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sábado, 20 de julho de 2024

Ansiedade causa fome e perda de apetite, psicóloga explica


As mudanças nos hábitos alimentares diante da ansiedade podam se manifestar na fome ou na ausência do apetite. A psicóloga Valeska Bassan, especialista em transtornos alimentares de São Paulo e co-autora do primeiro livro sobre o tema, intitulado de ‘Manual de Psicoterapia dos Transtornos Alimentares’, fala que, apesar da diferença, os dois extremos estão ligados ao ‘comer emocional’. 

“Muitas pessoas recorrem à comida como uma forma de lidar com emoções negativas, como ansiedade. Isso pode levar ao consumo excessivo de alimentos, especialmente aqueles ricos em açúcar e gordura, que podem proporcionar uma sensação temporária de conforto. Já outros, podem experimentar uma drástica diminuição do apetite provocadas pelo estresse que a ansiedade traz e pode desencadear a liberação de hormônios que suprimem a fome, resultando em uma ingestão reduzida de alimentos”, explica. 

A especialista fala que a ansiedade pode aumentar os desejos por certos tipos de alimentos, geralmente aqueles considerados "confortáveis" ou "reconfortantes". Isso pode incluir alimentos ricos em carboidratos, açúcares e gorduras. “Em casos mais extremos, a ansiedade pode estar associada a distúrbios alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar”, fala. 

Para Valeska, ainda é preciso ter atenção aos sinais da mastigação nervosa, que é o hábito de mastigar constantemente quando estão ansiosas, mesmo que não estejam realmente com fome. “Por isso que reconhecer os gatilhos e as situações ou emoções que desencadeiam a ansiedade e os comportamentos alimentares associados, ajudam a identificar os padrões e controlá-los para não recorrer à comida como forma de alívio emocional. Nestes casos, as dietas muito restritivas podem aumentar o estresse e a ansiedade em relação à alimentação”, alerta. 

Valeska lembra que cada pessoa é única, e o que funciona para uma pode não funcionar para outra. “É importante encontrar estratégias que funcionem para cada um individualmente e buscar ajuda profissional para lidar com a aceitação corporal de modo saudável tanto do ponto de vista emocional, quanto do fisiológico, evitando assim as doenças da mente e do corpo”, finaliza. 



Valeska Bassan - Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein. Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP). Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.
@psicologavaleskabassan


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