2017 se despede deixando um legado de muitas transformações. A começar
pelas profundas mudanças que a tecnologia trouxe para o mercado de trabalho. É
consenso entre estudiosos que o mundo corporativo, a economia e a sociedade de
forma geral já vivenciam a Quarta Revolução Industrial. O ritmo está acelerado.
Dia após dia existem novas regras para os negócios, para a maneira como se
atrai, recruta e desenvolve os talentos. Afinal, quase todas
as práticas empresariais estão sendo afetadas, desde a aprendizagem, a
gestão, até a própria definição de trabalho.
É por isso que, em 2018, CEOs, gestores de RH e líderes devem estar de
olho em alguns desafios que vão impactar a produtividade das empresas e também
mudar a relação das corporações com seus colaboradores.
Robotização no mercado de trabalho
Com a chegada das soluções de Robotic Process Automation (RPA), o uso
de “robôs” ou “bots”, sistemas de automação que atuam em conjunto com outras
máquinas, é possível realizar atividades, que até então só podiam ser
executadas por pessoas, com maior precisão e altíssima performance.
Para que se torne viável, é necessário que as tarefas sejam
repetíveis, escaláveis e tenham um fluxo contínuo de informações, como o
recebimento de currículos e preenchimento de informações dos candidatos em
outro software, dentro de um processo de seleção, por exemplo. Nesse cenário, os
RPAs vão obrigar os profissionais que hoje atuam com atividades operacionais,
independentemente da área, a se desenvolver para um perfil criativo e que
necessite de mais reflexão, pensamento crítico e de menos repetição.
Gestão humanizada
Ao mesmo tempo em que esses sistemas ganham espaço, as companhias
também percebem que é necessário investir na gestão humanizada. Com a
tecnologia executando atividades rotineiras, é possível dedicar tempo em um
relacionamento mais próximo. Nesse cenário, o desafio dos gestores é conseguir
conciliar os objetivos pessoais e profissionais dos colaboradores com as
estratégias das empresas, bem como manter a produtividade da organização.
O intuito dessa prática é valorizar a interação e o bem-estar dos
funcionários em prol de melhores resultados para a companhia. Em um mercado
profissional competitivo, a humanização também é uma importante ferramenta para
a retenção de talentos. Além disso, o exercício desse tipo de gestão reflete
diretamente no atendimento humanizado dos clientes pelos colaboradores: se eles
vivenciam, têm maiores chances de também praticarem.
Liderança inclusiva
Outro assunto fundamental é a diversidade no ambiente corporativo.
Trabalhar diversas etnias, raças, crenças e gêneros nas equipes pode trazer uma
série de benefícios para as empresas. O primeiro deles é tornar os processos de
trabalho mais criativos e eficientes. Como consequência, os funcionários se
sentirão mais motivados.
Uma pesquisa realizada em 2015 pela Harvard Business Review revelou,
por exemplo, que nas empresas onde o ambiente de diversidade é reconhecido, os
trabalhadores estão 17% mais engajados e dispostos a ir além das suas
responsabilidades. Também foi identificado que a existência de conflitos chega
a ser 50% menor do que em outras organizações. Isso significa que quando
trabalhamos em um ambiente que aceita as diferenças, também nos sentimos mais à
vontade para aprender, arriscar e contribuir.
Tecnologia
2018 vai marcar a consolidação do uso da inteligência artificial,
people analytics e games no mundo dos negócios. Em 2017, essas tecnologias
começaram a ser adotadas e algumas empresas já entendem como podem aplicar
essas ferramentas para otimizar o trabalho de seus times.
O investimento em people analytics, ferramenta fundamental para uma
gestão de pessoas estratégica, vem com mais força. Essa plataforma agrupa as
informações sobre pessoas em um único lugar, proporcionando conclusões mais
assertivas para RH e gestores, que precisam tomar decisões pautadas em dados
concretos e não apenas em feeling.
eSocial
Para encerrar, não poderíamos deixar de citar o eSocial. O projeto do
governo federal, que irá unificar a maneira como as empresas prestam suas
obrigações trabalhistas e previdenciárias, entra em vigor no primeiro mês de
2018 e é dividido em fases para facilitar a adaptação. No entanto, o maior
desafio para as companhias é a mudança de cultura. Por isso, o projeto irá
movimentar organizações e gestores e não apenas a área de RH, como muitos
acreditavam no início.
Já deu para perceber que o ano de 2018 vai ser movimentado. Desafios e
mudanças não faltarão aos executivos e suas equipes. Mas é possível passar por
essa etapa com mais tranquilidade. De que maneira? Invista em tecnologia para
que seus processos burocráticos se tornem automatizados e precisos e também
para tornar as decisões mais certas, aumentar a produtividade e reduzir o
overhead. Mas, sobretudo, desenvolva seu capital humano e valorize o ativo mais
importante da sua empresa: as pessoas.
Daniela Mendonça - Presidente da LG lugar de
gente. Com mais de 27 anos de atuação na empresa, a história de vida dela se
confunde com a própria história da companhia. Formada em Ciências da
Computação, ela iniciou sua carreira como estagiária da LG. De lá para cá, foi
assumindo novas responsabilidades na empresa, como a diretoria de serviços e a
vice-presidência, até chegar ao cargo atual, em 2016.
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