Avaliação do IARC mostra
ligação direta do ganho de peso com
o surgimento de oito tipos
de câncer
Avaliação da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
(IARC) alerta que estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver o câncer
de tireoide, doença que afetou quase 7 mil brasileiros em 2016 - Instituto
Nacional de Câncer (INCA). Além deste tipo de câncer, a avaliação também atribui
o aparecimento de outros sete tipos da patologia (estômago, fígado, vesícula
biliar, pâncreas, ovário, meningioma e mieloma múltiplo) em virtude do ganho de
peso.
Muito ouve-se sobre a tireoide, mas pouco sabe-se sobre ela.
A tireoide é uma glândula localizada próxima à garganta que produz e libera
hormônios que contêm iodo, triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), responsáveis
por regular a função de diversos órgãos, auxiliando no crescimento e equilíbrio
metabólico do organismo.
Para
a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM), 60% da população brasileira terá algum nódulo ao longo
da vida, e cerca de 5% desses serão cancerosos. A presença de
nódulos benignos na tireoide não é anormal, no entanto, é necessário ter
atenção. Apesar da frequência com que os nódulos
são identificados no dia a dia clínico, dois fatores chamam a atenção: o
sobrepeso e o gênero.
“O
excesso de gordura favorece o câncer por diversas maneiras. Ele causa um
processo inflamatório crônico e modifica a resposta imunológica do organismo e
aumenta níveis de insulina, o que favorece a multiplicação de células malignas
e aumenta níveis de hormônios que podem estimular o desenvolvimento do câncer.
Outro indicador importante é que a doença acomete 5 vezes mais mulheres do que
homens”, ressalta Dra. Débora Danilovic, Médica da Unidade de Tireoide
do Laboratório de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM 25) da Faculdade de
Medicina da USP e médica assistente do Instituto do Câncer do Estado de São
Paulo.
No
Brasil, o número de pessoas com sobrepeso ultrapassou os 53,9%, dentro
dessa porcentagem a faixa etária que mais corre riscos está entre
45 e 64 anos, e do total de obesos, 50,8% são mulheres (Vigitel
2015). A especialista reforça ainda que “embora a patologia possa ocorrer em
indivíduos de diferentes gêneros, a população feminina está mais suscetível”.
Como tratar
Apesar
de ser uma doença com progressão lenta, o diagnóstico precoce é essencial para
o combate ao câncer. Na maioria dos casos, os pacientes diagnosticados ainda na
fase inicial e com acesso ao tratamento correto conseguem minimizar impactos no
seu bem-estar. Além da palpação do nódulo, sintomas como dificuldade de
engolir, problemas respiratórios, inchaço na região do pescoço, rouquidão e
alterações na voz são sinais de alerta que acompanham a doença.
Quando
diagnosticado, o tratamento se dá pela cirurgia para a retirada da tireoide e,
posteriormente, com a reposição de seu hormônio, que substitui a glândula ao
longo da vida. Em alguns casos, além da cirurgia, o tratamento é complementado
por terapias com iodo radioativo.
Nos tipos mais
agressivos e estágios mais avançados da doença, com metástase, as lesões podem
ser resistentes a esses tratamentos e não respondem bem a quimioterapia. O
paciente tem como opções então o tratamento com sorafenibe (Nexavar®, da
Bayer), aprovado pela ANVISA, que inibe o crescimento do câncer e reduz a
formação dos vasos sanguíneos que o nutrem, ou a participação em estudos
clínicos que investigam novos agentes terapêuticos.
Bayer
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