A punição quase
sempre é verbal, seguida por castigos e, infelizmente, muitas vezes por meio de
agressão física
Outra pesquisa, desta vez realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicada no Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) observou uma taxa de punição de quase 100% e em metade dos com agressão física. O estudo envolveu 149 pacientes com idades de entre 6 e 18 anos, diagnosticados com enurese.
O transtorno comum que atinge até 15% das crianças com mais de 5 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), pode acontecer devido a fatores genéticos relacionados a quantidade de urina produzida pela criança durante à noite, ou a disfunção da bexiga durante o sono, ocorrendo, portanto, de forma involuntária, sem qualquer culpa por parte da criança.
O xixi na cama, uma condição comum, afeta a vida psicológica e social da criança. Muitas apresentam alteração emocional e/ou comportamental, como tristeza, alteração do humor, vergonha, baixa autoestima, sensação de culpa, insegurança, isolamento social, baixo rendimento escolar, entre outros. Os pais, por não entenderem bem o problema e estarem estressados, muitas vezes são intolerantes e, por fim, acabam punindo a criança.
De acordo com Dr. Atila Rondon, Urologista, com atuação em Urologia Pediátrica, os pais entendem a enurese como falha no processo educacional dos filhos. "Muitas vezes as famílias ficam estressadas, gerando ansiedade e conflitos. Além de significativa perda de qualidade de vida de todos os envolvidos".
O apoio da família é fundamental para o sucesso no tratamento. "Quem sofre de enurese precisa ser atendido por profissional especializado. O xixi na cama é uma realidade, mas ainda continua sendo tratado como se fosse um grande segredo de família", diz Profa. Dra. Cacilda Andrade de Sá, da Faculdade de Medicina da UFJF e Coordenadora do serviço de Psicologia do Ambulatório de Enurese do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF).
Segundo a Sociedade Internacional de Continência em Crianças (ICCS), a punição não apresenta nenhum benefício terapêutico para a enurese. Ou seja, submeter a criança a qualquer tipo de bronca ou castigo, não resolve o xixi na cama. Pior ainda, esta conduta tende a aumentar a ansiedade e outros efeitos psicológicos sobre a criança, o que pode piorar consideravelmente a situação.
Diagnóstico
Com muita frequência, os distúrbios miccionais não são valorizados nas consultas de rotina, por isso, observar a criança e estar atento aos sinais é fundamental para o diagnóstico. Sabe-se que há grande influência genética, ou seja, se o pai ou a mãe fizeram xixi na cama na infância, o filho tem 44% de chances de também apresentar a enurese. Caso os dois tenha sofrido com o transtorno, este índice sobe para 77%.
Tratamento
O acompanhamento psicólogo é de grande ajuda quando identificados efeitos psicológicos associados. O profissional pode auxiliar na recuperação da autoestima das crianças e também orientar os pais sobre como lidar com o transtorno.
Fonte: www.semxixinacama.com.br
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