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sexta-feira, 12 de julho de 2024

Estudo mapeia principais lesões ortopédicas na prática de beach tennis

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) estima que o número
de praticantes de beach tennis tenha quase triplicado nos últimos
 três anos, de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023.
  Adobe Firefly/IA

 



 

 

Com participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, a pesquisa aponta ocorrências em quase metade dos praticantes da modalidade esportiva


 

A cidade pode não ter praia, mas isso não é impeditivo para a prática do beach tennis, esporte que virou febre no Brasil, tem se popularizado nos últimos anos e ganhado centenas de espaços voltados à modalidade Brasil afora.

 

Por ser um esporte ao ar livre, com turmas, em geral, de no máximo seis pessoas, o beach tennis ganhou força no fim da pandemia. A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) estima que o número de praticantes tenha quase triplicado nos últimos três anos, de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023.

 

Como qualquer atividade esportiva, as lesões por esforço fazem parte do cotidiano dos praticantes e, diante da popularidade do beach tennis, a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) investigou o cenário. Estudo publicado neste mês revelou que quase metade dos adeptos sofrem com problemas ortopédicos. Segundo o presidente da SBCM e um dos autores do estudo, Antonio Carlos da Costa, até então, havia apenas um artigo científico realizado na França sobre as lesões ortopédicas na prática do beach tennis.

 

“Existem diversos estudos sobre as lesões nos praticantes de tênis de campo. No entanto, esses dados não podem ser transpostos para o beach tennis, pois os esportes de quadra e de areia diferem na sua superfície, como também na raquete e na cinemática do esporte”, explica Costa.

 

Foi realizado um estudo transversal, com aplicação de questionário presencial, respondido por 160 praticantes regulares de beach tennis por pelo menos seis meses, com idade acima de 18 anos. A avaliação ocorreu durante torneios e treinos em clubes das cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, entre setembro de 2021 e janeiro de 2022.

 

A presença de lesões ortopédicas foi relatada por 48,8% dos participantes, sendo a maior prevalência encontrada nos membros inferiores (30%), 25% nos membros superiores e 11,3% na coluna.

 

“Nos membros superiores, as maiores prevalências de lesões foram as tendinopatias (47,5%). Alguns tipos que podem ocorrer, por exemplo, são a tendinite de De Quervain, inflamação dos tendões na base do polegar, causada por movimentos repetitivos de rotação e preensão da raquete; e a tenossinovite, inflamação da bainha dos tendões, que pode ocorrer em várias áreas das mãos e punhos devido aos movimentos vigorosos de agarrar e manipular a raquete”, explica o presidente da SBCM.

 

O estudo constatou que o maior número de jogadores com lesões ortopédicas foi encontrado nos praticantes entre 13 e 36 meses (33,8%) e houve maior incidência de lesão em indivíduos que treinavam mais horas por semana.

 

O ortopedista lista algumas ações para a prevenção de lesões na prática de beach tennis. “Incorpore exercícios de fortalecimento e alongamento específicos para os músculos e tendões envolvidos no beach tennis, para aumentar a resistência e flexibilidade. Foque em uma técnica correta ao bater na bola e ao realizar movimentos de arremesso, minimizando o impacto nos tendões. E uma outra questão, não menos importante: Alterne períodos de jogo com períodos de descanso adequado para permitir a recuperação dos tendões e músculos”, conclui.

 



Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão - SBCM
www.cirurgiadamao.org.br


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