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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Obesidade contribui para surgimento do câncer de tireoide



Avaliação do IARC mostra ligação direta do ganho de peso com
o surgimento de oito tipos de câncer


Avaliação da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) alerta que estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver o câncer de tireoide, doença que afetou quase 7 mil brasileiros em 2016 - Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além deste tipo de câncer, a avaliação também atribui o aparecimento de outros sete tipos da patologia (estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, meningioma e mieloma múltiplo) em virtude do ganho de peso.

Muito ouve-se sobre a tireoide, mas pouco sabe-se sobre ela. A tireoide é uma glândula localizada próxima à garganta que produz e libera hormônios que contêm iodo, triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), responsáveis por regular a função de diversos órgãos, auxiliando no crescimento e equilíbrio metabólico do organismo.

Para a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), 60% da população brasileira terá algum nódulo ao longo da vida, e cerca de 5% desses serão cancerosos. A presença de nódulos benignos na tireoide não é anormal, no entanto, é necessário ter atenção. Apesar da frequência com que os nódulos são identificados no dia a dia clínico, dois fatores chamam a atenção: o sobrepeso e o gênero.

“O excesso de gordura favorece o câncer por diversas maneiras. Ele causa um processo inflamatório crônico e modifica a resposta imunológica do organismo e aumenta níveis de insulina, o que favorece a multiplicação de células malignas e aumenta níveis de hormônios que podem estimular o desenvolvimento do câncer. Outro indicador importante é que a doença acomete 5 vezes mais mulheres do que homens”, ressalta Dra. Débora Danilovic, Médica da Unidade de Tireoide do Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM 25) da Faculdade de Medicina da USP e médica assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.

No Brasil, o número de pessoas com sobrepeso ultrapassou os 53,9%, dentro dessa porcentagem a faixa etária que mais corre riscos está entre 45 e 64 anos, e do total de obesos, 50,8% são mulheres (Vigitel 2015). A especialista reforça ainda que “embora a patologia possa ocorrer em indivíduos de diferentes gêneros, a população feminina está mais suscetível”.  

Como tratar
Apesar de ser uma doença com progressão lenta, o diagnóstico precoce é essencial para o combate ao câncer. Na maioria dos casos, os pacientes diagnosticados ainda na fase inicial e com acesso ao tratamento correto conseguem minimizar impactos no seu bem-estar. Além da palpação do nódulo, sintomas como dificuldade de engolir, problemas respiratórios, inchaço na região do pescoço, rouquidão e alterações na voz são sinais de alerta que acompanham a doença.

Quando diagnosticado, o tratamento se dá pela cirurgia para a retirada da tireoide e, posteriormente, com a reposição de seu hormônio, que substitui a glândula ao longo da vida. Em alguns casos, além da cirurgia, o tratamento é complementado por terapias com iodo radioativo. 

Nos tipos mais agressivos e estágios mais avançados da doença, com metástase, as lesões podem ser resistentes a esses tratamentos e não respondem bem a quimioterapia. O paciente tem como opções então o tratamento com sorafenibe (Nexavar®, da Bayer), aprovado pela ANVISA, que inibe o crescimento do câncer e reduz a formação dos vasos sanguíneos que o nutrem, ou a participação em estudos clínicos que investigam novos agentes terapêuticos. 





Bayer




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