Antes de adotar um animalzinho é preciso se
atentar aos cuidados que ele deverá receber para se acostumar com o ambiente da
casa; adestrador e especialista em comportamento animal Cleber
Santos lista dicas
Crédito: iStock
Adotar
um animal de estimação está cada vez mais comum. Com o crescimento das redes
sociais nos últimos anos, as divulgações de criadouros que maltratam animais de
raça vem chamando a atenção daqueles que atuam em defesa dos animais, e
conscientizando a população. Atualmente no Brasil, 67% das pessoas que têm um
pet o adotaram, de acordo com uma recente pesquisa realizada pela Opinion Box.
Com
o aumento da demanda, os canis e ONGs que abrigam animais vêm apostando em
campanhas de adoção e promovendo feiras de exposição em pontos estratégicos
para facilitar que os animais encontrem um lar. E, por mais que as instituições
ofereçam suporte para os bichinhos enquanto não encontram seus donos, é comum
que anteriormente tenham sofrido maus tratos enquanto estavam na rua e,
consequentemente, tenham alguns traumas.
O
especialista em comportamento animal Cleber Santos, proprietário da ComportPet, explica que além de proporcionar um
lar saudável, também é preciso ficar atento ao comportamento do cão, e procurar
maneiras de confortá-lo. "O tutor que adota um animal tem que ter
consciência de que precisará investir em cuidados dobrados para que ele se
sinta seguro e feliz".
Abaixo,
ele lista dicas para que o cão adotado se adapte ao novo local:
Leve
seu cão ao veterinário
Essa
é a primeira medida que deve ser tomada. O veterinário irá examinar o animal e
passar o melhor tratamento, caso ele tenha alguma doença. "Pulgas e
carrapatos são bastante comuns em cachorros que são encontrados na rua. Já os
adotados diretamente de canis, geralmente se encontram em melhores condições,
pois já receberam os primeiros cuidados depois de achados. Mesmo assim, levar
para um veterinário avaliar a saúde do cão é essencial".
Quando
o pet vem da rua, o dono também irá perceber que ele precisará passar por um
processo de higiene, como banho e tosa. "A vacinação também é um fator
importante, pois nem todos os canis a mantêm em dia. Além disso, o veterinário
poderá estimar qual a idade aproximada do cãozinho", completa.
Invista
em adestramento
Sofrer
maus tratos não é o único problema que os cachorros passam na rua ou em lares
anteriores não saudáveis. Em muitos casos, o cão também não recebeu um bom
treinamento da pessoa que o abandonou, e pode chegar à casa do novo tutor com
comportamentos inadequados.
"Quando
o cachorro é novinho, é mais fácil ensinar os comandos para ele, mas pelo fato
de muitos cachorros adotados serem adultos ou idosos, investir no trabalho de
um adestrador profissional é muito importante para que ele se adapte com
facilidade", explica Cleber.
"É
importante ressaltar que os primeiros dias do pet em casa são determinantes
para os próximos anos, principalmente quando falamos dos filhotes",
completa.
Proporcione
um ambiente seguro
O
ambiente em que o cão vai viver depois de adotado deve estar seguro para
recebê-lo. É fundamental retirar do alcance do animal materiais e objetos que
possam fazer mal a ele, como produtos de limpeza, perfumes, objetos cortantes,
e outros. Se o ambiente for aberto, também será necessário incluir toldos ou
casinhas para que o animal possa se proteger do sol, frio e chuva.
"Quem
mora em apartamento deve instalar redes de proteção para manter os pets fora de
perigo. As redes trazem segurança para o cão correr e brincar por todo o
ambiente, sem risco de acidentes", complementa o especialista.
Compre
utensílios para o animal
Para
o cachorro se sentir mais feliz, ainda mais em casos que tenha desenvolvido
traumas da época que morava na rua, é interessante que o novo tutor compre
alguns brinquedos/objetos como caminha, roupas, brinquedos e ossos, para que
ele se distraia e consiga esquecer o que passou.
"Quando pegamos um cachorro para criar, além da
atenção e do carinho, devemos ter consciência de que ele poderá viver durante
10 a 15 anos. Ou seja, é uma grande responsabilidade. Por isso, é válido
investir, desde o início, em acessórios que proporcionem bem estar e qualidade
de vida ao animal. Outra dica é pesquisar e conversar com o veterinário para
definir qual tipo de ração é mais adequada para o cão, dependendo do porte,
raça, idade", finaliza.
Cleber Santos -
Especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos,
quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou
para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de
todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios
e especializações, inclusive em outros países - Canadá, Estados Unidos,
Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet,
centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de
hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias
alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do
Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de
pets de famosos, entre eles o DJ Alok.
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