O mercado de segurança da informação é
economicamente ineficaz, ou seja, contraria a regra da melhor alocação possível
de recursos. A Forbes aponta que serão gastos US$ 93 bilhões em
segurança da informação em 2018, um aumento de 14% em relação a 2014. Mesmo
assim, ataques devastadores contra grandes empresas e ameaças globais como
WannaCry dominaram as manchetes. O Centro de Estudos Estratégicos e
Internacionais acompanha ataques cibernéticos significantes e aponta o aumento
de casos em 230% desde 2014. Isso significa que pagamos 14% mais para deter um
problema que cresceu 230%. Esta soa como uma indústria eficiente?
A principal causa dessa ineficiência é a
má alocação de recursos. Devemos examinar como um antivírus antigo cria
respostas para novas ameaças: cada inovação adiciona uma camada de proteção à
última. Embora compreensível esse método não é muito eficaz, pois cria soluções
de segurança mais pesadas e que exigem mais recursos do sistema. Cada minuto
para processar dados adicionais é um tempo precioso desviado do negócio.
O ataque global do ransomware WannaCry
fez manchetes em 2017. Três dias depois foi publicado o aumento das ações de
empresas de segurança cibernética. Em seguida, os ataques do NotPetya atingiram
a Ucrânia antes de se espalharem para outros 64 países. Dois dias depois, a
NASDAQ informou o disparo das ações dessas empresas.
Embora seja contraditório, as empresas de
segurança da informação se beneficiam das violações. Alguém pode pensar que
esse aumento reflete a preocupação de empresários em proteger seus sistemas. Se
esse fosse o caso do WannaCry, o que explicaria a mesma reação do mercado
quando ocorreu o NotPetya?
Uma indústria que fornece computação
segura não deve se beneficiar de falhas. O público confia nessas empresas para
protegê-lo de malwares, mas essa confiança não parece merecida.
Em suma, a natureza reativa da segurança
da informação levou à criação de soluções multicamadas ineficazes. As empresas
adotaram uma filosofia de que violações são inevitáveis, gerando uma cultura de
mediocridade e apatia e, como lucram com essa situação, têm um bom motivo para
não mudarem.
O futuro da segurança da informação pede
soluções proativas, preventivas e leves, e não um ciclo sem fim de novas
defesas sobre os restos quebrados da última. A menos que a visão do mercado
mude, essa situação tende a continuar.
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