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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Aneurisma da Aorta


Doença pode ser tratada por cirurgia ou técnica endovascular


O cirurgião vascular e radiologista intervencionista Dr. Airton Mota Moreira responde sobre o tema

Na grande maioria dos casos, o aneurisma da aorta, seja no tórax ou no abdômen, apesar de provocar poucos sintomas e evoluir de forma silenciosa, é uma doença grave localizada na maior e mais importante artéria do corpo, cuja função é distribuir sangue para todos os órgãos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a doença na porção abdominal do vaso é de três a sete vezes mais frequente do que no tórax, sendo mais comum em homens, principalmente brancos.

Para esclarecer o tema, obtivemos a opinião do cirurgião vascular e radiologista intervencionista Dr. Airton Mota Moreira, da Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa, CRIEP. 


O que é aneurisma de aorta?

Trata-se de uma doença caracterizada pela dilatação anormal da aorta, com aumento do diâmetro em mais de 50% do seu tamanho original. Esta enfermidade é mais frequente em pacientes com aterosclerose, onde há acúmulo de gordura e consequente perda da integridade da parede. A presença de fatores predisponentes como erros alimentares, fumo, obesidade, diabetes mellitus ou vida sedentária, pode acentuar sua gravidade.


Como posso saber se tenho um aneurisma de aorta?

O aneurisma de aorta pode ser completamente assintomático. Entretanto, o efeito da dilatação pode determinar compressão nas estruturas adjacentes. Quando há compressão sobre o intestino podem ocorrer sintomas como prisão de ventre ou diarreia. Quando há compressão das vias urinárias pode haver maior predisposição a infecções urinárias. 

Todavia, dor de forte intensidade, especialmente na região posterior das costas, na região lombar ou ainda nos membros inferiores, pode ser importante sinal de alerta, já que pode significar crescimento agudo do aneurisma ou a sua rotura, e exigirá que o médico seja comunicado de imediato.

O diagnóstico do aneurisma se baseia na história clínica e exame físico do paciente, mas é confirmado por meio de tomografia, ressonância magnética ou ultrassom.


Qual é o tratamento para o Aneurisma na Aorta?

Uma vez diagnosticado, a decisão pelo momento certo de tratar o aneurisma estará baseada no seu risco de rompimento.  Aneurismas com maior risco para rotura apresentam diâmetro igual ou maior que 5,5 cm e/ou rápida progressão. Há dois tratamentos possíveis: o cirúrgico ou o endovascular. 

No tratamento cirúrgico, que é classicamente mais conhecido e tem maior histórico de acompanhamento, realiza-se a abertura do abdome, abordagem do aneurisma, costurando-se uma prótese nas paredes da aorta acima e abaixo do aneurisma comunicando áreas normais. 

O tratamento endovascular é mais recente, porém apresenta excelentes resultados, principalmente para pacientes com maior risco de complicações.  Nele, tudo é feito pelo interior dos vasos. Após a punção de uma das artérias da virilha, uma prótese com esqueleto metálico e revestimento sintético é posicionada, com suas extremidades fixadas nas porções normais do vaso acima e abaixo, para excluir a dilatação. 


Quais as vantagens do tratamento endovascular?

A opção pela técnica endovascular deve considerar se há maior risco clínico do paciente para se submeter ao tratamento cirúrgico, como o observado em pacientes muito idosos e, principalmente, fumantes ativos ou com doença pulmonar obstrutiva crônica descompensada ou alterações cardíacas.  Nestes pacientes, há real benefício, com menor risco de morte no período imediato após o procedimento, além de mais curta e melhor recuperação pós-operatória. Nessas situações o tratamento endovascular, menos invasivo, é o mais pertinente.


Quais as recomendações após o tratamento?

Após o tratamento endovascular do aneurisma de aorta, todos os pacientes farão acompanhamento por meio de exames de imagem periódicos para monitorar a integração da prótese ao corpo, uma vez que os fenômenos específicos da parede do vaso poderão determinar mudanças de posicionamento da mesma.





Dr. Airton Mota Moreira, médico do CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa - especialista em Angiorradiologia e radiologista intervencionista,iniciou sua formação no Piauí, onde completou graduação em Medicina no ano de 1990 pela Universidade Federal local (UFPI). Residência Médica credenciada pelo MEC em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular Periférica. Obteve o Título de Especialista em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SoBRICE).


CRIEP - Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa -  



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