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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Hepatite ‘ataca’ também no carnaval




Cuidados simples, como o uso de preservativo nas relações sexuais, evitam o contato com os vírus, alerta o Hospital de Transplantes de SP

A maior festa popular do país também esconde “vilões” como os vírus das hepatite A, B e C, que atacam o organismo de forma silenciosa e podem causar danos irreversíveis ao fígado.
Para evitar o contato com a doença, principalmente durante o carnaval, é importante seguir algumas recomendações. 
Segundo o médico hepatologista Carlos Baia, coordenador dos transplantes de fígado do Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, unidade da Secretaria de Estado da Saúde gerenciada em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), o uso de preservativo é fundamental para evitar a contaminação com o vírus do tipo B, que em 70% dos casos é transmitido em relações sexuais e tem poder de contágio até 100 vezes mais do que o vírus da Aids. O sexo com camisinha também protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da Aids.
“Sexo seguro deve ser feito com camisinha, seja durante o carnaval, ou ao longo do ano. O contágio com a hepatite B pode ocorrer em uma única relação sem proteção”, enfatiza. 
A vacina contra a hepatite B está disponível na rede pública de saúde para pessoas com até 49 anos de idade. Para garantir a imunização são necessária três doses.
Também é importante ficar atento na hora das refeições. Alimentos e até mesmo água comercializados nas ruas ou em ambientes precários, sem que haja condições básicas de higiene, podem estar contaminados e servir de vetores para a hepatite A. O ideal é evitar, inclusive, dividir copos, latinhas de cerveja e talheres, pois este tipo de vírus é transmitido, também, pelo contato pessoal. 
“A troca de saliva pode transportar o vírus. Portanto, não compartilhar bebidas com desconhecidos, por exemplo, é uma forma de prevenção”, explica o especialista. 
A hepatite C é a maior responsável pela cirrose hepática em todo Brasil e desencadeia cerca de 40% dos transplantes de fígado realizados no Estado. Transmitido pelo sangue contaminado, o vírus do tipo C sobrevive por várias horas ou até por alguns dias fora do corpo. “A maior preocupação em períodos de festa é com os usuários de drogas injetáveis, que costumam dividir seringas e, sem saber, acabam se contaminando”, destaca Carlos Baia.
 A preparação para o carnaval também exige cuidados contra as hepatites B e C. Para as mulheres a dica é levar o seu próprio kit com alicate e outros instrumentos às manicures. Já os homens devem ficar atentos à higiene com tesouras e outros utensílios na ida ao barbeiro. E se a folia incluir, também, uma nova tatuagem no corpo, só vale se as agulhas do estúdio forem esterilizadas. 

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