O
cigarro ainda é uma das principais causas de câncer: 90% dos pacientes com
câncer de pulmão fumam ou são fumantes passivos
De
acordo com o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva
(Inca), todos os anos cerca de 200 mil pessoas morrem precocemente por doenças
relacionadas ao tabagismo. O câncer é a principal delas. A cada 100 pacientes
brasileiros com câncer, 30 são fumantes. No caso de câncer de pulmão, o número
sobe para 90 fumantes.
Para
ajudar a reverter esse quadro e conscientizar sobre os perigos de fumar, foi
criado o Dia Nacional contra o Tabagismo, lembrado em 29 de agosto. “A data é
importante para ajudar a conscientizar sobre a importância de parar de fumar.
No caso do câncer, a primeira recomendação para evitar a doença é não fumar. O
cigarro é incompatível com boa qualidade de vida e saúde. E os fumantes
passivos também sofrem os riscos: eles inalam as substâncias nocivas de um
cigarro a cada três que alguém fuma ao seu lado”, alerta Elge Werneck Júnior,
oncologista do Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba (IHOC).
O
tabagismo está relacionado a mais de 50 tipos de doenças, principalmente, o
câncer. “Sabemos que a grande maioria dos casos de câncer tem alguma relação
com o hábito de fumar. No caso específico do câncer de pulmão, 90% dos
pacientes fumam, já fumaram ou convivem com fumantes”, observa.
Os
órgãos mais afetados pelo tabagismo como causa de câncer são pulmões, boca,
laringe, traqueia, faringe, esôfago e estômago. “A maioria desses cânceres tem
sintomas discretos no início, o que dificulta a descoberta de algum problema
precocemente por parte do paciente. “Por isso, é fundamental para os fumantes
realizarem check-ups regulares”, salienta o oncologista do IHOC.
Porém,
mais do que fazer consultas regulares ao médico, é fundamental parar de fumar,
pois, somente assim é que os riscos de desenvolver o câncer diminuem. “O
cigarro é uma droga tão forte para o organismo, que os riscos ainda existirão
durante dez anos. Mas, após esse período, as chances de desenvolver a doença se
igualam as das pessoas que não fumam”, revela Elge Werneck Júnior.
Abandono
do tabagismo
Dados
do Ministério da Saúde mostram que o tabagismo diminuiu 33% nos últimos dez
anos e hoje atinge 10,4% população brasileira com mais de 18 anos. A redução
foi estimulada por políticas públicas de combate ao vício, como proibição de
fumo em diversos lugares, política de preços e ações educativas e de
conscientização, que incluem tratamento para abandonar o vício custeado pelo
SUS.
Largar
o tabagismo não é uma atitude fácil. O oncologista comenta que a força de
vontade costuma ser o maior empecilho na hora de parar de fumar. “Sabemos que
somente 10% a 20% dos tabagistas que tentam conseguem abandonar o cigarro, pois
qualquer crise de ansiedade ou tristeza torna-se um momento propício para fumar
novamente”, salienta. Por isso, a recomendação é fazer um tratamento
multidisciplinar, que inclui medicamentos e terapia comportamental. “A
psicoterapia ajuda a mudar os hábitos de vida, que é o mais importante na hora
de abandonar o vício, pois a pessoa precisa conhecer o mundo que existe sem o
tabagismo”, afirma Elge Werneck Júnior.
Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba
(IHOC)
Grupo
Oncoclínicas
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