Depois de mais de 5 meses desde o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil e o início da quarentena nas cidades, muitas empresas têm iniciado o processo de retomada gradual, respeitando os direcionamentos de flexibilização e afrouxamento do isolamento social determinados pelos governos. Ao mesmo tempo que as discussões sobre a retomada dos setores ainda dividem a opinião das pessoas, a crise econômica tem sido sentida por milhões de pessoas. Só na segunda quinzena de junho, a pandemia forçou o fechamento de mais de 520 mil empresas do país, de acordo com a Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas empresas das Estatísticas Experimentais do IBGE.
Desde os primeiros casos, com o meu trabalho, tenho acompanhado a rotina de diagnósticos para Covid-19 dentro de prefeituras, planos de saúde (particulares e de empresas) e testemunhei de perto a rapidez dos aumentos de diagnósticos já noticiados e agora com a marca triste de mais de 3 milhões de casos confirmados.
Em uma empresa de call center do interior de São Paulo com 50 funcionários, identificamos uma pessoa assintomática contaminada que logo foi afastada. Se isso não acontecesse, em dez dias praticamente todos os funcionários poderiam estar contaminados, dado o alto potencial de contágio do coronavírus. Isso é preocupante, já que cerca de 50% dos contaminados são assintomáticos e conseguem transmitir o vírus para mais pessoas sem que saibam que estão infectados, o que fortalece a necessidade para a testagem regular dos funcionários.
As empresas que estão retomando suas atividades precisaram mudar sua forma de trabalhar, o que inclui adaptações na disposição e organização dos espaços físicos, implantação e reforço de novas regras de limpeza e higiene, rodízio de funcionários, uso obrigatório de máscaras e até mudança nos trajetos e tipos de transportes utilizados pelos colaboradores, entre outras ações que demandam um planejamento e, na maioria dos casos, um investimento financeiro para realizar essas mudanças.
Todas essas mudanças são necessárias, porque, como sabemos, o risco de contágio é extremamente alto. É possível transmitir o vírus pelas mãos, pela saliva e pelos objetos tocados e compartilhados. Nossos hábitos têm mudado e vão mudar mais ainda com esta pandemia e teremos que nos reeducar para nossa segurança e das pessoas próximas de nós.
Países que tiveram as melhores performances no que diz respeito a diminuição dos casos e da transmissão foram aqueles que priorizaram, além da quarentena, a testagem em massa das pessoas. No caso das empresas, com a testagem em massa é possível agir de forma organizada colocando aqueles que testaram positivo em um isolamento temporário durante o período de incubação do vírus, o que tira o risco de outros colaboradores se contaminarem. Além disso, esta medida ainda pode proteger uma empresa de ações judiciais por negligência.
Pensando na segurança e otimização de recursos com os diagnósticos, hoje o melhor método de testagem é o PCR em tempo real que pode ser realizado via nasofaringe ou por saliva que possui uma assertividade muito superior em relação aos outros métodos, como o sorológico que é feito via coleta de sangue que traz uma taxa alta de resultados falsos positivos ou falsos negativo.
Enquanto a vacina não é uma realidade concreta, o segredo para mitigar o contágio de mais pessoas é uma testagem em massa e as empresas que estão retomando suas atividades presenciais precisam adotar estratégias para que isso aconteça de forma segura e, principalmente, organizada para não afetar ainda mais sua sustentabilidade financeira. Os testes diagnósticos para CoviD-19 são a melhor ferramenta que temos para conter a expansão descontrolada da doença.
A
despeito do despreparo dos sistemas de saúde institucionais, a cada dia que
passa as empresas assumem a responsabilidade de cuidar de seus funcionários,
colaboradores, clientes e da própria continuidade dos negócios realizando os
testes diagnósticos.
Euclides Matheucci Jr. - co-fundador e presidente da empresa de biotecnologia DNA Consult e professor e orientador no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia na Universidade Federal de São Carlos. Euclides também é criador do teste #SalvaVidasCovid que contribui para empresas retomarem suas atividades com a testagem dos colaboradores.
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