Enquanto o Brasil caminha a passos lentos dentro da chamada quarta
revolução industrial (ou indústria 4.0), do Japão já surge um novo conceito
absolutamente revolucionário de Sociedade 5.0 – que passa pela compreensão de
que tudo no futuro estará conectado. A sociedade terá que se adaptar a essa
realidade para sobreviver. Estamos falando aqui em um futuro em que as entregas
serão feitas por drones e os caminhões autônomos serão realidade, entre outros.
Mas, para voltarmos à nossa realidade, o que temos neste momento é
uma indústria 4.0, que vem ganhando força nos últimos anos e, de certo modo,
contribuindo para o avanço dos sistemas industriais de produção com a
implementação de uma tecnologia mais inteligente e colaborativa.
Até chegarmos aqui, passamos por importantes transformações
históricas que dependeram basicamente de inovações e tecnologia. A revolução
industrial massificou a produção com a adoção de máquinas em substituição à
produção manual. Então vieram a eletricidade e novas fontes de energia que
impactaram principalmente em novas formas de produção. A terceira, a qual ainda
vivemos, ganhou destaque com os avanços tecnológico, em especial, com a chegada
da inteligência artificial.
Hoje vivemos uma era de velocidade, agilidade na informação e a
inovação sem precedentes. Centrados nesta nova realidade, modelos de negócios
da indústria 4.0 atribuem grande importância à criação de valor a partir de big
data e colocam os clientes em foco, com a utilização de todas as ferramentas e
recursos para potencializar os resultados, vencer a concorrência, ganhar
mercado e otimizar resultados.
Recentemente a Fiesp divulgou uma pesquisa que mostrou o grau de
conhecimento das empresas industriais sobre o tema Indústria 4.0. Entre as 222
corporações entrevistadas, 154 (68%) já ouviram falar no termo e 90% acreditam
que estas práticas podem aumentar a produtividade industrial. Além disso, 90%
afirmam que a novidade é uma oportunidade, e não um risco. Ótimo resultado.
Mas, como de fato “ouvir falar” ou “acreditar” está muito aquém de “realizar”.
Afinal o que falta para colocar em prática?
A adoção de tecnologias na Indústria 4.0 pode trazer benefícios
nas mais variadas áreas dentro de uma indústria, passando pela produção,
controle de processos, rastreabilidade, controle de qualidade, planejamento,
até o desenvolvimento de novos produtos. A modelagem 3D e a virtualização são
duas ferramentas bastante usada para simulações de produtos, melhorando
protótipos, por exemplo, de forma muito mais ágil e barata.
Os principais pilares estão baseados em tecnologias como big data,
internet das coisas e segurança. Enquanto a análise de dados permite que um
volume muito grande de dados seja lido e examinado, a internet das coisas
facilita e amplia as interações entre os humanos e dispositivos tecnológicos
dentro das empresas. Em paralelo, a segurança garante que não haja falhas de
transmissões na comunicação entre máquinas, sistema, dispositivos e pessoas.
A indústria 4.0 é um importante caminho para ganhar
competitividade. O primeiro passo é analisar o nível de maturidade da empresa
em relação a transformação digital. Como ponto de partida para qualquer
projeto, é preciso mapear o que já existe e onde se quer chegar. Ter metas
claras, que priorizem resultados, sem esquecer o alinhamento com a cultura
organizacional e estratégia geral da companhia.
Para quem acha que a indústria 4.0 vai acabar com empregos,
especialistas acreditam que isso não irá acontecer: cada vez mais as indústrias
precisarão de profissionais qualificados e capacitados, e com líderes que
impulsionem o crescimento do time.
Sylvio Mode -presidente da Autodesk no Brasil
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