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domingo, 23 de outubro de 2016

“Ultrassonografia não substitui mamografia no diagnóstico de câncer de mama”, alerta mastologista




O câncer de mama ainda é a doença com maior incidência de morte no Brasil e, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é a segunda mais frequente no mundo, com expectativa de 57 mil novos casos no país apenas em 2016.

Esse quadro se deve, em grande parte, pelo diagnóstico tardio. A médica Heliégina Palmieris, ginecologista e mastologista do Hospital São Camilo, explica que a demora em diagnosticar acontece pois, no início, a doença é silenciosa e o nódulo pode estar localizado em uma região mais profunda da mama, de difícil percepção. “Por esse motivo, o acompanhamento anual realizado por um ginecologista é a principal ferramenta de defesa, já que o diagnóstico precoce aumenta, em até 90%, as chances de cura”, ressalta.

A descoberta da doença pode ser realizada por meio da mamografia e da ultrassonografia das mamas. No entanto, há algumas diferenças entre os exames. De acordo com a especialista do Hospital São Camilo, o principal deles é a mamografia.

Muitas mulheres, por medo da possibilidade de dor durante a realização da mamografia, optam por fazer apenas ultrassonografia. No entanto, a especialista afirma que a ultrassonografia de forma isolada é inferior à mamografia para o diagnóstico do câncer de mama. “Os métodos se complementam, mas é importante destacar que a ultrassonografia não deve substituir a mamografia”, enfatiza.

A principal limitação da ultrassonografia é a incapacidade de detectar microcalcificações, bem como apesentar um alto número de resultados falsos positivos (lesões suspeitas na ultrassonografia levando a necessidade da biópsia de várias lesões que na realidade são benignas). Já as vantagens se encontram na capacidade de diferenciar lesões sólidas (nódulos) de lesões císticas (cistos mamários), complementar os casos que geram dúvidas na mamografia e permitir melhor avaliação dos gânglios axilares. 

Faixa etária
Outra diferença entre os procedimentos é a faixa etária das pacientes. Para a realização da mamografia, por exemplo, é indicado que as mulheres tenham 40 anos ou mais. “A mama de pacientes acima de 35/40 anos começa a ter menos densidade e assim permitem melhor resolução da mamografia, que tem capacidade de identificar lesões em mamas menos densas.  Já a ultrassonografia é capaz de identificar lesões em tecidos mais densos”, explica a especialista.

Apesar da indicação, pacientes com histórico de câncer na família, principalmente, em parentes de primeiro grau, como mãe e irmã, têm maior probabilidade para desenvolver a doença. Nestes casos específicos, o exame mamográfico pode ser realizado de forma mais precoce. “Mais importante que definir uma idade específica para a realização dos exames, é fundamental o acompanhamento de um ginecologista ou mastologista que possa conduzir cada caso de forma individualizada”, recomenda.





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