Instituto de
Neurologia de Curitiba é pioneiro em Terapia VNS, que utiliza um pequeno
gerador que envia impulsos elétricos ao nervo vago, no pescoço
A OMS (Organização
Mundial da Saúde) estima que cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo
sofrem de epilepsia, sendo 3 milhões somente no Brasil. A doença, que pode
ocorrer devido a um distúrbio genético ou a uma lesão no cérebro adquirida por
trauma ou derrame, tem como principal característica as convulsões e pode ser
controlada em até 80% dos casos.
Quando o tratamento
com medicamentos não proporciona resultados satisfatórios, porém, os médicos
podem considerar outros procedimentos como a Terapia VNS (Estimulação de Nervo
Vago).
Trata-se de uma
cirurgia que pode reduzir em até 90% as crises convulsivas em pacientes com
epilepsia, melhorando sua qualidade de vida. Um dos hospitais pioneiros na
realização desta microcirurgia no Brasil é o INC (Instituto de Neurologia de
Curitiba), centro hospitalar de referência especializado em alta complexidade e
patologias.
De acordo com o Dr.
Murilo Meneses, Chefe da Unidade de Cirurgia de Epilepsia do INC, a Terapia VNS
é uma alternativa moderna e menos invasiva adotada para reduzir os sintomas da
epilepsia. Embora pouco conhecido no país, o procedimento é muito adotado em
países da Europa e Estados Unidos.
No INC, a técnica é
utilizada com frequência. Consiste no implante de um eletrodo no nervo vago
esquerdo que é conectado a um gerador que fica no tórax. O gerador, ou
marca-passo, é regulado para enviar estímulos através do nervo vago até o
cérebro, o que faz inibir as crises convulsivas. Como esse nervo fica no
pescoço, não é necessária intervenção intracraniana, o que chama mais atenção
dos pacientes.
“Cerca de 20 a 30%
dos pacientes submetidos a medicamentos, mesmo a altas doses, persistem com as
crises de convulsão. Nestes casos, fazemos uma investigação detalhada para
observar a origem ou o foco epileptogênico. Algumas patologias como os tumores,
esclerose mesial temporal, podem ter um tratamento específico com uma
micro-secção neurocirúrgica. A estimulação do nervo vago é uma opção moderna e
bem menos invasiva pois é uma cirurgia extra-craniana”, explica o Dr. Murilo
Meneses.
Para que possa ser
realizada, a Terapia VNS precisa contar com uma equipe qualificada com
neurocirurgião, neurologistas especializados, epileptologista,
neurofisiologista, neuropsicólogo, psiquiatra, entre outros profissionais como
especialistas em neuroimagem. “A neuroestimulação cerebral tem sido utilizada
no mundo inteiro inclusive para outras doenças como Parkinson e doenças
psiquiátricas”, finaliza o especialista.
Dr. Murilo Meneses - Possui
graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, mestrado e doutorado
em Anatomia pela Université de Picardie, França, e pós-doutorado pela Mayo
Clinic Fondation, EUA. Tem formação em Neurocirurgia e diploma pela Sociedade
Francesa de Neurocirurgia, com título de especialista pela Sociedade Brasileira
de Neurocirurgia. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do
Paraná e Neurocirurgião do Instituto de Neurologia de Curitiba, sendo
Coordenador das Unidades de Neurocirurgia Funcional e Endovascular.
Hospital INC
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