O câncer de
mama ainda é a doença com maior incidência de morte no Brasil e, segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é a segunda mais frequente no
mundo, com expectativa de 57 mil novos casos no país apenas em 2016.
Esse quadro se deve, em grande
parte, pelo diagnóstico tardio. A
médica Heliégina Palmieris, ginecologista e mastologista do Hospital
São Camilo, explica que a demora em diagnosticar acontece pois, no início,
a doença é silenciosa e o nódulo pode estar localizado em uma região mais
profunda da mama, de difícil percepção. “Por esse motivo, o acompanhamento
anual realizado por um ginecologista é a principal ferramenta de defesa, já que
o diagnóstico precoce aumenta, em até 90%, as chances de cura”, ressalta.
A descoberta da doença pode ser
realizada por meio da mamografia e da ultrassonografia das mamas. No entanto,
há algumas diferenças entre os exames. De acordo com a especialista do Hospital
São Camilo, o principal deles é a mamografia.
Muitas
mulheres, por medo da possibilidade de dor durante a realização da mamografia,
optam por fazer apenas ultrassonografia. No entanto, a especialista afirma que
a ultrassonografia de forma isolada é inferior à mamografia para o diagnóstico
do câncer de mama. “Os métodos se complementam, mas é importante destacar que a
ultrassonografia não deve substituir a mamografia”, enfatiza.
A
principal limitação da ultrassonografia é a incapacidade de detectar
microcalcificações, bem como apesentar um alto número de resultados falsos
positivos (lesões suspeitas na ultrassonografia levando a necessidade da
biópsia de várias lesões que na realidade são benignas). Já as vantagens se
encontram na capacidade de diferenciar lesões sólidas (nódulos) de lesões
císticas (cistos mamários), complementar os casos que geram dúvidas na
mamografia e permitir melhor avaliação dos gânglios axilares.
Faixa etária
Outra diferença entre os
procedimentos é a faixa etária das pacientes. Para a realização da mamografia,
por exemplo, é indicado que as mulheres tenham 40 anos ou mais. “A mama de
pacientes acima de 35/40 anos começa a ter menos densidade e assim permitem
melhor resolução da mamografia, que tem capacidade de identificar lesões
em mamas menos densas. Já a ultrassonografia é capaz de identificar
lesões em tecidos mais densos”, explica a especialista.
Apesar da indicação, pacientes
com histórico de câncer na família, principalmente, em parentes de primeiro
grau, como mãe e irmã, têm maior probabilidade para desenvolver a doença.
Nestes casos específicos, o exame mamográfico pode ser realizado de forma mais
precoce. “Mais importante que definir uma idade específica para a realização
dos exames, é fundamental o acompanhamento de um ginecologista ou mastologista
que possa conduzir cada caso de forma individualizada”, recomenda.
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