Neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz fala
sobre a doença que acomete com mais frequência mulheres. Alterações hormonais
da gravidez e menopausa podem minimizar os sintomas
Quem sofre de enxaqueca deve tomar alguns cuidados para evitar as
temidas “crises” caracterizadas por dores de cabeça intensas e latejantes,
náuseas e intolerância à luminosidade e barulho. A enxaqueca é um tipo de dor
de cabeça que acomete com mais frequência mulheres entre 20 e 35 anos,
principalmente no período pré-menstrual. Embora a medicina ainda não tenha
encontrado a cura da enxaqueca, existem tratamentos eficazes para diminuir a
intensidade e frequência das dores.
Dr. Álvaro Pentagna, neurologista do Hospital e Maternidade São
Luiz, unidade Itaim, esclarece as principais dúvidas sobre a enxaqueca:
1.
Quais são os sintomas mais comuns da enxaqueca?
Dor de cabeça latejante
geralmente em apenas um lado da cabeça, náusea e sensação de incômodo na
presença de luz e barulho são alguns dos sintomas.
2.
O que pode ser feito para prevenir a enxaqueca?
Ter uma alimentação
saudável rica em frutas, legumes e verduras, não consumir produtos
industrializados, evitar a privação de sono, praticar atividade física
regularmente e reduzir situações de estresse são alguns dos fatores que ajudam
na prevenção da enxaqueca.
3. Por que alguns alimentos
costumam provocar enxaqueca?
Não se sabe como o
alimento influencia no surgimento da enxaqueca. Primeiro é necessário verificar
se, de fato, a enxaqueca é provocada pelo consumo de algum alimento específico
para depois retirá-lo da dieta.
5. Quais são eles?
Os alimentos que causam a
enxaqueca variam de pessoa para pessoa, mas os mais relatados são: embutidos,
laticínios, chocolate, bebidas alcoólicas (principalmente vinho tinto) e com cafeína
(café, chá preto e chá mate), e alimentos ricos em glutamato monossódico
(presente na culinária oriental e em industrializado). Embora menos comum, os
alimentos cítricos também podem desencadear a enxaqueca para algumas pessoas.
6. A enxaqueca acomete mais
homens ou mulheres?
As mulheres são as que mais sofrem de
enxaqueca. Os sintomas começam na adolescência, mas tendem a ser mais intensos
entre os 20 e 35 anos. Outra particularidade da enxaqueca feminina é a presença
de um padrão familiar, ou seja, mãe e filha apresentam os mesmos sintomas e
restrições alimentares.
7.
Existe alguma relação entre as alterações hormonais femininas e a alta
incidência da enxaqueca em mulheres?
Sim, inclusive as crises de enxaqueca
costumam ser mais frequentes no período pré-menstrual. Acredita-se que queda da
progesterona seja um dos fatores que podem provocar a enxaqueca antes da
menstruação. Mulheres que sofrem de enxaqueca com aura (um dos tipos de
encefaleia) devem tomar alguns cuidados pontuais. O uso de anticoncepcional
oral não é recomendado e deve-se evitar o tabagismo, pois a enxaqueca com aura
aumenta o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral) no futuro.
8.
A incidência da enxaqueca é a mesma durante a gestação e em mulheres na
menopausa?
Durante a gravidez o quadro de
enxaqueca costuma melhorar ou, pelo menos, permanecer igual. Já na menopausa,
as mulheres param de ter enxaqueca devido às alterações hormonais.
9.
O que fazer durante uma crise de enxaqueca?
Recomenda-se ir para um
local silencioso e escuro e tomar o remédio para alívio da dor o quanto
antes.
10. Quais são os tipos de
tratamento?
Existem dois tipos de
tratamento para a enxaqueca: um deles visa acabar com a dor pontualmente, ou
seja, o medicamento (anti-inflamatírios e analgésicos) é usado sob demanda;
enquanto o outro é de caráter preventivo, ou seja, o medicamento deve ser usado
diariamente (com ou sem dor) a fim de evitar ou minimizar a intensidade do
quadro. Neste caso os remédios prescritos costumam ser antidepressivos,
anticonvulsivantes, anti-hipertensivo,
antivertiginos entre outros.
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