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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Com alta nos preços dos alimentos, gasolina e gás, especialista explica como economizar para ter uma reserva de emergência

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Anbima, o desejo de comprar a casa própria ficou, pela primeira vez, atrás da intenção de criar uma reserva de emergência


Preço do litro da gasolina chegando ao patamar de R$7,00, gás de cozinha mais caro, itens básicos do supermercado atingindo valores altíssimos e a bandeira de conta de luz subindo para 50%. Com todas essas mudanças acontecendo, os brasileiros já começam a pensar em alternativas para conseguir ter uma economia de emergência para não passar aperto. Tanto que, pela primeira vez, o desejo de comprar a casa própria ficou atrás da intenção de criar uma reserva de emergência.

É o que mostra a quarta edição da pesquisa “Raio X do Investidor”, elaborada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha. Segundo o levantamento, 27% dos entrevistados disseram que vão reservar o dinheiro guardado em 2020 para uma situação de emergência, um aumento de 10% se comparado com o ano de 2019.

Desde a primeira edição da pesquisa, a compra de um terreno ficava sempre em primeiro lugar, porém, esse ano caiu, e só 26% disserem que a economia será para comprar um imóvel, sendo que em 2019 esse percentual era de 35%. “Por ser um período de incertezas, os brasileiros costumam ter receio de que algum imprevisto aconteça e fiquem sem uma reserva de emergência para pagar as contas”, explica o educador financeiro Tiago Cespe, fundador da Cespe Educação Financeira.

Apesar de parecer algo simples, iniciar uma reserva de emergência não é algo tão fácil para quem não está acostumado abrir mão de certos gastos que fazem parte da rotina ou até mesmo para aqueles que costumam comprar tudo com cartão de crédito. “Para guardar dinheiro é necessário ter disciplina de modo a não correr o risco de ficar usando as economias para pagar pequenas despesas aleatórias que são capazes de reduzir drasticamente a quantia reservada para uma emergência”, explica Cespe.

Para quem está querendo aprender mais sobre como conseguir criar uma reserva de emergência, ou até mesmo como despertar o hábito de guardar dinheiro, o educador financeiro explica alguns tópicos fundamentais para garantir uma economia eficiente e sem traumas, confira:


- Colocando tudo no papel

Com a correria do dia-a-dia, ninguém consegue analisar com calma os gastos que acabam passando despercebidos na rotina. Para conseguir ver com clareza esses valores, o ideal é criar uma planilha e listar tudo o que se consome em um dia, uma semana ou em um mês. Isso pode ser feito tanto em um caderno ou até em uma planilha do excel, o importante é ter tudo anotado, mesmo que seja um valor considerado irrelevante.


- Analisando os gastos

Após elencar em uma planilha todos os gastos, agora é o momento de analisar aquilo que nós gastamos sem necessidade. Sabe aquele café da manhã de padaria, caprichado? Então, será que é mesmo necessário todo dia fazer esse tipo de refeição fora de casa? E o jantar no final de semana no restaurante badalado, será que não pode ser substituído por um encontro em família ou com os amigos? O importante aqui é cortar aquilo que passa despercebido e que não é necessário ser feito com frequência.


- Cuidado com o débito automático

Você decide se matricular em uma academia e para facilitar coloca o pagamento em débito automático. Acontece que o seu projeto verão durou apenas uma semana e você parou de ir à academia, porém, esqueceu de cancelar o contrato e acabou pagando três meses consecutivos sem ter colocado os pés mais do que cinco vezes no estabelecimento. Sim, essa é uma situação que acontece com frequência, portanto, cuidado na hora de colocar as mensalidades no débito automático para não ter prejuízos.


- Conheça sua realidade financeira

O cartão de crédito ajuda bastante na hora de comprar um celular de última geração ou até mesmo no momento de comprar um carro mais moderno, mas esses itens fazem mesmo parte da sua realidade financeira? Sim, quanto mais caro for um produto eletrônico ou automóvel, maior será a conta no momento de pagar pela manutenção ou conserto de alguma peça, portanto, esqueça o hábito de ostentar e compre apenas aquilo que você pode pagar.


- Atenção com as compras online         

A pandemia acabou impulsionando um hábito que se popularizou nos últimos tempos, mas que ganhou ainda mais força nesse período: as compras online. Quando você busca um produto em um site de pesquisas, esse site irá te indicar sempre lojas parceiras da empresa. Porém, nem sempre os preços são os mais acessíveis, portanto, bloco de notas aberto para analisar loja por loja. Outra dica é que se for um produto realmente necessário e utilizado com frequência, comprar mais de uma unidade pode ser mais vantajoso, até para economizar no frete. 

- Delivery com moderação

Nunca utilizamos tanto aplicativos de comida delivery como agora. Prático e fácil, ajuda bastante naquele dia que ninguém quer cozinhar. Mas é necessário usar esse serviço com moderação para não se assustar com a conta no final do mês. Cozinhar também pode ser uma terapia bastante prazerosa, então, ao invés de pedir aquele lanche caprichado no restaurante, cozinhe com a família ou os amigos.


- Atenção com a água e com a luz

Deixar a televisão ligada sem qualquer pessoa assistindo, banhos que duram 30 minutos e deixar todas as luzes acessas mesmo que não haja pessoas nos cômodos. Sim, isso acontece com muita frequência e acaba passando despercebido. Portanto, atenção no controle do uso da água e da luz para não ter uma surpresa com a conta do mês.

 


Cespe Educação Financeira


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