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segunda-feira, 15 de julho de 2024

SBPC/ML: hepatite é uma doença silenciosa e exames são importantes para a detecção precoce

As hepatites virais representam um desafio significativo para a saúde pública brasileira. Apesar da disponibilidade de imunização através do Programa Nacional de Imunização (PNI), é essencial destacar a importância da atenção ao saneamento básico e à higiene individual


 
Neste mês de julho, está sendo desenvolvida a campanha “Julho Amarelo”, que foi instituída no Brasil pela
Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. A hepatite é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No Brasil, as hepatites mais comuns são dos tipos A, B e C. A hepatite D ou Delta é mais frequente na região Norte e o a hepatite E é a menos comum. 

A infecção por hepatite pode ser desencadeada por uma variedade de fatores socioambientais, incluindo a ingestão de água ou alimentos contaminados devido à falta de saneamento básico, contato sexual desprotegido e outras formas de exposição a sangue ou fluidos corporais infectados. 

Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre 2000 e 2021, foram diagnosticados mais de 700 mil casos de hepatites no Brasil, resultando em mais de 62 mil óbitos atribuídos à hepatite C durante esse período. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta preocupante, indicando um aumento significativo nas mortes relacionadas às hepatites, atingindo a alarmante marca de 3,5 mil óbitos por dia em escala global. 

De acordo com João Renato Rebello Pinho, médico Patologista Clínico e membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML), uma detecção precoce da infecção pelo vírus da hepatite é fundamental para um tratamento eficaz. 

O desafio da infecção para hepatite C é a ausência de sintomas e sinais precoces da doença, o que dificulta o seu diagnóstico. É crucial que a comunidade médica solicite sorologias para as hepatites A, B e C e discuta a imunização para prevenção das hepatites A e B", ressaltou o especialista, acrescentando que a vacinação contra hepatite A, administrada em dose única aos 15 meses, e hepatite B, administrada ao nascer e completada na adolescência e fase adulta, conforme o esquema vacinal, são fundamentais para prevenir essas infecções, sendo previstas no Programa Nacional de Imunizações. 

Para uma abordagem eficaz no tratamento, uma análise laboratorial detalhada é essencial, especialmente em casos com sintomas claros como icterícia ou em casos assintomáticos. Rebello explica que, além disso, "é importante considerar que as hepatites podem ser causadas por outros vírus, bactérias, uso excessivo de medicamentos ou ingestão de álcool". 

Para o diagnóstico das hepatites B e C, uma variedade de testes laboratoriais estão disponíveis. No caso da hepatite B, os testes incluem HBsAg, HBeAg, Anti-HBc IgM, Anti-HBc IgG, Anti-HBe e Anti-HBs. 

"Esses testes, combinados, podem confirmar ou descartar a infecção aguda ou crônica, bem como infecções ou vacinações prévias. Já para hepatite C, o teste sorológico principal é o anti-HCV. Se o resultado for reativo, indica a presença da infecção atual ou pregressa, e a realização da carga viral é essencial para um diagnóstico definitivo de doença ativa", enfatizou o patologista clínico da SBPC/ML. 

A prevenção e o diagnóstico precoce das hepatites virais exigem uma abordagem abrangente que inclua medidas de imunização, atenção ao saneamento básico, conscientização sobre práticas de higiene individual e acesso a testes laboratoriais eficazes. “Somente através de uma combinação dessas estratégias podemos esperar reduzir significativamente o ônus das hepatites virais no Brasil, protegendo a saúde de nossa população”, reforçou Rebello.

 

SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial



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