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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

ViaQuatro e ViaMobilidade apoiam a Operação Corta-Fogo e alertam passageiros sobre ações que podem causar incêndios

Mensagens estarão nos vídeos dos monitores de trens e estações e em cartazes fixados nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda

 

Cartaz de alerta sobre riscos de soltar balões


Para alertar os passageiros sobre os riscos de acender fogueiras e soltar balões, prática que é crime, a ViaQuatro e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô e 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, aderiram à iniciativa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e passam a divulgar a campanha “Operação Corta-Fogo”.

 

Dividida em fases de acordo com as necessidades e priorizações que cada período exige, a Operação Corta-Fogo alia intensificação nas ações de combate ao fogo e de fiscalização repressiva ao reforço na conscientização da população sobre os impactos dos incêndios. Assim, até 31 de outubro, cartazes permanecerão fixados nos painéis de informação e vídeos serão exibidos nos monitores de trens e estações das quatro linhas operadas pelas concessionárias.

 

Além do alerta sobre a questão de balões e fogueiras, as peças da campanha pretendem estimular as boas práticas de prevenção e informar os impactos negativos que outras ações têm em toda sociedade, como por exemplo realizar queimadas irregulares. Para ampliar o alcance das mensagens, os conteúdos também estarão presentes em postagem nas redes sociais das concessionárias.  

 

O principal objetivo da Operação Corta-Fogo é combater incêndios florestais em todo o Estado de São Paulo, situações que destroem a flora e a fauna, além de degradar solos, causar prejuízos econômicos e oferecer riscos de acidentes e problemas de saúde à população.

 

“Promover campanhas como a Operação Corta-Fogo é fundamental para reforçar os cuidados necessários com a saúde e segurança de toda população, além contribuir com a conservação do meio ambiente”, afirma Juliana Alcides, Gerente Executiva de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro e ViaMobilidade.


 

Balanço

 

Em 2021 foram registrados, em todo o estado, 239 focos de incêndios em áreas protegidas, que culminaram com a queima de mais de 12 mil hectares de mata, sendo 9.986 dentro das Unidades de Conservação- UCs e 2.893 nas zonas de amortecimento.

 

Neste período, mais de 75% dos 234 focos tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas, que culminaram com a queima de mais de 23 mil hectares de mata, sendo 14.993 dentro das Unidades de Conservação- UCs e 8.864 nas zonas de amortecimento. Em 2022, das 60 ocorrências registradas até agora, maior parte também está relacionada ao uso irregular do fogo.

 

Somente nos sete primeiros meses deste ano, segundo dados da Polícia Militar Ambiental, foram apreendidos 88 balões por meio dos patrulhamentos e atividades de inteligência e fiscalização. O número equivale a quase 53% do total de balões recolhidos no ano de 2021. 

 

Ao todo, 187 pessoas foram autuadas e quatro fábricas clandestinas de balões foram fechadas. Importante destacar que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios tanto florestais quanto urbanos é crime ambiental com pena de um a três anos de prisão ou multa.

 

O incêndio florestal prejudica a vegetação e causa a morte de animais silvestres, além de aumentar a poluição do ar, diminuir a fertilidade do solo, oferecer risco de queimaduras, acidentes com vítimas e causarem problemas de saúde na população.


 

Fases da Corta-Fogo

 

Fase verde (janeiro a março, novembro e dezembro): essa fase é dividida em duas etapas. A primeira delas, de janeiro a março, é dedicada a atividades de planejamento e início das medidas de prevenção e preparação. No final do ano, é realizada uma avaliação da temporada de incêndios e são iniciados os preparativos para o ano seguinte.


 

Fase amarela (abril e maio): a fase amarela requer foco nas ações preventivas e de preparação para enfrentar os incêndios florestais. Nessa fase, as atividades de treinamento, capacitação, elaboração e revisão de planos preventivos e de contingência ganham prioridade.


 

Fase vermelha (de junho a outubro): nessa fase, as ações de combate ao fogo e de fiscalização repressiva são priorizadas e as estratégias de comunicação e campanhas preventivas ganham reforço.


 

Serviço – Campanha “Operação Corta-Fogo”

Até 31 de outubro de 2022

Cartazes fixados nos painéis de informação e vídeos informativos nos monitores de trens e estações e nas redes sociais das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda.

 

Empresas: Veja como fazer as suas campanhas digitais pelos olhos da geração Z na Black Frida

Esse público está focado em empresas que defendem uma causa 
Imagem: Unsplash

No Brasil, 23 milhões de pessoas participam desse grupo, e compram mais digitalmente

 

Todo ano a Black Friday, última sexta-feira do mês de novembro, leva consumidores e comerciantes à loucura com as super promoções para queimar o estoque de milhares de lojas ao redor do mundo. Nessa época, é uma ótima oportunidade para as empresas fecharem o ano com chave de ouro, mas para isso é necessário ter campanhas que conquistem o público. A geração Z vem conquistando o mercado, por terem mais liberdade, abertura e coragem para conhecer o novo, saindo da zona de conforto com tranquilidade e focando nos seus conceitos. E muitas empresas estão ganhando reconhecimento com o marketing digital feito por esses nativos digitais.

 

Dados da empresa de consultoria, McKinsey, mostra que só no Brasil, a Geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, representa 20% da população, mais precisamente 23 milhões de jovens, que estão conectados no mundo digital. No estudo da Student Beans (site que oferece descontos aos alunos) realizado com pessoas da geração Z, ao serem perguntados "de onde você tira ideias de compras para a Black Friday?", a maioria dos entrevistados escolheram opções relacionadas a internet: Social media (63%), visitas ao site da marca (58%), e-mails marketing (43%), Pesquisas no Google (42%) e Recomendações de Influenciadores (27%). 

“Eles possuem fácil acesso a todo tipo de informação e vão em busca de um produto, buscando justamente o que eles querem, campanhas com mais autenticidade e personalização. Podemos dar, claramente, um exemplo das campanhas temporárias dentro das empresas, como o setembro amarelo: milhares de empresas falam sobre o assunto, mas quando termina o mês de setembro, esse assunto simplesmente desaparece. Só que para essa geração, é perceptível essa importância de temas que expressam uma causa e muitas vezes deixam de consumir ou acompanhar uma marca quando acontece uma ação que se perde ou que desvaloriza um conceito”, comenta Paulo Leocadio, CEO da Taruman, Agência de Marketing Digital. 

A Pesquisa Tik Tok Brasil, feita pela Opinion Box, empresa de pesquisa de mercado online, mostra que 35% dos usuários já compraram algum produto ou contrataram algum serviço que descobriram na plataforma e 37% deixaram de adquirir um produto por alguém ter falado mal dele na rede social. 

“Muitos gestores acabam perdendo clientes por demorarem a entender qual o desejo e a demanda do seu público e não observarem que tudo está mudando constantemente nos dias de hoje. E que além de grande parte de seus clientes serem geração Z, o ideal é ter dentro da empresa alguns integrantes nessa faixa etária para acompanharem as tendências”, comenta Caio Damasceno, COO da Taruman. 

Essa geração busca empresas éticas e acessíveis, que atuam em causas sociais e tragam inovações ao planeta, independente de qual seja o nicho. É válido destacar também que a Geração Z prefere rapidez na comunicação, onde os vídeos são essenciais para entreter esse público.

Pensando nisso, o especialista em marketing, da Taruman, Caio Damasceno, cita as tendências de vídeos para cada rede social pelos olhos da geração Z:


TikTok:  Nos dias atuais, a melhor maneira de uma marca se comunicar com esse público nas redes sociais é através dos vídeos curtos, que segue alguma trend ou apresenta alguma estratégia específica, com um conteúdo mais dinâmico. O resultado se torna positivo, onde alcançam esse público bem rápido e, consequentemente, todo mundo - já que essa geração domina o digital;

 

Instagram: O reels com similaridade do TikTok é um recurso que também vem se  destacando com a publicação de mais vídeos, lá os público z além de assistir aos vídeos pode ver as fotos e acompanhar os stories, onde ficam disponíveis apenas 24h;

 

Facebook:  A rede perdeu o encanto e uma maior participação da geração z, eles não possuem mais tanto interesse pelos vídeos como há alguns anos, por ser um conteúdo que acaba se repetindo da plataforma vizinha;

 

Youtube: Por lá, sempre é algo mais específico que o público busca. Devido aos vídeos terem uma duração maior, se destaca como um conteúdo mais nichado para um público específico. Ex: Você entra na plataforma para buscar uma receita, assiste-o e sai do aplicativo, sem muita interação. 

 

Uma marca precisa estar bem posicionada frente à concorrência, e através de vídeos e conhecendo o público, poderá compartilhar conteúdos na melhor rede que atender a sua necessidade, e não terá sucesso só na Black Friday, e sim em todas as datas comerciais do ano. Todas as gerações já fazem parte do universo digital, e a sua empresa?! Quer ter o melhor serviço de Marketing Digital para o seu negócio?! Os sócios da Taruman estão sempre por dentro das tendências para entregar um resultado satisfatório e excelente aos seus clientes. Muitas dessas estratégias são executadas por colaboradores que são genZ. Saiba mais sobre a Taruman, aqui.

 

Sem regulamentação, vapers não têm garantias do que estão tragando

Opinião

Proibição em vez da regulamentação provoca cenário de insegurança para usuários adultos (Divulgação)


Sem legalização, proliferam vaporizadores falsificados, sem nenhuma garantia de qualidade, procedência e respeito ao consumidor. Falta de certeza sobre o que os usuários consomem pode agravar problema de saúde pública

 

No Brasil, são aproximadamente 835 mil o número de pessoas que fumam vapes e cigarros eletrônicos, dentre 2,4 milhões de indivíduos que já tiveram algum contato com esses dispositivos. Considerando os adultos que vivem nas capitais brasileiras, 2,3% utilizam esses produtos atualmente, ao passo que 6,7% já o experimentaram ao menos uma vez na vida1. 

Esses números do Ministério da Saúde chamam a atenção por diversos motivos – e não apenas de especialistas em combate ao tabagismo. Considerando que a venda e a importação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são oficialmente proibidos no Brasil desde 2009, a partir de uma resolução da Anvisa, podemos constatar que existe, no mínimo, um descompasso entre a enorme demanda por vaporizadores no país e a postura excessivamente rígida do Estado brasileiro ao vetar qualquer forma de acesso legal a esses produtos. 

O resultado prático disso não poderia ser mais preocupante: o crescimento sem controle do mercado paralelo – que, mesmo sendo ilegal, continua sendo a única forma de absorver a procura desenfreada de quase 1 milhão de usuários por cigarros eletrônicos no Brasil. A fiscalização defendida pela Anvisa em julho desse ano, quando a proibição foi mantida após consulta pública2, até pretende inibir parcialmente (e sem sucesso, dado o estágio avançado da marginalização) a venda de DEFs, mas jamais irá cessar a inegável demanda por esses produtos. 

Enquanto a legalização dos cigarros eletrônicos continua sendo um tabu no Brasil, em que pese essa grande procura, presenciamos a proliferação de vaporizadores falsificados, sem nenhuma garantia de qualidade, procedência e respeito ao consumidor. Um movimento perigoso que só ganha força com o vácuo regulatório e a ausência de obrigações a serem respeitadas – isto é, que não sejam tão simplesmente a não comercialização. 

Com isso, o efeito é contrário ao pretendido. Sim, pois existe ao menos um fator que pode tornar ainda mais difíceis os desafios ligados ao tabagismo, além de agravar os problemas de saúde pública que decorrem desse cenário. Aqui me refiro à falta de controle sobre as substâncias e componentes dos dispositivos que hoje, ainda que ilegalmente, chegam às mãos (e aos pulmões) das pessoas. 

A falta de regulação inibe, por exemplo, a imposição de controles rígidos sobre a concentração de nicotina presente nos líquidos usados no cigarro eletrônico. Regras adequadas poderiam ser criadas inclusive com o apoio de especialistas em saúde pública e controle sanitário com o objetivo de impor limites sobre a quantidade de elementos tóxicos presentes na fumaça do vape. 

Outros eventuais ajustes nas características do produto não acabariam por aí. Com o estabelecimento de regras hoje inexistentes no Brasil, enquanto a oferta de certos tipos de aromatizantes poderia ser reduzida ou até eliminada, recursos de proteção e segurança poderiam se tornar obrigatórios. 

Os variados sabores presentes no líquido (ou juice) do vape, que possuem inúmeros aromas à venda e ganham novas versões todos os dias, são uma fonte de críticas conhecidas e recorrentes. Se é verdade que determinados aromas podem ser apelativos para os mais jovens (grupo que não representa o público-alvo desses dispositivos, vale dizer), seria possível, mediante regulação apropriada, impor limites aos sabores ofertados a fim de prevenir que os cigarros eletrônicos sejam usados indevidamente como iniciação ao tabagismo. 

Outro argumento contrário e frequente envolve o alegado risco de explosão e de queimaduras provocadas pelos DEFs. Aqui novamente a regulação poderia garantir a segurança e a integridade física dos usuários ao exigir a adoção obrigatória de recursos de proteção e ajustes de temperatura e potência, como já acontece nos chamados mods reguláveis. 

É importante levar em conta que existem diferentes estilos, tamanhos e formatos de vaporizadores, com centenas de opções personalizáveis e modelos dos mais variados tipos. Toda essa gama de possibilidades abre espaço para flexibilizar ou endurecer a venda de determinados cigarros eletrônicos de acordo com o risco que cada um deles oferece. 

Há, por exemplo, um líquido conhecido como “free base”, que nos vaporizadores tradicionais oferece mais sabor, mas causa menos saciedade de nicotina, com uma quantidade dessa substância que varia de 0 mg/ml a 12 mg/ml. Esse tipo de juice costuma ser indicado para não fumantes ou usuários que pretendem utilizar o vape apenas como entretenimento. 

Uma regulação poderia vetar a venda desse líquido, com o objetivo de permitir somente vapes voltados a substituir o cigarro tradicional. O mesmo poderia ocorrer com juices com alta concentração de nicotina – há casos que chegam até a 75 mg/ml. Poderia ser liberada apenas a quantidade suficiente para que os dispositivos sirvam como alternativa ao cigarro3.

O ponto central é que, independentemente dos supostos riscos envolvidos e dos elementos que poderiam ou não ser eliminados, uma legalização adequada poderia estabelecer limites sobre a venda de vapes no Brasil sem proibi-los absolutamente, uma vez que esse veto já se mostrou inefetivo à proteção da saúde pública. 

Hoje, contudo, a falta de uma regulação impede que restrições como essas sejam adotadas, o que consequentemente também bloqueia uma constante conformidade da indústria do vape com a saúde pública e o combate ao tabagismo, em nome da segurança e do bem-estar dos consumidores. 

Com os cigarros eletrônicos disponíveis exclusivamente no mercado paralelo, diante de uma inevitável demanda de fumantes adultos, torna-se impossível fazer valer normas que exijam garantias sobre a procedência e a qualidade dos vapes. Em outras palavras, o que temos hoje é um ambiente de absoluta insegurança no qual os usuários não têm certeza sobre qual produto estão consumindo e o que contém cada tragada. 



Fontes:

1. Dados do Ministério da Saúde publicados pela revista Pesquisa, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
2. “Anvisa aprova relatório de AIR sobre Dispositivos Eletrônicos para Fumar, que inclui todos os tipos de cigarros eletrônicos”, matéria publicado no site do Ministério da Saúde em 06/07/2022
3. Guia sobre cigarros eletrônicos publicado pelo site Clube do Vapor em 22/04/2022


Poucos segundos para a meia noite: a escalada de tensões que pode levar a uma catástrofe nuclear

Em 1947, no início daquela que hoje estamos chamando de “Primeira Guerra Fria”, um grupo de cientistas e estudiosos de energia atômica da Universidade de Chicago criou o “relógio do juízo final”. Trata-se de uma contagem simbólica em que a meia noite representaria um apocalipse causado por uma guerra nuclear. À época, um dos momentos em que o relógio quase atingiu a 00 hora foi em 1962, quando da crise dos mísseis de Cuba.

Este ano, ao menos três décadas depois do fim da Guerra Fria, o relógio mais uma vez se aproxima do horário apocalíptico. A escalada de tensões na Europa, que se iniciou com a invasão russa à Ucrânia em fevereiro deste ano, atingiu seu ponto mais tenso em semanas. Na semana passada, enquanto o mundo ainda assistia ao velório da rainha Elizabeth II e se preparava para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o parlamento russo aprovou uma lei que pode condenar a até 15 anos de prisão os críticos das ações militares russas. Para aqueles que se recusarem a lutar ou desertarem, a pena é de 10 anos de reclusão.

Logo após a aprovação da lei, o presidente russo anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para lutar contra a Ucrânia. Trata-se claramente de uma resposta às importantes vitórias ucranianas sobre as tropas russas ocorridas nas últimas semanas. Com moral elevado, armamento ocidental novo e altamente tecnológico, os ucranianos retomaram várias áreas sob controle de Moscou – o que, para Putin, certamente caiu como uma grande vergonha.

Ao convocar reservistas – e com isso gerar uma fuga em massa de homens em idade militar do país e protestos em todas as grandes cidades – Putin, de certa forma, admite o fracasso de sua campanha militar até agora. Trata-se de um claro sinal de que o conflito não só não está saindo como esperado, mas que a Rússia não tem sido capaz de manter o controle das áreas que ocupou.

Mais perigoso do que tudo isso é a carta nuclear: o líder russo afirmou estar disposto a usar bombas nucleares contra a Ucrânia e ameaçou o ocidente como um todo. Considerando que os russos possuem o maior arsenal nuclear do planeta, o uso desse armamento não seria impossível – mas, certamente, traria uma forte reação de todo o mundo. Aqui entram as chamadas “armas nucleares táticas”, de menor potência mas igualmente nocivas. Se essas armas forem de fato utilizadas, aqueles que mantêm apoio velado à Rússia – como China e Índia – dificilmente permaneceriam ao lado de Putin.

Enquanto há analistas que acreditam que a fala do líder russo denota desespero e preocupação com os rumos que o conflito tomou, há quem – como eu – entenda nessa afirmação a demonstração de que Moscou está disposta a lutar por muito tempo, mesmo com as inúmeras sanções ocidentais. No fundo, fica cada vez mais claro que Putin tem pouco a perder.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - especialista em Negócios Internacionais, doutor em estratégia, coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP). @janyegray

 

Entenda por que é importante manter o score alto

Professor Guilherme Pressi, do curso de Ciências Contábeis do Cesuca, explica quais as vantagens e desvantagens que a pontuação do score pode trazer

 

Todo mundo sabe que ter o nome limpo na praça é essencial para conseguir um bom financiamento. Contudo, o fato de você estar adimplente não é garantia de crédito no mercado. Geralmente, as empresas costumam avaliar o score antes de liberar algum crédito. Mas afinal, o que é score e por que ele é importante? 

Segundo o coordenador do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Cesuca, Prof. Me. Guilherme Pressi, o Score é uma pontuação que indica para o mercado se você é um bom pagador. Essa pontuação de crédito vai de zero a 1.000 e representa as chances de você pagar suas contas em dia nos próximos 12 meses. 

“Cada empresa tem sua própria política de concessão de crédito e adota os critérios que desejar, mas, dentre muitos aspectos, a análise é feita levando em consideração: histórico de dívidas, pontualidade no pagamento de contas, inclusive de consumo, como água, luz, telefone e internet. Além dos dados cadastrais atualizados, uso rotativo do cartão, limite do cheque especial e existência ou não de restrição ao nome, como protestos e ações judiciais”, afirma. 

Quanto a renda do consumidor, segundo o especialista, ela não influência na pontuação, servindo apenas para definir limites de crédito que o indivíduo tem direito. Sendo as principais características do score o perfil do indivíduo. O score avalia o histórico da pessoa como pagadora e não apenas um momento específico de crédito. 

“Por esse motivo, negativações passadas podem afetar a sua pontuação. Assim, o score de quem nunca ficou negativado normalmente é mais alto do que alguém que já passou por isso. Mas ele é um sistema dinâmico”, aponta Pressi. 

Agora ter score baixo e nome sujo são situações distintas. Guilherme comenta que “o score baixo decorre do perfil de cliente, já a pessoa inadimplente é aquela que está com o nome sujo, ou seja, que não quita suas dívidas. Por isso, estar negativado significa ter uma dívida ativa cadastrada em algum órgão de proteção ao crédito.” 

Apesar de não estar com o nome negativado, o score baixo representa que os consumidores não são bons pagadores, seja porque atrasaram as dívidas ou por terem deixado as mesmas em aberto, o que impacta a vida financeira. “Você possivelmente vai ter dificuldades para conseguir aprovação de produtos financeiros, como um empréstimo ou cartão de crédito, e, em alguns momentos, a pessoa até pode conseguir a liberação, mas será com taxas de juros bem maiores do que se tivesse um número mais elevado no score”, contextualiza. 


Mas afinal, é possível conseguir um financiamento com score baixo? 

Pressi diz que sim. “Mas as chances de conseguir uma aprovação são bem menores, pois todas as instituições financeiras que oferecem financiamentos analisam o risco de conceder crédito para cada um dos solicitantes. Os critérios variam de uma empresa para outra, mas basicamente elas verificam três questões: a situação financeira atual do cliente, sua renda e o seu relacionamento com a empresa credora e o mercado, como histórico de pagamentos e movimentações financeiras”, explica. 

No entanto, para quem quer aumentar o score, a pressa não é uma aliada: a verdade é que não existe um prazo específico, porque a pontuação de crédito é dinâmica e depende do comportamento financeiro do consumidor. Uma coisa certa é ter vida financeira saudável tende a subir paulatinamente a pontuação. 

“Apesar de não existir um tempo exato para aumentar o score, podemos afirmar que, ao manter bons hábitos financeiros e pagar todas as suas dívidas, sua pontuação começará a melhorar a partir de três meses.” 


Como aumentar meu score? 

O professor do curso de Ciências Contábeis do Cesuca salienta que a pontuação é calculada de zero a 1000 pontos. É considerado ruim ou regular até os 500, acima dos 500 pontos e até 700 é considerado bom e a partir dos 701 pontos é muito bom.  

Abaixo, o docente elenca algumas dicas que elevam os números do Score de forma positiva. Confira: 

- Planeje os gastos; 

- Mantenha bons hábitos como consumidor; 

- Pague as contas em dia; 

- Mantenha o seu nome limpo; 

- Mantenha seus dados cadastrais atualizados; 

- Abra o cadastro positivo (esse é o seu currículo financeiro). 

Por fim, Pressi aconselha: “Mantenha um planejamento financeiro pessoal, controle seus gastos, invista somente no necessário, não gaste por impulso e sim pela razão. Dessa forma conseguirá manter suas contas em dia e seu nome limpo, assim a pontuação do seu score será sempre boa ou ótima”, finaliza. 

 

Cesuca

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Black Friday vem aí: dicas para se preparar com antecedência e vender mais

Consumidores já fazem pesquisas de preço e se mobilizam para realizar compras no período. Empreendedor precisa estar atento ao estoque, canais de venda e formas de entrega


A Black Friday, que acontece no próximo dia 25 de novembro, já se consagrou como a data de maior movimentação do varejo, no Brasil. Para se ter ideia, em 2021, somente com vendas online, as vendas nesse período movimentaram R$ 4,2 bilhões, com ticket médio de R$ 753. Para este ano, as expectativas são ainda melhores, pois em novembro tem início a Copa do Mundo, é efetuado o pagamento da primeira parcela do 13º salário e começam as compras para as confraternizações de fim de ano.

De acordo com a pesquisa Behup sobre consumo, referente ao 2º semestre 2022, feita no último mês de maio, metade dos entrevistados (50%) já pretendiam comprar algum item na Black Friday.  De olho nesse movimento, os donos de micro e pequenos negócios já podem se preparar para as ações de marketing, publicidade e canais de venda. Alguns segmentos do varejo são historicamente potencializados na Black Friday, são eles: roupas e acessórios, eletrônicos, alimentos e bebidas, supermercados, calçados e brindes.

Outro ponto de atenção para os empreendedores que pretendem vender mais na data são os canais de venda disponíveis e a agilidade da entrega. “A opção de comprar o produto online na Black Friday é indispensável para quem busca melhorar os resultados”, recomenda o coordenador de competitividade do Sebrae Ivan Tonet.

Segundo o especialista, os negócios precisam estar atentos aos diversos aplicativos em que seu produto pode ser vendido e apresentado ao consumidor. “Temos ferramentas de marketplace que facilitam bastante, como Magalu, Mercado Livre, Americanas e Amazon. Para quem ainda não entrou nesse universo, recomendo que acesse os cursos do Sebrae e comece imediatamente”, diz Tonet. As redes sociais permanecem sendo um excelente canal de vendas para a Black Friday.

É fundamental realizar, com antecedência, uma checagem nos estoques para estimar as vendas e certificar que haverá disponibilidade dos produtos com mais saída. “Se o consumidor já está pensando em comprar, o empreendedor também precisa se antecipar e garantir que fará as vendas”, alerta Tonet. Nesse momento, é importante verificar as opções de entrega desses produtos que são vendidos online. “O prazo para entrega é um fator determinante para a fidelização e o encantamento desse cliente”, completa o analista do Sebrae.

Confira alguns cursos oferecidos gratuitamente pelo Sebrae:

Como vender mais com marketplace

Capacitação feita pelo Sebrae em parceria com a Magalu

Markerting digital – Área Comercial

UP Digital – Marketing

 

Afinal, o que são mandatos coletivos?


Mandatos coletivos seriam aqueles exercidos, ainda que extraoficialmente, por duas ou mais pessoas de forma compartilhada. Esse modelo de mandato eletivo vem se tornando cada vez mais frequente, a ponto de a Justiça Eleitoral reconhecer sua existência ao autorizar que na urna eletrônica possa figurar o nome do candidato (um só), acrescido da “designação do grupo ou coletivo social que apoia sua candidatura”.

Apesar desse reconhecimento tácito feito pela Justiça Eleitoral, é importante que se diga que os mandatos coletivos não estão amparados nem pela Constituição Federal, nem pelas normas infraconstitucionais, o que confere a eles uma característica extraoficial. Ou seja, na prática, trata-se de espécie de “ficção científica”. O mandato coletivo tem como ponto de partida a união de pessoas em torno de uma só candidatura. Ou seja, haverá um “candidato oficial” que, ao vencer as eleições, exercerá o mandato coletivamente, conforme acordo estabelecido no início da campanha eleitoral. O candidato é uma só pessoa.

 As condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidade são aferidas em relação a esse “candidato oficial”. Não existe, portanto, candidatura coletiva. A candidatura é uma só, o nome na urna será de uma só pessoa e a fotografia da urna será dessa única pessoa. O resultado da eleição proclamará um só eleito, essa única pessoa será diplomada e tomará posse.

A atuação parlamentar em cada Casa Legislativa, também, é exercida por uma só pessoa. Cada Estado, por exemplo, tem um número determinado de Deputados Federais. Esse número não se altera em caso de mandato coletivo. Quem vota no Parlamento é o “candidato oficial” (agora eleito). Quem tem direito a voz e voto no Parlamento é o “candidato oficial”. Ou seja, o “candidato oficial” será uma espécie de porta voz das demais pessoas que componham o mandato coletivo.


O grupo, no entanto, poderá decidir internamente as questões a serem votadas no Parlamento, para que esse porta voz registre a decisão coletiva, quando da sessão da Casa Legislativa. As presenças e ausências do parlamentar levam em conta o “candidato oficial”. Já os subsídios poderão ser compartilhados entre os membros do mandato coletivo, mas o nome que constará como recebedor será o do “candidato oficial”.

Parece ser uma forma democrática de compartilhamento dos atos de campanha, dos custos da campanha e do posterior exercício do mandato eletivo. A grande questão que poderá gerar problema, e que por ser nova não possui precedentes formados, será no caso de desentendimento entre as pessoas que integram o mandato coletivo, desentendimento esse que poderá ser resolvido em perdas e danos já que o mandato eletivo coletivo pertence, ao fim e ao cabo, a apenas uma pessoa.

 

 Alexandre Rollo – Advogado especialista em Direito Eleitoral, Conselheiro Estadual da OABSP, Doutor e Mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP.

 

Faça compras no meio de mês para seu vale render mais: confira 12 dicas para economizar no supermercado

Com inflação de alimentos em alta, organização e disciplina são vitais na hora das compras

 

Abastecer a despensa tem sido uma tarefa complexa para os brasileiros. Apesar de a inflação oficial medida pelo IPCA ter registrado queda dos preços nos dois últimos meses – deflação de 0,68% em julho e de 0,36% em agosto –, o valor dos alimentos segue em alta. Em agosto, segundo o IPCA, a variação média nos preços de alimentos e bebidas foi de 0,24%, após uma alta 1,3% em julho. Entre os produtos que registraram os maiores aumentam no mês passado estão frango em pedaços (2,87%), queijo (2,58%) e frutas (1,35%).  

Nesse cenário, tem sido cada vez mais difícil encher o carrinho no supermercado – e pagar a conta na passagem pelo caixa. Por isso, planejar as compras é uma maneira de garantir que nenhum item essencial será deixado de lado. “Adotar estratégias para economizar nas compras de supermercado pode fazer a diferença no fechamento das contas da casa no fim do mês”, avalia Karina Aparecida Silva, product owner de Benefícios da ValeCard, empresa especializada em soluções de meios de pagamento, que conta com uma rede de 130 mil estabelecimentos comerciais credenciados no País.  

Segundo ela, com organização e disciplina é possível reduzir os gastos no supermercado sem abdicar de produtos essenciais para o dia a dia. A seguir, confira 12 dicas de Karina Silva para economizar nas compras:  

 

1 – Organize a despensa  

Ao fazer a organização da despensa e da geladeira antes de ir ao supermercado você consegue visualizar o que realmente precisa, além de poder encontrar produtos que talvez você nem lembrava que tinha e, assim, economizar.  

 

2 – Monte um cardápio  

Planejamento é um dos caminhos quando o assunto é a economia na compra de alimentos. Por isso, ao montar o seu cardápio para os próximos dias, você vai saber do que vai precisar, o que pode evitar compras desnecessárias.  

 

3 – Faça uma lista (e se atenha a ela!)  

Com o cardápio em mãos, o próximo passo é montar a sua lista. Confira também as demais necessidades da casa (produtos de limpeza e higiene, por exemplo) e, ao chegar no supermercado, abuse da disciplina e atenha-se à lista, evitando compras por impulso.  

 

4 – Vá ao supermercado próximo ao meio do mês  

O grande volume de clientes que vão às compras logo após receber seus salários, no começo do mês, faz com que os supermercados não vejam necessidade de incluir grandes promoções nesse período. Então, se possível, planeje-se para realizar suas compras próximo ao meio do mês, quando os supermercados disponibilizam mais promoções devido ao baixo movimento.  

 

5 – Tome cuidado com promoções  

Com a dica anterior em mente, é hora de saber como aproveitar as promoções que você vai encontrar. O ideal é que, junto da lista de compras, você tenha em mãos uma calculadora (pode ser a do celular).  

Por exemplo, confira a relação de custo x benefício de combos de produtos que estão “promoção” em comparação com o valor individual do produto. Desse modo, aqui entra também o bom-senso: você acha que vai consumir todo o produto daquela embalagem tamanho família? Assim, opte pelo que faz sentido para os seus hábitos de consumo.  

 

6 – Alimente-se antes de ir às compras  

Você já percebeu que quando você vai ao supermercado com fome os produtos parecem mais apetitosos? Pois é... Para economizar nas compras de supermercado e não ficar mais propenso a fazer compras por impulso, não vá com fome fazer compras!  

 

7 – Pesquise preços  

Se na sua cidade os supermercados estão presentes em aplicativos de delivery, vale a pena comparar os preços dos itens da sua lista por meio dos apps, direto de casa, para depois realizar suas compras. Só não esqueça que os estabelecimentos costumam aumentar os valores nos apps de delivery. Então, para que a comparação seja fiel à realidade, compare valores disponíveis em apps apenas com outros apps, e valores da loja física apenas com valores da loja física.  

Agora, se você não tem tempo para ir a vários supermercados ou ficar no app comparando preços, não tem problema. Você pode comparar os valores de produtos similares de marcas diferentes no supermercado em que estiver.  

 

8 – Conheça os frutos de cada estação  

Basta uma rápida pesquisa na internet para você ter em mãos um ótimo aliado da sua economia: as verduras, os legumes e as frutas da estação. Assim, você economiza, varia sua alimentação e ainda adquire conhecimento!  

 

9 – Faça parte de programas de fidelidade  

Quem nunca foi convidado para um programa de fidelidade do supermercado? Se informe no caixa sobre os descontos e vantagens de fazer parte do programa e, assim, use-o ao seu favor nas próximas idas ao supermercado.  

 

10 – Defina um valor máximo a ser gasto  

Tem um planejamento financeiro? Agora é a melhor hora para usá-lo! Desse modo, verifique antes mesmo de ir às compras qual o valor máximo que cabe no seu orçamento e, se possível, se atenha a ele, optando por marcas e produtos que façam mais sentido para a sua realidade.  

 

11 – Confira os preços no caixa  

Fez a lista? À medida que for escolhendo os produtos, anote o valor que consta na gôndola para conferir no caixa. Afinal, erros de sistema acontecem. Assim, você também garante que não será ludibriado por propagandas enganosas.  

 

12 – Se possível, pague à vista  

Ao fazer um orçamento, separe o valor em dinheiro vivo ou deixe-o disponível na sua conta para o pagamento no débito. Assim, você tem mais controle sobre o que gasta e tende a respeitar o limite que estabeleceu.  

 

O CDC e as novas normas que contribuíram – ou nem tanto - para a harmonização das relações de consumo e a dignidade humana


O ano era 1990. O capitalismo avançava em todos os continentes e abria as portas para a globalização; a Alemanha foi reunificada, com a queda do Muro de Berlim; Nelson Mandella foi libertado e deu-se início ao fim do Apartheid; a Segunda Guerra do Golfo eclodiu, com a invasão do Kuwait pelo Iraque, trazendo a ameaça de desestabilizar a economia mundial em decorrência da alta do petróleo; Michail Gorbatchev ganhou o Prêmio Nobel da Paz e a Alemanha sagrou-se campeã do mundo, em Roma. 

No Brasil, a economia amargava uma de suas maiores crises, chegando à hiperinflação; a democracia revivia, com a eleição do primeiro presidente da República civil após 29 anos; o País mostrava fôlego político para embarcar na globalização; comemoramos o bicampeonato de Ayrton Senna e choramos a derrota de Cazuza em sua batalha contra a Aids, epidemia que assustava o mundo, e com a desclassificação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo para a Argentina. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi sancionado.

De lá para cá – 32 anos depois – os personagens mudaram, os fatos foram renomeados, mas ainda vivemos conflitos armados que ameaçam a segurança alimentar e a paz mundial; uma pandemia dizimou quase 20 milhões de vidas em todo o planeta; a inflação global preocupa; o momento pré-eleitoral é tenso e a Copa do Mundo vem aí. 

E o CDC? Nessas mais de três décadas ele disse a que veio. Popularmente reconhecido como  “a lei que mais pegou”, ele cumpriu seu papel nesse período e estabeleceu novos parâmetros para as relações de consumo no Brasil. É uma das leis mais conhecidas, que deu voz aos consumidores e, consequentemente, otimizou o negócio das empresas, que se tornaram ainda mais centradas em seus clientes.

Sim, o CDC foi um verdadeiro professor e mostrou às organizações como fazer o dever de casa. O resultado foi que, com ou sem crises econômicas, políticas ou sanitárias, ele foi se firmando e trazendo luz às relações de consumo no Brasil. Nesse período, a legislação brasileira proporcionou importantes reforços ao CDC, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que chegou para garantir a preservação da privacidade das informações pessoais. Grande contribuição e alívio para os consumidores. Torcemos para que a LGPD também se torne “uma lei que pegou” e que os atuais vazamentos de dados e suas ameaças com o tempo sejam mitigados. 

Outra lei muito bem-vinda foi a de número 14.181/2021 que representa um marco importantíssimo na história das relações consumeristas e do próprio CDC. Tão relevante, que ela atualizou o CDC, permitindo uma análise mais aprofundada e humana das possíveis razões que geram inadimplência. Por isso mesmo ficou conhecida como a Lei do Superendividamento. 

Mais do que tudo ela é necessária: hoje, temos 77,3% de famílias endividadas e aproximadamente 44 milhões de brasileiros superendividados. Esses dados alarmantes foram divulgados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada em junho deste ano pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. 

Mas o que caracteriza o superendividamento? O CDC o define como “a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação” (definição legal do § 1º do artigo 54-A). 

A partir da Lei do Superendividamento desenhou-se um novo cenário que pretende trazer mais clareza e oportunidades para quem deve e àqueles que precisam receber. Entre as medidas previstas se destacam mais conscientização sobre gastos, ênfase na educação financeira, condições justas para a contratação de crédito, fim do assédio ao cliente e mais suporte ao consumidor. Ela também protege o mínimo existencial dos consumidores que se encaixam neste perfil.

Contudo, como sempre nem tudo são flores e até mesmo o CDC enfrenta alguns dissabores impostos por novas normas, em julho deste ano foi publicado o Decreto nº 11.150/22, que determinou o valor desse mínimo existencial e deixou muitos questionamentos jurídicos e sociais. Ao negociar dívidas, os bancos e as financeiras devem assegurar que o cidadão tenha 25% do salário mínimo garantido para sua subsistência, o que representa algo em torno de R$ 303,00, uma vez que o salário mínimo vigente é R$ 1.212,00. 

O questionamento está justamente aí. O valor protegido para garantir o conjunto básico de direitos fundamentais para a dignidade da pessoa, com moradia, alimentação, saúde, educação e lazer é o mínimo do mínimo para sua subsistência. Neste ponto é perceptível que se abriu um distanciamento e um novo desafio para sua aplicabilidade. 

Sua essência é colaborativa para quem tem dívidas a pagar e fundamental para o empresário que precisa receber. Como seria possível aplicá-la, uma vez que sabemos que esse cenário de superendividamento engloba as pessoas com mais vulnerabilidade social e que, muitas vezes, mal recebem um salário mínimo? 

A Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP, da qual sou vice-presidente, entende que esse valor ofende, de partida, o artigo 4º do CDC, que outorga à Política Nacional das Relações de Consumo o objetivo de “atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo”. E eu faço coro a esse posicionamento. 

Enxergamos que um número expressivo de cidadãos brasileiros superendividados ficará à margem da proteção legal. E para além de toda essa análise e compreensão da situação econômico-social do País há outro ponto que merece ser levantando: perdemos aqui o princípio de harmonia das relações de consumo e toda a sociedade será impactada por essa realidade que se configura a partir do Decreto nº 11.150/22. 

Neste 11 de setembro, quando serão completados 32 anos da sanção do CDC, debates sociais precisam ser os protagonistas deste marco. Se em 2021 ganhamos com as possibilidades que a Lei do Superendividamento proporcionou para a harmonia das relações de consumo, em 2022 amargamos a edição de um decreto que desrespeita seu princípio fundamental de garantir a dignidade humana. 

Vamos repensar juntos. Sem relações de consumo equilibradas, não há estabilidade em nosso modelo econômico. E sem consumidor não se tem consumo. Que as leis neste contexto atendam todos os setores da economia, o que inclui o mercado e os cidadãos. Sem isso não é possível haver equilíbrio social e econômico. Que os princípios do CDC prevaleçam em prol da dignidade humana e do fortalecimento da ordem econômica.

 

Ellen Gonçalves


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