Doença pode ser tratada por cirurgia ou
técnica endovascular
O cirurgião vascular e
radiologista intervencionista Dr. Airton Mota Moreira responde sobre o tema
Na grande maioria dos casos, o aneurisma da aorta,
seja no tórax ou no abdômen, apesar de provocar poucos sintomas e evoluir de
forma silenciosa, é uma doença grave localizada na maior e mais importante
artéria do corpo, cuja função é distribuir sangue para todos os órgãos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e
de Cirurgia Vascular (SBACV), a doença na porção abdominal do vaso é de três a
sete vezes mais frequente do que no tórax, sendo mais comum em homens,
principalmente brancos.
Para esclarecer o tema, obtivemos a opinião do
cirurgião vascular e radiologista intervencionista Dr. Airton Mota Moreira, da
Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa, CRIEP.
O que é aneurisma de aorta?
Trata-se de uma doença caracterizada pela dilatação
anormal da aorta, com aumento do diâmetro em mais de 50% do seu tamanho
original. Esta enfermidade é mais frequente em pacientes com aterosclerose,
onde há acúmulo de gordura e consequente perda da integridade da parede. A
presença de fatores predisponentes como erros alimentares, fumo, obesidade,
diabetes mellitus ou vida sedentária, pode acentuar sua gravidade.
Como posso saber se tenho um aneurisma de aorta?
O aneurisma de aorta pode ser completamente
assintomático. Entretanto, o efeito da dilatação pode determinar compressão nas
estruturas adjacentes. Quando há compressão sobre o intestino podem ocorrer
sintomas como prisão de ventre ou diarreia. Quando há compressão das vias
urinárias pode haver maior predisposição a infecções urinárias.
Todavia, dor de forte intensidade, especialmente na
região posterior das costas, na região lombar ou ainda nos membros inferiores,
pode ser importante sinal de alerta, já que pode significar crescimento agudo
do aneurisma ou a sua rotura, e exigirá que o médico seja comunicado de
imediato.
O diagnóstico do aneurisma se baseia na história
clínica e exame físico do paciente, mas é confirmado por meio de tomografia,
ressonância magnética ou ultrassom.
Qual é o tratamento para o Aneurisma na Aorta?
Uma vez diagnosticado, a decisão pelo momento certo de
tratar o aneurisma estará baseada no seu risco de rompimento. Aneurismas
com maior risco para rotura apresentam diâmetro igual ou maior que 5,5 cm
e/ou rápida progressão. Há dois tratamentos possíveis: o cirúrgico ou o
endovascular.
No tratamento cirúrgico, que é classicamente mais
conhecido e tem maior histórico de acompanhamento, realiza-se a abertura do
abdome, abordagem do aneurisma, costurando-se uma prótese nas paredes da aorta
acima e abaixo do aneurisma comunicando áreas normais.
O tratamento endovascular é mais recente, porém
apresenta excelentes resultados, principalmente para pacientes com maior risco
de complicações. Nele, tudo é feito pelo interior dos vasos. Após a
punção de uma das artérias da virilha, uma prótese com esqueleto metálico e
revestimento sintético é posicionada, com suas extremidades fixadas nas porções
normais do vaso acima e abaixo, para excluir a dilatação.
Quais as vantagens do tratamento endovascular?
A opção pela técnica endovascular deve considerar se
há maior risco clínico do paciente para se submeter ao tratamento cirúrgico,
como o observado em pacientes muito idosos e, principalmente, fumantes ativos
ou com doença pulmonar obstrutiva crônica descompensada ou alterações
cardíacas. Nestes pacientes, há real benefício, com menor risco de morte
no período imediato após o procedimento, além de mais curta e melhor
recuperação pós-operatória. Nessas situações o tratamento endovascular, menos
invasivo, é o mais pertinente.
Quais as recomendações após o tratamento?
Após o tratamento endovascular do aneurisma de aorta,
todos os pacientes farão acompanhamento por meio de exames de imagem periódicos
para monitorar a integração da prótese ao corpo, uma vez que os fenômenos
específicos da parede do vaso poderão determinar mudanças de posicionamento da
mesma.
Dr. Airton Mota Moreira, médico do CRIEP - Carnevale
Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa -
especialista em Angiorradiologia e radiologista intervencionista,iniciou
sua formação no Piauí, onde completou graduação em Medicina no ano de 1990 pela
Universidade Federal local (UFPI). Residência Médica credenciada pelo MEC em
Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular Periférica. Obteve o Título de Especialista
em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pela Sociedade Brasileira de
Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SoBRICE).
CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e
Pesquisa -
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