Técnica cirúrgica resolve a doença em aproximadamente 100% dos casos
Suor excessivo nas mãos,
pés, axilas e região craniofacial podem ser sintomas de hiperidrose, um
problema que atinge cerca de 1% da população mundial. A doença consiste na
disfunção do sistema nervoso autônomo simpático e afeta, principalmente, a
autoestima, a vida social e no trabalho destes pacientes.
De acordo com o cirurgião
torácico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Paulo Boscardim as pessoas que
têm suor em excesso nas regiões da axila, mãos e região craniofacial, em 60%
dos casos, também apresentam hiperidrose plantar, que é o suor nos pés. “Em 30%
por cento deste pacientes, a cirurgia torácica resolve o problema do suor nos
pés”, destaca o médico. O procedimento também trata do odor das axilas e o
rubor facial, ou seja, o vermelhidão no rosto.
O cirurgião torácico realiza
um corte ou clipagem do nervo que estimula o suor. São realizadas duas incisões
de cerca de meio centímetro na região das axilas, por onde introduz uma câmera
ótica com a função de transmitir as imagens ampliadas. “Dessa maneira, é
possível intervir com mais precisão”, ressalta.
A cirurgia é
realizada apenas com a autorização do paciente. “Não basta apenas os parentes
ou o médico concordar com o procedimento. O paciente deve analisar o grau de
incômodo que o suor em excesso causa na sua vida”, considera o médico.
Efeito
colateral
A hiperidrose reflexa ou
compensatória é o efeito colateral mais comum da cirurgia, apesar de ser raro.
Neste casos, o paciente para de suar onde tanto o incomodava e passa a suar em
outros locais do corpo.
Segundo o Dr.
Boscardim os fatores que aumentam a probabilidade da compensação grave se
manifestar são o IMC (índice de massa corpórea) maior que 26, pessoas que já
suam muito em diversas parte do corpo e pessoas que apresentam a hiperidrose
craniofacial. “Realizamos uma seleção criteriosa dos pacientes, assim há uma
diminuição considerável de incidência da hiperidrose reflexa grave. A cura do
problema se aproxima de 100%”, destaca o cirurgião torácico.
Recuperação
do paciente
A cirurgia, que pode ser
realizada por homens ou mulheres de todas as idades, dura aproximadamente 15
minutos para cada lado e deixa uma cicatriz mínima. A recuperação é rápida e os
pacientes podem ter alta no mesmo dia ou nó máximo, na manhã do dia seguinte”,
destaca.
O resultado é
percebido rapidamente. De acordo com o Dr. Boscardim já no centro cirúrgico o
paciente passa a não suar. “Em dois a três dias retorna ao trabalho ou à escola
e após três semanas pode praticar exercícios físicos”, ressalta.
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