Em Ribeirão Preto/SP data é celebrada durante o
TEAbraço que traz uma extensa programação com profissionais nacionais e
internacionais
O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado
por déficits na comunicação, interação social e por comportamentos repetitivos,
estereotipados e interesses restritos . Segundo pesquisa realizada
pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) 1 a cada 59 crianças está dentro do
transtorno do espectro autista podendo ser ela de qualquer gênero ou etnia.
Hoje estima-se que 70 milhões de pessoas possuem autismo no mundo sendo, 2
milhões no Brasil.
Criado pela OMS em 2008, no dia 2 de abril é
celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Apesar de eles
apresentarem uma limitação na comunicação, a maior barreira para construir uma
sociedade igualitária em todos os âmbitos é a falta de informação para a
sociedade e até para os próprios familiares. Isto , por muitas vezes, contribui
para a exclusão.
"Todos precisam ter consciência que o
transtorno existe. É um direito de todos estar incluído na educação, na saúde,
fora e dentro de casa. Neste ponto percebemos a importância da informação e da
capacitação dos pais uma vez que eles podem ser multiplicadores de conhecimento
para toda a sociedade e dentro de casa podem ajudar a tornar a vida de seus
filhos muito mais inclusiva", afirma o neuropediatra Carlos Gadia -
diretor do Dan Marino Center do Nicklaus Children's Hospital na Florida
(EUA) e co-fundador do TEAbraço (Semana Internacional do Autismo).
Ainda segundo Carlos Gadia, as informações
verídicas que cercam o TEA precisam ganhar um espaço maior na sociedade uma vez
que existem muitos mitos e inverdades. "Recentemente tivemos a publicação
de um artigo na Annals of Internal Medicine feito por cientistas
dinamarqueses que comprovou que as vacinas para caxumba, rubéola e sarampo – no
Brasil é a tríplice viral - não aumentam o risco de autismo e não desencadeiam
o autismo em crianças suscetíveis. Fatos como este precisam ser de conhecimento
de todos".
Grades Curriculares
Ainda segundo o neuropediatra, é necessária uma
mudança de cultura e de grade curricular dentro das universidades.
"Historicamente o autismo foi adicionado apenas em 1993 à Classificação
Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. O Brasil necessita de
modificação dos currículos universitários. Neles o TEA é raramente citado
durante a formação ou então nem aparece no currículo nas formações de
fonoaudiologia, terapia ocupacional ou psicologia, entre outros. Isso é
preocupante pois este conhecimento é crucial para um diagnóstico preciso e
correto", explica.
Inclusão 360º
Dentro do espectro todos apresentam habilidades,
dificuldades e um jeito único e diferente de se relacionar com o mundo.
"Há sim uma falha na comunicação, mas todos temos um jeito único de nos
expressarmos com o mundo. É preciso achar a melhor maneira para cada uma dessas
pessoas que possuem TEA. A inclusão 360º - aquela que acontece em todos os
âmbitos sejam eles social, educacional, familiar e profissional, da infância
até a vida adulta – é isto. Aceitar as diferenças e o fato de que nem todos se
expressam da mesma maneira mas merecem e precisam estar encaixados neste
universo.", finaliza Carlos Gadia.
O neuropediatra participa do TEAbraço nas seguintes
datas: 02 de abril a partir das 19h30 com o bate-papo "Cuidar de Quem
Cuida" juntamente com a jornalista Andrea Werner; no dia 03 de abril na
"Conferência Genética X Autismo" com a equipe da empresa Tismoo; no
dia 04 de abril nas "Demonstrações práticas ao Vivo" onde lidera a
equipe de atendimento; e no sábado 06 de abril na Palestra de Encerramento do
Workshop Internacional. Toda a programação do evento acontece no Shopping
Iguatemi Ribeirão Preto.
Mais informações: www.teabraco.com.br
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