pacientes. "Os
tratamentos de última geração (imunobiológicos) têm mostrado uma boa resposta e
são seguros, fazendo com que a pessoa recupere a qualidade de vida e consiga
retomar as atividades do dia a dia, como trabalho e relações que envolvem
convívio social, muitas vezes interrompidas por causa da doença", explica
o médico pneumologista, Álvaro Cruz, diretor executivo da Fundação ProAr e
membro do Conselho da Iniciativa Global contra a Asma (GINA).
Atualmente, o acesso às terapias de última geração para asma
grave ainda é restrito por conta do custo. Entretanto, até o final do ano, esse
cenário pode mudar. "Há uma expectativa de que neste segundo semestre
possamos ter a incorporação dessas tecnologias modernas pela Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS), por meio dos planos de saúde, e até via SUS, o que
seria um grande avanço para os pacientes que têm a forma grave da doença",
projeta Álvaro Cruz. Enquanto o tratamento da asma grave requer acompanhamento
em centros especializados, o Dr Cruz solicita maior atenção para o tratamento
das formas leves a moderadas da asma, que podem ser tratadas por médicos de
família, e informa que a Fundação ProAR está desenvolvendo um programa de
teletreinamento para dar apoio ao Sistema Único de Saúde.
Asma grave e Covid-19
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
(ASBAI), os pacientes que têm asma, principalmente em sua forma grave, precisam
cuidar ainda mais da saúde respiratória. Segundo a entidade, esse grupo está
mais propenso a desenvolver complicações, se infectados pelo novo coronavírus.
Diante desse cenário, a ASBAI recomenda ao paciente manter o tratamento em dia.
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