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terça-feira, 4 de junho de 2019

Ser feliz é essencial para o envelhecimento saudável


Pesquisas mostram que a felicidade é um ótimo remédio para idosos evitarem problemas de saúde


Um dos remédios fundamentais para uma longevidade saudável é a felicidade. De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade, elaborado em parceria com a ONU, o Brasil caiu 16 posições no ranking global da felicidade entre 2015 e 2019. No ranking, o país ocupa a 32ª posição de 156 nações. Para a Dra. Ana Catarina Quadrante, geriatra da Cora Residencial Sênior, a sensação de felicidade está atrelada à diversas condições, entre elas de saúde e bem-estar. Ou seja, idosos mais saudáveis são mais felizes e vice-versa.

“Há vários estudos observacionais que correlacionam a felicidade e sensação de bem-estar com melhor saúde física entre idosos. Felicidade e bem-estar estão ligados à menor incidência de doença coronariana e de acidentes vasculares encefálicos, entre outras doenças”.

Um dos exemplos é a pesquisa britânica The English Longitudinal Study of Aging (Estudo inglês de longevidade), que analisou 3200 pessoas e constatou que os indivíduos com mais de 60 anos que se sentiam mais satisfeitos com a vida apresentavam menor comprometimento na realização das atividades de vida diárias.

Segundo informações do IBGE, a expectativa de vida está em ascensão, o último levantamento mostra que ela se aproxima dos 80 anos em estados como Santa Catarina (79,1), Espírito Santo (78,2), Distrito Federal e São Paulo (ambos com 78,1). Os demais estados também registraram alta nos índices nos últimos anos. A estimativa é que os números aumentem e que os idosos busquem cada vez mais atividades que promovam autoestima, bem-estar, e, claro, felicidade.

E muitos são os fatores que promovem essa sensação positiva. Dentre eles: ser ativo e se sentir útil, aproveitar a vida, realizar sonhos, o convívio com familiares e amigos, os planos para o futuro e os investimentos em qualidade de vida.

O atual cenário tem proporcionado muitos atrativos para esse público. Desde a universidade para idosos, até programas de esportes específicos, eventos, programas de viagens e residenciais com toda estrutura e cuidados para os idosos.

Uma das referências é a Cora Residencial Senior. Localizada em São Paulo, a instituição tem como objetivo proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos idosos e possui cinco unidades na capital paulista. Com base em protocolos de saúde, conta com programação mensal de atividades que trabalham a questão da experiência com o idoso, estimulando a parte física e mental como teatro, artesanato, bailes, jantares temáticos, visitas pets, sessões de cinema, além de estimular as relações sociais.  Tudo para que o idoso tenha uma vida ativa, com autonomia, independência, autoestima, além de promover conhecimento e troca de experiências, estímulos que colaboram para a sensação de felicidade.


O que traz felicidade aos idosos

O aumento da expectativa de vida, principalmente, nas capitais brasileiras, não indica apenas que a qualidade de vida melhorou nos últimos anos, mas também revela que o perfil de idoso é outro em relação há 20 anos atrás. As mudanças não se referem apenas ao estereótipo, e sim, ao modo de encarar essa fase da vida. O estudo do SPC mostra que o público idoso valoriza a experiência como meio para alcançar a felicidade. Por isso, entre os principais planos e desejos estão: aproveitar a vida com a família e amigos e viajar pelo Brasil e pelo mundo. Ao contrário dos mais jovens que têm desejos atrelados ao consumo.

Quadrante cita que resultados similares foram apontados no estudo da Harvard Study of Adult Development. A pesquisa mostra: para a longevidade sadia o fator convívio social é mais importante do que o sucesso e acumulo de capitais. “A satisfação com relacionamentos próximos (com familiares, amigos e comunidade) está ligada à saúde. Os mais felizes e satisfeitos com seus relacionamentos eram os mais saudáveis”, resume a geriatra.

Já a importância de fazer planos, além de trazer ânimo para o idoso, também estimula o lado cognitivo, trabalhando a memória. Por exemplo, planejar uma reforma, um evento, viagens ou a realização de atividades em comum com pessoas de mesma faixa etária contribuem para a socialização, conhecimento, acolhimento e para a felicidade. 


A influência da atenção na felicidade

Mesmo com o novo panorama de envelhecimento, muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer a disposição do idoso para realizar atividades. Associam a figura dele à fragilidade, e acreditam que restringir atividades é a melhor saída. Só que é preciso avaliar essa condição já que envolve questões emocionais e racionais.

Por exemplo, a falta de estimulo à atividades físicas e mentais, cursos e convívio social aliados à impossibilidade de dar a devida atenção contribuem para os sentimentos de solidão e tristeza resultando em casos de depressão e no desenvolvimento de outros problemas demenciais.  “Idosos lúcidos, em geral, querem exercer sua autonomia, ou seja, sua capacidade de decisão. É importante que eles possam escolher como viver, de um modo que continue dando sentido às suas vidas. Ter interesses, sonhos e desafios mantêm mente e corpos ativos, ajudando na manutenção da saúde. Retirar do idoso as decisões, os conflitos e desafios, empobrece suas vidas e pode contribuir para o adoecimento”, finaliza Quadrante.

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