Pesquisa mostra que diabetes e hipertensão
arterial são frequentes nos casos graves de COVID-19. Entenda.
Pesquisa do Ministério da
Saúde (MS) mostra que no Brasil 72% das mortes por COVID-19 aconteceram entre
maiores de 60 anos até 20 de abril. O
levantamento do MS revela que
desses, 38% tinham diabetes e 53% hipertensão arterial, uma clara evidência do
risco que estas doenças representam durante a pandemia. A pasta também divulga
que mais da metade dos brasileiros nesta faixa etária (59%) têm hipertensão
arterial e 20% são diabéticos. Significa que se forem contaminados pelo
Sars-Cov-2 podem ter graves complicações sistêmicas e oculares.
Diabetes
De acordo com o
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier tanto o
diabetes como a hipertensão arterial podem causar lesões nos vasos da retina e
provocar a perda definitiva da visão se a doença não for diagnosticada e
tratada em estágio inicial. O
especialista afirma que independe da idade o diabetes também dobra o risco de
surgir catarata. “Não se trata de uma doença de idosos. A catarata é
multifatorial. Pode ser causada por diabetes, hipertensão arterial, alta
miopia, lesão ou trauma ocular e até erros na alimentação como o excesso de
sal”, esclarece. Isso porque o consumo
de sal acima dos 5 gramas/dia preconizado pela OMS (Organização Mundial da
Saúde) o equivalente a uma colher de chá, dificulta a manutenção da pressão
osmótica entre as células do cristalino. “Isso significa que para a lente do
olho manter a transparência requer baixo nível de sódio”, afirma.
Cirurgia livra míopes dos óculos
Queiroz Neto explica que o diabetes é causado pela produção insuficiente no pâncreas de insulina, hormônio que faz a glicose penetrar nas células. Também pode ser causado por resistência à insulina que impede a absorção celular. O oftalmologista ressalta que depois da opacificação do cristalino o único tratamento é a cirurgia. “O procedimento é ambulatorial, feito com anestesia local e consiste na substituição da lente natural do olho pelo implante de uma lente intraocular. Independente do tipo de lente implantada, míopes renascem com a cirurgia porque ficam definitivamente livres dos óculos para enxergar à distância.
Queiroz Neto explica que o diabetes é causado pela produção insuficiente no pâncreas de insulina, hormônio que faz a glicose penetrar nas células. Também pode ser causado por resistência à insulina que impede a absorção celular. O oftalmologista ressalta que depois da opacificação do cristalino o único tratamento é a cirurgia. “O procedimento é ambulatorial, feito com anestesia local e consiste na substituição da lente natural do olho pelo implante de uma lente intraocular. Independente do tipo de lente implantada, míopes renascem com a cirurgia porque ficam definitivamente livres dos óculos para enxergar à distância.
São Paulo lidera diabetes e COVID-19 no Brasil
A pesquisa do Ministério da
Saúde mostra que de todas as regiões do Brasil a Sudeste teve o maior número de
casos confirmados de COVID-19. O estado de São Paulo é o primeiro no ranking
nacional com 35,9% dos casos e 40,2% das mortes confirmadas. A cidade de São
Paulo também está entre as cinco com maior prevalência de diabetes (23,1%) e
embora tenha uma das menores taxas de hipertensão arterial, a prevalência ainda
é alta (53%).
A pesquisa aponta o estado do
Rio de Janeiro como o segundo no ranking de COVID-19 com 12,1% dos casos
confirmados e 16,4% das mortes. A cidade do Rio de Janeiro aparece com 57% da
população com mais de 60 anos com hipertensão e 21,9% com diabetes. O terceiro
estado elencado no ranking nacional é o Ceará com 8,6% dos casos de COVID-19
confirmados e 7,7% das mortes. A cidade de Fortaleza apresentou 25% da
população com mais de 60 anos com diabetes e 54,1 com hipertensão arterial.
Hipertensão e visão
Queiroz Neto afirma que a
hipertensão arterial nem sempre apresenta sintomas. Isso explica porque só
metade dos hipertensos sabe que têm a doença, pondera. A falta de sintomas faz
um em cada dois não seguir o tratamento após o diagnóstico. Significa que a
cada 4 hipertensos 3 não têm controle da doença, conforme levantamento da SBH
(Sociedade Brasileira de Hipertensão). “Este descontrole causa diversas
comorbidades sistêmicas. Nos olhos pode causar a retinopatia hipertensiva, uma
alteração nos vasos da retina que leva ao edema retiniano, catarata,
descolamento da retina e glaucoma neovascular. Embora diferente da retinopatia
diabética, ambas são diagnosticadas mediante retinografia e tomografia de
coerência óptica que permitem ao oftalmologista visualizar todos os vasos
retinianos.
O alto índice de mortes entre
pessoas com COVID-19 apontado pelo levantamento do Ministério da Saúde está
relacionado não só à faixa etária, como à diminuição da oxigenação no sangue,
falência dos pulmões e formação de pequenos trombos em todo o organismo. Os
finos vasos da retina são os primeiros a serem atingidos por terem a espessura
de um fio de cabelo e é por isso que a prevalência de hipertensos nos casos graves
de Covid-19 é tão alta”, explica.
Tanto o tratamento da
retinopatia diabética como da hipertensiva são feitos com fotocoagulação a
laser, injeção anti-angiogênica e em caso de hemorragia o mais indicado é a
cirurgia. O tratamento contínuo garante a visão até o fim da vida para a
maioria das pessoas, conclui.
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