Ginecologista especialista na doença
fala de questões que envolvem o dia a dia de quem tem a patologia
De acordo com a Associação
Brasileira de Endometriose e Ginecologia, a endometriose afeta aproximadamente
sete milhões de brasileiras e acomete mulheres em idade reprodutiva, ou seja,
dos 13 aos 45 anos. Lidar com a condição não é fácil, já que cólicas fortes e
chances de infertilidade estão entre os sintomas que afetam as portadoras da
doença.
Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especialista em endometriose e com ampla experiência na
área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, explica nove questões que
envolvem a rotina da mulher:
1. A mulher não se torna menos
mulher ao conviver com a endometriose
Pelo contrário, esta mulher se torna um exemplo a ser
seguido.
2. Não é só uma “doença menstrual”
A endometriose é, muitas vezes incapacitante, que gera dores
intensas e tira a qualidade de vida da mulher. É caracterizada pela presença do
endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fora da cavidade uterina,
ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga. Os
principais sintomas são dores e infertilidade. Aproximadamente 20% das mulheres
têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade. Se
todos estiverem atentos aos sinais dados pela doença, é possível descobri-la em
fase inicial, o que torna o tratamento muito mais efetivo.
3. Endometriose não impede a mulher de ser mãe
Quem tem endometriose tem mais dificuldade para engravidar,
principalmente se os ovários e as tubas uterinas estiverem comprometidos. No
entanto, existem vários relatos de mulheres que conseguiram engravidar
naturalmente. O caminho para o sonho a ser percorrido é mais complexo, porém é
possível. Na maioria das vezes, a infertilidade pode ser revertida com
tratamentos específicos.
4. A dor nem sempre se manifesta da mesma forma
A endometriose se caracteriza pela presença do tecido
endometrial fora do seu lugar natural, é uma doença que causa muito sofrimento
na vida da mulher. O quadro de cada mulher pode variar de acordo com o grau da
endometriose, seus sintomas incluem cólicas menstruais intensas, dor na pelve
ao evacuar, dor durante a relação sexual, dificuldade para engravidar e desconforto
crônico ao urinar.
5. A cólica não é frescura
A cólica da endometriose, é mais complexa e acompanhada de
dores intensas, que podem surgir fora do período menstrual e se intensificam
quando este se inicia. Neste caso, as mulheres que apresentam a doença muitas
vezes ficam incapacitadas para realizarem suas atividades rotineiras.
6. A dor não é apenas física, é também emocional
Algumas mulheres com endometriose exibem níveis elevados de
depressão e ansiedade. Devido aos quadros frequentes de dor, a infertilidade,
ao atraso no diagnóstico e a recorrência da doença. Portanto um acompanhamento
psicológico deve ser oferecido a mulheres com endometriose sendo um componente
essencial para o tratamento dessa condição ginecológica.
7. A endometriose é mais comum do que você
imagina
Essa doença afeta cerca de 7 milhões de mulheres só no
Brasil.
8. O diagnóstico tardio é um dos desafios
enfrentados por mulheres que sofrem com endometriose
O diagnóstico da endometriose ainda é tardio, podendo levar
até dez anos após os primeiros sintomas piorando as condições de tratamento e
prolongando o sofrimento da mulher. Exames tradicionais e relatos de dor ajudam
o médico a identificar o problema mais rapidamente.
9. Problemas com a relação sexual
Algumas mulheres portadoras de endometriose se queixam de
falta de interesse sexual, dores durante a penetração, e dificuldade para
atingirem o orgasmo. Mas porquê isso acontece? A endometriose é uma doença
caracterizada pela presença do endométrio, tecido que reveste o interior do
útero, fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas,
ovários, intestinos e bexiga. Esse tecido fora do lugar ocasiona dores fortes e
pode alterar a anatomia da região, o que contribui para a infertilidade e em
muitos casos torna a relação sexual desconfortável.
Dr. Patrick Bellelis - Possui ampla experiência na área de Cirurgia
Ginecológica Minimamente Invasiva. É graduado em Medicina pela Faculdade de
Medicina do ABC. Foi residente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo e possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia,
Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia - FEBRASGO. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de
Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) e é Diretor da Sede da
sociedade.
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