A neuropsicóloga Priscila Gasparini dá 5 dicas de como minimizar a
impaciência e prevenir problemas de relacionamento e de saúde, como hipertensão
e obesidade
Quem
nunca perdeu a paciência por enfrentar filas diariamente, ficar preso no
trânsito ou demorar para ser atendido quando está com pressa? Quando pequenas
situações cotidianas tiram a paciência com facilidade ela pode se tornar
patológica e afetar o julgamento, levando a atitudes impulsivas, com
consequências desastrosas tanto para o desempenho profissional quanto para a
saúde.
Segundo a
Associação Médica Americana, a impaciência está entre os principais fatores de
risco para pressão alta em jovens adultos. Essas pessoas têm 84% mais chances
de sofrer de hipertensão, o que pode levar a problemas cardiovasculares, ao
enfarto e ao AVC (Acidente Vascular Cerebral) precocemente. De acordo com o
Ministério da Saúde, cerca de 10% da população brasileira entre 25 e 34 anos é
hipertensa.
A
obesidade também está diretamente relacionada à impaciência: a escolha por
alimentos menos saudáveis e rápidos de consumir, como os de fast foods,
leva ao aumento de peso e, em longo prazo, à obesidade. A correria do dia a
dia, a falta de tempo para se alimentar adequadamente e o medo de não dar conta
de fazer as tarefas diárias aliados à ansiedade colaboram para o aumento da
produção do hormônio do estresse - o cortisol – que, em excesso, é altamente
prejudicial à saúde.
A
paciência é uma habilidade que pode ser desenvolvida em cada pessoa e, nos dias
de hoje, é uma virtude essencial para agir com serenidade nos momentos de
estresse. Segundo a neuropsicóloga Priscila Gasparini Fernandes, o impaciente
patológico precisa trabalhar a intolerância e as explosões para buscar um
equilíbrio entre a emoção e a razão.
“É
preciso desenvolver formas de sobrepor a razão à emoção exacerbada para que o
impaciente tenha uma qualidade de vida melhor. A primeira medida é entender as
razões que levam à intolerância, a fim de trabalhar essa questão interiormente.
Os prejuízos para a saúde são enormes e, além de afetar também aqueles com os
quais convive, compromete o desenvolvimento das tarefas diárias e o bem-estar”,
explica a especialista que selecionou algumas dicas para controlar a
impaciência:
1)
Descubra as causas para a falta de paciência:
-
Relembre qual foi a última vez que ficou impaciente e o motivo;
-
Pergunte aos familiares, amigos e colegas de trabalho o que eles acham que seja
a causa da impaciência;
-
Considere condições físicas que possam tirar a sua impaciência, como sono,
fome, dor ou cansaço;
- Anote
casa vez que tiver um comportamento explosivo para tomar consciência sobre o
que leva à impaciência.
2) Faça
exercícios de respiração
Enquanto
conta até 10 procure respirar fundo, se possível, várias vezes ao dia. Os
exercícios de respiração permitem o distanciamento emocional da situação que
causou a impaciência, reduzem os batimentos cardíacos e ajudam a controlar a
ansiedade e o estresse.
3)
Diminua o ritmo
Sempre
que perceber que está agindo com pressa, mesmo sem necessidade, pare e diminua
o ritmo. Caminhe com tranquilidade, aprecie a paisagem, contemple o que está ao
seu redor, leia um livro enquanto espera. Ao agir com paciência é possível
desenvolver cada vez mais essa habilidade de viver o tempo presente,
incorporando-a ao seu comportamento.
4)
Controle o perfeccionismo
O
perfeccionismo exagerado pode comprometer seriamente a produtividade e o
bem-estar. A perfeição deve ser uma motivação para dar o seu melhor, mas é
necessário ser paciente quando as coisas não saírem como o esperado.
Desapegue-se do controle e se permita aceitar o que não pode mudar.
5) Tenha
empatia
Tentar se
colocar no lugar do outro é uma das formas de desenvolver a paciência no dia a
dia. Quando um atendente demorar com o seu pedido, por exemplo, escolha pensar
que talvez ele esteja sozinho para dar conta de todo o serviço ou que ele é
novo nesse trabalho, ao invés de ser grosseiro. Seja gentil e respeitoso, pois
assim evitará o estresse por pequenas coisas no cotidiano.
Dra
Priscila Gasparini - Psicóloga clínica e psicanalista com
especialização em neuropsicologia e neuropsicanálise, mestrado e doutorado pela
Universidade de São Paulo (USP) e 29 anos de experiência.
Coordena
a clínica Seu Equilíbrio, em São Paulo, e realiza trabalhos de atendimento
hospitalar de pré e pós-operatório no Hospital Beneficência Portuguesa e
Hospital das Clínicas, além de dar suporte ao atendimento de pacientes
internados em hospitais psiquiátricos.
Clínica Seu Equilíbrio
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