A Knowledge Action Change critica a
Organização Mundial de Saúde por apoiar os países que proíbem os cigarros
eletrónicos; diz que a organização está a ignorar um tratado internacional que
aprova estas alternativas menos prejudiciais ao tabaco
GENEBRA /PRNewswire/
-- No momento em que os delegados se reúnem para a conferência
bienal da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre tabaco, os autores de um novo relatório, "No Fire, No Smoke: Global State of Tobacco Harm Reduction" (Sem fogo, sem fumo: estado global da redução dos danos
do tabaco) criticam ferozmente o registo da OMS. Os especialistas em saúde
pública acusam a OMS de não cumprir as obrigações
no âmbito de um tratado internacional para apoiar as alternativas menos
prejudiciais ao tabaco.
Lamentam que a OMS recomende, pelo contrário,
proibições sobre os cigarros eletrónicos – uma medida que foi implementada por
dezenas de países.
Os autores de "No Fire,
No Smoke" dizem que as alternativas de mais baixo risco, como os
cigarros eletrónicos, dispositivos para aquecer e não queimar e o
"snus" sueco, têm sido extremamente bem?sucedidas em reduzir o
consumo de tabaco. Contudo, dizem que a OMS tem demonstrado uma hostilidade
histórica para com elas.
"A OMS ignora o seu próprio
tratado que obriga os signatários a adotar a abordagem de redução de danos,
incentivando produtos de nicotina mais seguros. Trata?se de uma oportunidade
perdida trágica para impedir que mil milhões de vidas sejam ceifadas neste
século devido ao tabagismo", afirmou o Professor Gerry Stimson da Knowledge
Action Change (Londres), que encomendou o relatório.
O relatório indica os
39 países nos quais os cigarros eletrónicos ou os líquidos com nicotina
são proibidos, incluindo a Austrália, a Tailândia e a Arábia Saudita. A União
Europeia permite os cigarros eletrónicos, mas proíbe o "snus", o
produto de tabaco pasteurizado oral que é excecionalmente popular na
Escandinávia.
Após a introdução do
"snus" na Noruega, a taxa de tabagismo entre as mulheres jovens diminuiu de 30% para apenas 1%. Nos Estados
Unidos, o crescimento rápido do consumo de cigarros eletrónicos tem sido
acompanhado por uma diminuição do consumo de tabaco entre crianças em idade
escolar, tendo os números diminuído para metade ao longo dos últimos 6 anos.
Entretanto, no Japão, o sucesso dos produtos de tabaco
aquecido assistiu a uma diminuição das vendas de cigarros na ordem dos 25% nos últimos
2 anos.
"Ao examinar os dados, foi
notável a forma como a disponibilidade destes substitutos esteve intimamente
ligada à descida das taxas de consumo de tabaco. Independentemente da motivação
que levou os países a bani?los, eles precisam de compreender que tais políticas
fazem deles os melhores amigos da indústria tabaqueira", disse Harry Shapiro, o principal autor do relatório.
Enquanto a União Europeia tornou o
"snus" ilegal, em diversos países da região Ásia-Pacífico, são as
proibições na utilização dos cigarros eletrónicos que causam a maior
preocupação.
"Muitos dos utilizadores de
vaporizadores que represento vivem com medo de serem presos por tentarem salvar
as suas vidas. Os seus países aceitam cigarros mortíferos, mas proíbem cigarros
eletrónicos muito mais seguros, porque a OMS incentivou as proibições",
afirmou Nancy Sutthoff do grupo de consumidores International Network of Nicotine Consumers
Organisations.
Representantes dos 181 países
estarão presentes na conferência da OMS para criação de políticas. Todos os
181 países ratificaram a Convenção Quadro da OMS para o Controlo do
Tabaco, que os obriga a incorporar a redução de danos.
Contudo, o evento da OMS
está longe de ser inclusivo: nos anos anteriores, chegou a proibir a presença
de consumidores, jornalistas e organismos, incluindo a Interpol.
O relatório "No Fire, No
Smoke: Global State of Tobacco Harm Reduction" e este comunicado à
imprensa são publicados pela Knowledge Action Change, uma agência de saúde
pública do setor privado.
FONTE: Knowledge Action Change
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