O mercado de trabalho tem
exigido cada vez mais dos profissionais. Com a crise e grandes volumes de
demissão, realizar sozinho tarefas que antes eram feitas por três, quatro
pessoas, tornou-se mais frequente do que se imagina. Lidar com as constantes
mudanças estruturais ou de organograma faz parte do cotidiano de praticamente
todas as empresas atualmente. Nesse sentido, é preciso muita flexibilidade para
enfrentar as vulnerabilidades constantes. O popular “jogo de cintura” está
sendo mais necessário do que nunca.
Inicialmente, os
profissionais tendem a resistir às mudanças, relutá-las. Alguns tentam até
minimizá-las, tentando negá-las ao máximo. O ser humano tende a querer se
manter em sua zona de conforto. Fazer o que já sabe e
tem domínio, é muito mais fácil e cômodo do que se aventurar por caminhos
desconhecidos. Mas chega um momento que não dá mais. Por mais que tentemos
postergar, as situações se desenham de tal forma que não há mais como não
encará-las de frente.
É nesse momento que a flexibilidade
se faz presente e tão necessária. É preciso se despir de algumas crenças
pré-estabelecidas e estar aberto às novas possibilidades. Como em todos os
processos de mudança, o profissional terá de passar pela chamada curva de
aprendizagem, onde precisará aprender coisas novas, como se tornar líder ou
mesmo assumir uma outra área de negócio, diferente da que estava acostumado.
Essa flexibilidade irá exigir também uma boa dose de paciência. A perfeição
requer treino e, todos que assumem uma nova função terão que desenvolver
algumas competências técnicas e comportamentais diferentes.
Só após um período de
dedicação e esforço extra é que se conquistará o conhecimento e habilidades
necessárias para as novas atividades. Muitas vezes, passada essa fase de
adaptação, muitos profissionais avaliam a mudança como muito positiva, visto
que os desafios podem ser estimulantes. Alguns se sentem tão motivados que
podem, inclusive, sentir interesse por voltar a estudar, como forma de buscar
mais conhecimento e ferramentas para lidar com as novas exigências.
Contudo, cabe destacar
também que toda flexibilidade exige limite. Um profissional precisa ter uma
meta, um plano de carreira bem claro. Ele precisa ter um plano de carreira
estabelecido e o que pretende fazer para chegar lá. A flexibilidade pode ser
interpretada como pequenas alterações de rota nesse caminho, mas elas não podem
desviar o profissional de seu foco principal. Quando faz uma mudança muito
brusca de carreira, voltar à área de origem pode ser mais difícil. Mas, se a
alteração de rota já era desejada, a mudança pode ser muito positiva e até
renovadora.
Por outro lado, ser
inflexível também tem seu preço. Profissionais que se mantém totalmente rígidos
em seus propósitos, sem abrir qualquer tipo de exceção, pode perder muitas
oportunidades. As empresas valorizam muito a flexibilidade e, tendem a
reconhecer quem fez algum esforço para ajudar a companhia em um momento de
necessidade. Algumas concessões devem ser negociadas dentro de uma proposta de
mudança. Muitas vezes, é necessário dar um passo para o lado ou até mesmo para
trás para avançar mais lá na frente. Já quem não aceita ceder, pode nunca
atingir seu objetivo. Vale a pena pensar sobre isso.
Fernanda
Andrade
- Gerente de Hunting e Outplacement da NVH - Human Intelligence.
Nenhum comentário:
Postar um comentário