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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Conheça os três grandes vilões dos pés para quem pratica atividade física

Eduardo Muller

Médico explica quais são as doenças dermatológicas mais comuns para quem é adepto da corrida ou caminhada

 

A unha escurecida, as bolhas e o mau cheiro (conhecido popularmente como o chulé) são os grandes vilões para quem pratica atividades físicas muito frequentes de corrida ou caminhada. Segundo o médico dermatologista e diretor da SBD-RS, Juliano Peruzzo, há casos bem simples de serem resolvidos, como a escolha adequada do tênis. Em média, um corredor toca o solo com seus pés entre 160 e 180 vezes por minuto. Esse atrito constante, pode ocasionar lesões nas unhas

“Muitas vezes o paciente chega para consulta achando que é fungo, mas há muitos casos que podem ocorrer apenas pela ação constante de fricção dos pés no calçado. Por isso é tão importante acertar a numeração do tênis. É normal que o impacto recorrente que a atividade proporciona vá machucando a unha e, em alguns casos, ocorre a distrofia”, explica.

Quanto ao mau cheiro, o famoso chulé, o segredo é fugir da umidade e calor. O problema ocorre devido a substâncias liberadas por bactérias que se proliferam no ambiente úmido e quente dos nossos pés. Essa condição também propicia a infecção por fungos que causam a frieira. Por isso, uma dica para quem pratica corrida ou caminhada frequente é a organização de um rodízio do calçado.

"É importante não usar todo o dia o mesmo tênis para que ele seque bem e diminua a chance de virem a aparecer fungos", completa o médico.

Já as bolhas ocorrem quando pontos específicos dos pés sofrem demais. Tamanho e costuras dos calçados e até o material das meias podem influenciar.

 


Marcelo Matusiak


Trabalho foi divulgado na revista PLOS ONE. Equações sugerem ser possível estimar a variabilidade da população viral com base em dados epidemiológicos (imagem: acervo dos pesquisadores)

 

As mutações do SARS-CoV-2 são um dos temas mais quentes do momento. As novas variantes do vírus estão fazendo com que a pandemia de COVID-19 recrudesça em lugares onde parecia controlada. E podem prolongar a fase crítica atual muito além do tempo esperado.

Um estudo, realizado no Instituto de Física Gleb Wataghin, da Universidade Estadual de Campinas (IFGW-Unicamp), modelou as mutações sofridas pelo SARS-CoV-2 durante seu processo de replicação e, por decorrência, a evolução genética do vírus ao longo da pandemia. Os dados foram publicados na revista PLOS ONE.

No artigo, os autores enfatizam o alerta já feito por outros cientistas: as populações que não estão sendo vacinadas e os grupos sociais que se recusam a receber a vacina favorecem o aparecimento de variantes. E, se esse problema não for resolvido urgentemente, a pandemia pode ter um novo pico em escala global.

“Como se sabe, os vírus são organismos muito simples, incapazes de se reproduzir por si mesmos. Para poderem replicar o seu RNA, precisam utilizar as células do hospedeiro. E, ao danificá-las, causam a doença. Ocorre que, durante o processo de replicação, erros de cópia são inevitáveis. Os organismos mais complexos possuem mecanismos para correção de erros. Mas os vírus não possuem. Caso algum desses erros proporcione uma vantagem ao vírus em termos de propagação, essa mutação passará a ter importância. E, eventualmente, poderá até predominar. Se a propagação ocorre sem freios, devido à não vacinação, as mutações tendem a acontecer cada vez mais e a se espalhar pelo globo”, diz o físico Marcus de Aguiar, professor do IFGW-Unicamp e coordenador do estudo.

Ao contrário do que dizem os negacionistas, não é a vacinação que favorece a mutação. Mas a falta dela, explica o pesquisador.

“Quando se vacina grande parte da população, o vírus para de circular. E, circulando menos, diminui a taxa de reprodução viral. E, portanto, a chance de aparecerem novas variantes.”

Os modelos tradicionais de epidemiologia enfocam os números de pessoas infectadas, suscetíveis e recuperadas ao longo do tempo. No estudo em pauta, o modelo incluiu a descrição do RNA do vírus. “Saber quão diferentes são os microrganismos em circulação em relação aos vírus originais é importante para entender o aparecimento de novas variantes. Também para estimar se, mesmo que já tenha sido infectada pelo vírus original, uma pessoa poderá vir a ser reinfectada pela variante. E, ainda, para prever se o novo patógeno poderá escapar ou não da ação de vacinas projetadas para o original”, explica Aguiar.

Como acontece com todo modelo científico, o modelo desenvolvido no estudo é uma aproximação idealmente simplificada daquilo que de fato acontece na realidade. A base a partir da qual ele foi construído é o modelo do tipo SEIR, já consagrado em epidemiologia. A sigla SEIR é formada pelas letras iniciais de quatro palavras em língua inglesa: “Susceptible” (Suscetível), “Exposed” (Exposto), “Infectious” (Infectante) e “Recovered” (Recuperado). “Suscetível” é a pessoa que pode ser infectada; “exposta”, a infectada, mas não infectante; “infectante”, a infectada e infectante; “recuperada”, aquela que já se recuperou da doença e, idealmente, não poderia ser mais infectada.

“Para evitar uma complexidade excessiva, que tornaria o modelo matematicamente inviável, consideramos que indivíduos classificados como ‘recuperados’ não podem ser infectados por nenhuma variante que possa surgir. Também consideramos as mutações como neutras, ou seja, que não conferem ao vírus mutado nenhuma vantagem ou desvantagem adicional em relação ao vírus que lhe deu origem. Não é isso que acontece de fato na realidade. Mas adotamos essas simplificações para poder concentrar o foco em nosso objetivo, que era estudar o acúmulo das mutações virais durante a pandemia e o quão diferentes os vírus podem ficar”, esclarece o pesquisador.

Para atingir esse objetivo, o modelo foi acrescido de uma descrição dos vírus, a partir de seu RNA, com 29.900 bases nitrogenadas, e uma taxa de mutação 0,001 por base por ano – dados esses obtidos a partir da estrutura e do comportamento do SARS-CoV-2.

“Enquanto um indivíduo permanece infectado, o vírus pode sofrer mutações e ser transmitido. Calculamos a ‘distância’ entre o vírus original e a variante a partir do número de bases nitrogenadas distintas que eles apresentam. Nossas equações sugerem que é possível prever, com dados epidemiológicos [número de suscetíveis, infectados e recuperados], a variabilidade da população viral [‘distância média’ entre as sequências de RNA], sem que seja necessário ter acesso a uma enorme quantidade de dados genéticos”, diz Aguiar.

Com o intuito de testar o modelo, os pesquisadores utilizaram as equações para mostrar, a partir dos dados da epidemia na China, no início de 2020, como seria a evolução da “distância genética média” entre os vírus que teriam hipoteticamente surgido durante aquele período. Comparando o resultado com as distâncias calculadas a partir de dados genéticos obtidos localmente no mesmo período, a previsão apresentou boa concordância com os dados reais.

“A propagação do vírus através de comunidades distintas [cidades, países etc.] pode levar a sequências bastante diferentes da original, aumentando as chances de reinfecção, dependendo fortemente da conectividade entre essas comunidades. Quanto menos conectadas duas comunidades, maior a diferença no vírus que uma pode transmitir para a outra. Isso aumenta a chance de que o vírus circulante em uma das comunidades seja capaz de escapar do controle do sistema imune dos indivíduos da outra comunidade”, resume o pesquisador.

E acrescenta: “É importante ressaltar que, para que ocorra a mutação efetiva do vírus, conferindo-lhe vantagens ou desvantagens, é necessário que os defeitos de replicação ocorram em locais específicos do RNA viral. Assim, distâncias genéticas altas aumentam a chance de que existam mutações importantes, mas não as garantem. E nossas considerações são baseadas nessa perspectiva”.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de um Projeto Temático; de um Auxílio à Pesquisa Regular concedido a Aguiar; e da Bolsa de Doutorado de Vitor Marquioni Monteiro, orientando de Aguiar e autor principal do artigo.

O artigo Modeling neutral viral mutations in the spread of SARS-CoV-2 epidemics pode ser acessado em https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0255438.

 

 

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/fisicos-da-unicamp-criam-modelo-para-prever-as-mutacoes-do-sars-cov-2/36571/


Você sabia que o Pilates pode te ajudar na prevenção de doenças cardiovasculares?

A atividade pode ajudar a diminuir a pressão arterial elevada, gordura corporal e eliminar o estresse

 

As doenças que afetam o coração são a maior causa de mortalidade no Brasil, por isso, é importante se prevenir e cuidar da saúde, para evitar o risco de ser acometido por tais problemas.

 

Entre as causas das doenças cardiovasculares, estão os níveis de colesterol “ruim” no sangue, pressão alta, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prática de exercícios físicos regulares pode reduzir em até 25% o risco de problemas cardíacos.

 

O Pilates é uma atividade que trabalha com diversos músculos, desenvolvendo flexibilidade, força, aumento do equilíbrio, condicionamento e ainda pode ajudar a diminuir a pressão arterial elevada, gordura corporal e estresse. Mas, associar uma alimentação saudável também é imprescindível para manter o corpo funcionando de maneira saudável.

 

Existem estudos que mostram a eficácia e os benefícios do Pilates para a saúde de cardiopatas, a partir de exercícios leves e moderados, que não exijam esforço físico extremo. “É indicado que o paciente que já possui alguma doença de cunho cardiovascular comece a exercer o Pilates assim que houver liberação clínica (junto à ajuda de um especialista na área de exercícios físicos), e aqueles que querem começar já a prática, que busquem um local apropriado e sigam, sem menos importância, orientações profissionais também”, reforça a professora Josi Araújo (CREFITO 245732), da Pure Pilates, maior rede de Pilates da América Latina.

 

Entretanto, lembre-se de procurar um profissional da área para auxiliá-lo na prática do Pilates e garantir que essa seja feita de maneira correta, isso vale tanto para pacientes já diagnosticados, quanto para aqueles que desejam prevenir a possibilidade de doenças cardíacas.



 

Fonte: Pure Pilates

www.purepilates.com.br/

Instagram: @purepilatesbr

Facebook: /pure.pilates.br


Reumatologia e Agosto Dourado: planejar o ato de amar

No mês dedicado a amamentação, especialista orienta sobre os cuidados necessários para que mulheres com doenças reumatológicas preparem-se para um dos atos mais importantes que ligam a mãe a um filho
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Agosto Dourado é dedicado à amamentação, porém quando as mulheres estão em tratamento para doenças reumatológicas, é necessário prever alguns cuidados com a saúde da mãe e do bebê.

Diferente do que muitos pensam, o reumatismo não acomete apenas idosos. Muitas doenças como a artrite reumatoide (AR), o Lúpus e a Espondilite Anquilosante ocorrem frequentemente em indivíduos jovens em idade fértil.

Ouvimos frequentemente, “o que esperar, quando se está esperando”, e o universo das pacientes com doença autoimune é muito maior, pois além de entender todo o processo, precisam planejar a gravidez para que esta ocorre sem complicações.

Para que as mulheres possam se programar e tenham informações corretas, a especialista da Cobra Reumatologia, Jaqueline Lopes, fala sobre os principais cuidados e medidas necessárias.

Cada doença tem um perfil diferente na gravidez. Enquanto o Lúpus tende a piorar durante a gestação ou no período pós-parto, a Artrite Reumatóide tende a não agravar e a maioria das mulheres sente-se melhor das dores relacionadas com a doença. Já nas Espondiloartrites os efeitos são variados, mas a tendência também é que melhore com a gestação e piore no período pós-parto.

Algumas medicações devem ser interrompidas antes da paciente engravidar e por vezes, é preciso esperar até 2 anos para se ter uma gravidez segura após a suspensão, como é o caso do leflunomida.

O risco em deixar a doença materna sem tratamento durante o período da gestação ou amamentação deve ser considerado versus o potencial efeito da droga sobre o feto/ recém-nascido.

De uma maneira geral podem ser usados nesse período: Antiinflamatórios não esteroidais (AINEs); Aspirina; Hidroxicloroquina; Sulfassalazina, Azatioprina e Ciclosporina. Em relação aos imunobiológicos alguns já foram liberados para uso durante toda gestação/amamentação enquanto outros são recomendados apenas por um período de tempo determinado.

Atenção: em relação aos Corticoides, depois da dose da medicação, deve ser descartado o leite materno nas primeiras quatro horas; Sulfassalazina (SSZ) pode ser usada apenas por mães de bebês saudáveis.

Contra-indicados: Metotrexato, Talidomida, Ciclofosfamida, Micofenolato Mofetila, Belimumabe e Leflunomida.

As pacientes reumáticas devem seguir as orientações de seus médicos para amamentar ou não o bebê. Tudo depende da medicação que cada uma toma.

Como o relógio da mulher dá as caras bem cedo, a doutora recomenda que mulheres acima de 35 anos com desejo de engravidar, dependendo da doença, sejam avaliadas por um especialista em fertilização e discutam a possibilidade de congelação de óvulos.

Atenção ao SAAF gestacional: a Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) é uma desordem autoimune, caracterizada pela presença de anticorpos antifosfolipídeos. As consequências na gravidez podem ser: trombose, parto prematuro e aborto espontâneo. é necessário um acompanhamento multiprofissional adequado e, assim, permite que de 70% a 80% das gestantes nessas condições venham a ter uma gravidez segura.

 


Dra. Jaqueline Lopes - Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Mato Grosso (2001), Jaqueline Barros Lopes tem residência em Clínica Médica (HUJM), residência em Reumatologia (FMUSP), é especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e tem Doutorado em Reumatologia com ênfase em Osteoporose (FMUSP). Hoje, é diretora cientifica da renomada Cobra Reumatologia.

 

EXCESSO NÃO É SUCESSO


"Burnout" é uma expressão inglesa empregada quando se refere a algo que deixou de funcionar por extremo cansaço, total desgaste. A síndrome atinge, de modo crescente, profissionais de distintas áreas, em especial no setor de serviços, no qual as mudanças emocionais são mais frequentes. Na pandemia, por exemplo, tem acontecido com os profissionais da saúde e os entregadores de aplicativos.

A Síndrome de Burnout tem presença de múltiplas faces, e se caracteriza pelo esgotamento emocional, queda na realização de tarefas e despertencimento do trabalhador. Esse problema de saúde, embora ainda não reconhecido como tal, também se apresenta ao final das carreiras. Qual a hora certa de parar?

Temos vários exemplos. Pelé, o rei do futebol, anunciou que se aposentaria várias vezes antes de parar de verdade. O político Jânio Quadros, em atitude metafórica anunciando o fim da sua trajetória, pendurou um par de chuteiras na porta do seu gabinete quando prefeito de São Paulo. Emerson Fittipaldi depois de campeão da Fórmula 1, o auge na carreira de um piloto, foi atuar (e vencendo) na Fórmula Indy e nas 500 milhas de Indianapolis.

Executivos e empresários sabem a melhor hora para não trabalhar mais? Amancio Ortega Gaona, empreendedor espanhol, presidente e fundador da Inditex, grupo de empresas proprietária de marcas como Zara, Massimo Dutti, Oysho etc., acaba de anunciar sua aposentadoria. Há 10 anos a Revista Forbes já classificava Ortega como a terceira pessoa mais rica do mundo, então com 46,6 bilhões de dólares. Trabalhou duro até os 85 anos, poderia ter parado muito antes.

Quando a ginasta norte-americana Simone Biles, com apenas 24 anos desistiu de concorrer nas finais da Olimpíada de Tóquio 2020, em um primeiro momento causou comoção em seu país e no resto do mundo. Na sequência, gerou reflexão. Biles desembarcou no Japão como a grande expectativa de medalhas de ouro, o que ela já havia ganho por quatro vezes em edições anteriores do evento. O que isso significa? Carregar nas costas o peso do Mundo - ela mesma respondeu.

Depois de um ano e meio de confinamento, home office, distância social impostos pela pandemia da Covid-19, a Síndrome de Burnout é uma realidade em todo o Planeta. Está causando conflitos, nas empresas e além delas. Porque foi uma chance - fora da "normalidade" de antes - das pessoas olharem para dentro delas mesmas, repensarem suas vidas, criarem novos entendimentos e perspectivas. Quem move o Mundo somos nós, e ao mesmo tempo somos movidos por ele.

Paulo Leminski, escritor, poeta, crítico literário e tradutor foi alguém que, com estilo único, fez poesia marcante sob influência do haikai japonês. Leminski sabia brincar com as palavras recriando outras, sempre de modo instigante, provocador como deve ser a escrita. É dele o poema "O barro", composto há décadas, que define o momento de desassossego que estamos experimentando: "o barro / toma a forma / que você quiser / você nem sabe / estar fazendo apenas / o que o barro quer".

As redes sociais e os reality shows propagam o quanto a vida pode ser artificial, vazia, simplória. Não há nessas referências conexão com a realidade. O dia a dia mesclou o pessoal e o profissional e, por isso, tem confundido muita gente no home office. Trabalhar muito, não significa trabalhar certo. Quantidade não implica em produtividade. Por fim, até a ideologia política se tornou mais uma estressante competição entre as pessoas - na família, vizinhança, faculdade, trabalho, clube e por aí vão os ambientes de conflito entre os radicais contra ou a favor.

O Mundo mergulhou em uma equivocada cultura do excesso. É hora de rever o passado e repensar o presente para desenhar o futuro sem pressões, com respeito a si e ao próximo. Respeito para com a tal de felicidade, que não pode ser ignorada porque é o maior objetivo de um vencedor - a mais cobiçada medalha de ouro na olimpíada da vida.




Ricardo Viveiros - jornalista, escritor e professor. Doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de vários livros, entre os quais: "Justiça Seja Feita", "A Vila que Descobriu o Brasil" e "Pelos Caminhos da Educação".


Os benefícios e malefícios da prática de exercícios de alto impacto entre crianças e adolescentes

 A prática de exercícios auxilia no fortalecimento físico, cardiovascular e relação interpessoal, mas é preciso ter cuidados com lesões, repetições, além de estabelecer limites


Assistir e torcer para os nossos atletas nas olimpíadas de Tóquio no Japão para modalidades esportivas como basquete, ginástica artística, atletismo, vôlei, ciclismo e canoagem, skate e surf foi um ótimo estímulo para incentivar a prática de esportes diariamente. Isso ocorre principalmente entre crianças e adolescentes, que estão na fase de autoconhecimento e se sentem motivados a experimentarem algumas modalidades, principalmente após a conquista de medalhas de atletas brasileiros.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência vai dos 10 aos 20 anos, e o especialista Hélder Renato Barbosa Givigi, ortopedista do HCSG, explica que precisa haver cuidados e limites na prática de esportes de grande rendimento.Porém, a criança e o adolescente podem praticar esportes de alto impacto desde que tenham um adulto e treinador adequado por perto. "As atividades de alto impacto podem ser praticadas por crianças e adolescentes, mas devem ser dosadas com cautela, sempre com um adulto por perto e, de preferência, com um treinador capacitado e com experiência para esse público", afirma.

As atividades físicas de alto impacto nos esportes olímpicos englobam o skate, o atletismo, a natação e a ginástica artística. Para o ortopedista, todas essas atividades têm benefícios como a liberação de endorfina, fortalecimento físico, cardiovascular, mental e interpessoal, mas ele alerta que é preciso ter cuidados devido à fase de desenvolvimento dos ossos das crianças e adolescentes. "É importante lembrar que quando se trata de um exercício de alto impacto, nós estamos falando de uma atividade muito propensa a lesões. Em se tratando de crianças, é necessário ter um cuidado especial, pois elas estão na fase de crescimento e ainda têm estruturas esqueléticas frágeis e maleáveis, diferentes dos adultos. Sendo assim, os traumas por repetição podem gerar um retardo do crescimento, deformidade óssea e até inflamação nos ossos, principalmente no calcanhar e cotovelos", alerta.

Para evitar lesões e problemas crônicos, é necessário conhecer bem o esporte que a criança está praticando, adequar o melhor treinamento da modalidade, estando alerta para os riscos. "Há esportes como o beisebol, por exemplo, que usam muito os braços e ombros como exercícios de repetição, então, nesse caso pode haver lesões devido aos treinos e exercícios de repetição nas crianças. Hoje, muitas ligas como as de futebol tem limitado a quantidade de treinos ou prática de alguns movimentos justamente para não haver lesões, principalmente nos ombros, cotovelos, joelhos e coluna. Vale lembrar que o esporte de alto impacto tem seus riscos, mas que podem ser evitados com um bom acompanhamento e treino correto para essas crianças e adolescentes, buscando impor limites para evitar machucados", complementa.

O ortopedista explica que além de uma supervisão na hora do treino, as crianças e adolescentes precisam usar os equipamentos de proteção corretos para a sua idade. "Eles são indispensáveis e protegem de fraturas e lesões mais graves, tendo assim, menores chances de se machucarem. Vale lembrar que existem lesões que não são perceptíveis e os pequenos traumas de repetição podem causar deformidade óssea, por isso é necessário estar atento", avisa.

Os adultos que acompanham as crianças e adolescentes na hora da prática desses esportes, precisam estar preparados caso ocorra alguma queda e eles se machuquem, mantendo a calma e buscando um especialista imediatamente. " Caso a criança ou o jovem se machuque e sofra uma fratura ou luxação, é imprescindível buscar auxílio médico. Além disso, para que a recuperação seja completa, é limitar as atividades. Lembrando que a lesão de uma criança e adolescente é diferente devido ao momento de amadurecimento ósseo, quanto menor a criança, ela tende a se recuperar mais rápido", finaliza o especialista.




Hospital Casa de Saúde Guarujá


Canal Ligue Câncer - Programa Nacional de Apoio ao Paciente com Câncer

Sobre o Canal Ligue Câncer - Programa Nacional de Apoio ao Paciente com Câncer


O Canal Ligue Câncer - Programa Nacional de Apoio ao Paciente com Câncer - do Instituto Oncoguia conta com atendimento especializado e personalizado focado prioritariamente no esclarecimento de dúvidas relacionadas a qualidade de vida e direitos dos pacientes.

Com o objetivo de ajudar o paciente com câncer a viver melhor, através de orientação de qualidade, o programa atende também familiares, público leigo e profissionais em geral. Para o público leigo o enfoque é garantir prevenção e detecção precoce. O atendimento, além de gratuito, também acompanha o paciente (retornando as ligações) até que o problema ou questão seja totalmente esclarecido.

Como participar?

Se você tem dúvidas, está enfrentando algum problema ou ainda, quer fazer uma denúncia ou simplesmente desabafar, você pode:

  • Ligar gratuitamente para 0800 773 1666.
  • Mandar um email com sua dúvida pelo contato do nosso portal.
  • Mandar uma mensagem com sua dúvida pelo nosso Facebook (será necessário também o contato pelo telefone).

Para que a orientação seja oferecida de maneira completa e personalizada é muito importante que os cadastros pessoal/social e sobre a doença sejam preenchidos com a especialista do canal. Diante de um problema ou dúvida fornecemos a orientação de forma bem detalhada, mas ao final, o usuário sempre precisará se engajar na resolução do mesmo.


Sobre o Oncoguia

O Oncoguia é uma ONG que há 10 anos apoia, informa e defende os direitos dos pacientes com câncer, com o propósito de fortalecer, encorajar e guiar todas as pessoas que convivem com a doença para que passem por esse desafio da melhor forma possível.

 

Fonte

Luciana Holtz de Camargo Barros (Psicóloga, Psico-Oncologista, Especialista em Bioética)
Presidente e Diretora Executiva


O que aprendemos com Tóquio 2021: lições olímpicas para levar à escola

Em ano olímpico, trabalhar os esportes como conteúdos torna-se um elemento de motivação a mais para os nossos alunos, e 2021 veio cheio de novidades e bons contextos para serem utilizados pelos professores. Mas essa discussão começou muito antes dessa olimpíada, pois em um cenário de pandemia, foi preciso que atletas do mundo inteiro adequassem treinamentos e rotinas para minimizar o impacto que as restrições sanitárias impuseram a todos. No Brasil, várias ações foram necessárias e o Comitê Olímpico Brasileiro ajudou orientando nossos atletas.

Acompanhando todas as modificações impostas às escolas e aos professores, a disciplina de Educação Física precisou de uma nova configuração, e muitas foram as experiências trocadas ao longo dos últimos 18 meses, como aulas remotas e práticas com distanciamento social, exigindo muita criatividade para possibilitar as vivências esportivas, e dentro desse contexto, podemos trazer para a sala de aula algumas das lições aprendidas com a Olimpíada de Tóquio 2021.

Uma das temáticas abordadas nas aulas de Educação Física no Ensino Médio está relacionada às compreensões dos  estereótipos  de gênero por meio de construções sociais e suas possibilidades de superação nas práticas corporais. Essa olimpíada já trouxe vários fatos interessantes que podem nos ajudar a embasar essa discussão. Temos, por exemplo, as ginastas alemãs que, em protesto contra a sexualização do esporte, se apresentaram com uniformes longos, deixando o tradicional collant de fora. Nessa mesma perspectiva, atletas norueguesas de handebol de praia se recusaram a vestir os biquínis típicos desse esporte, chegando, inclusive, a serem multadas, e, por esse motivo, mobilizaram personalidades do mundo todo em apoio à causa. Atrelada a essa mudança de comportamento, temos uma competição que trouxe possibilidades de equipes mistas no tênis de campo, natação e em outras modalidades.

Na outra ponta, está a atleta brasileira Rayssa Leal, primeira medalhista olímpica na modalidade skate com apenas 13 anos de idade. Em uma de suas falas após o pódio ela afirmou que “skate não é só para meninos”. Vale lembrar que a modalidade skate, pela primeira vez numa olimpíada, é uma proposta da unidade temática “Práticas corporais de aventura”,  que consta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como o surfe, modalidade na qual o Brasil também garantiu premiação.

Destaque também para a atleta Rebecca Andrade, que teve uma participação histórica na ginástica artística, com medalhas na modalidade salto e individual. Além de ser a primeira atleta brasileira a conquistar o pódio duas vezes na mesma competição, ainda se consagra como a primeira atleta negra a realizar esse feito, destacando a importância da representatividade no esporte e nessa modalidade.

No Ensino Médio, também abordamos comportamentos competitivos e cooperativos nas práticas corporais com discussões sobre a influência desses fatores não só nos esportes, mas em diversas ações. A situação vivida pela atleta norte-americana Simone Biles, que optou por não participar da final olímpica, alegando a necessidade de cuidar da sua saúde mental, levantou a discussão sobre a importância dessa temática. A atleta, maior medalhista olímpica da ginástica, apresentou diversos comportamentos cooperativos após desistir de sua participação, influenciando e motivando outros competidores a permanecerem nas disputas, inclusive, torcendo por outros países.

Podemos citar também os avanços tecnológicos nas pistas de atletismo como plataformas de saída, recursos de análise de vídeo, entre tantos outros aspectos que poderiam ser utilizados como pontos de partida para propostas interdisciplinares com outros componentes curriculares.

Enfim, muitas temáticas e acontecimentos interessantes e significativos de serem abordados, seja revisitando gravações da olimpíada ou proporcionando debates em sala de aula. O importante é aproveitar esse momento histórico para trazer a realidade para a sala de aula, quadra ou campo e aproveitar o protagonismo dos alunos para embasar ainda mais temáticas tão relevantes.

 


Juliana Landolfi Maia - doutoranda em Educação Física pela UNICAMP-SP e faz parte do time de formação de professores do Sistema Positivo de Ensino.

 


Projeto nas redes sociais ajuda a combater violência contra mulheres

Paralelamente ao Agosto Lilás, projetos como USAM (Um Socorro à Meia Noite) se comprometem em dar voz e vez às mulheres vítimas de violência.

 

Agosto é o mês de conscientização e combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil. Pensando em dar mais luz ao tema, diversas cidades do país aderiram à campanha nacional Agosto Lilás. O movimento foi criado em alusão ao aniversário da Lei Maria da Penha, aprovada no dia 7 de Agosto de 2006, que inclusive, neste ano completa 15 anos. Mas este está longe de ser o único projeto pensado em dar apoio às mulheres vítimas de violência doméstica.

 

Conforme dados divulgados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2018, uma mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas no Brasil. E nove a cada 10 mulheres morrem pelas mãos do companheiro ou ex-companheiro.

 

Com o objetivo de conhecer e entender melhor a vivência das vítimas, o USAM realizou uma pesquisa com as sobreviventes de violência. A pesquisa serviu também para verificar qual é a condição psicológica de cada uma dessas mulheres. De acordo com essa pesquisa, das 289 mulheres que acompanham a plataforma, 55% apresentaram problemas psicológicos após terem vivenciado uma situação de violência.

 

Para Renata Juno, assistente social apoiadora do projeto, a violência é a expressão de uma sociedade doente e decaída. “A nobreza do nosso atendimento é ser um socorro para mulheres que são vítimas de violência. Queremos conhecer as histórias, as vontades, além de construir juntas possibilidades de superação desse momento difícil”, explica.

 

Com os dados em mãos é possível ver que existe a necessidade de um acolhimento pós-violência. Por isso, a plataforma que já vinha orientando mulheres através de postagens nas redes sociais, decidiu se posicionar como uma plataforma que acolhe, principalmente, mulheres que sofreram algum tipo de violência e que apresentam sequelas e traumas decorrentes dessas experiências vividas.

Um Socorro à Meia Noite é uma plataforma de conteúdo que utiliza as redes sociais e principalmente o Instagram para informar, acolher e empoderar mulheres sobreviventes de qualquer tipo de violência. Também orienta mulheres de todo o Brasil com publicações de conteúdos didáticos e acessíveis, com representações imagéticas atrativas. Esses conteúdos são pautados em temas informativos sobre os diversos tipos de violência contra as mulheres e como superá-la, sobre seus direitos, saúde mental, bem-estar e empoderamento feminino.

 

Paralelo ao Agosto Lilás, projetos como USAM (Um Socorro à Meia Noite) se comprometem em dar voz e vez às vítimas. Criado em 2012, pela designer e psicóloga social Giselle Prado, o USAM serve hoje, principalmente como um canal de conteúdo relevante sobre os assuntos ligados à violência contra as mulheres, seus direitos, bem-estar e saúde mental no cenário pós-violência.

 

Para ampliar a informação sobre violência doméstica e intensificar a campanha de Agosto Lilás, a plataforma criou uma websérie - “Especial Agosto Lilás” - onde a criadora compartilha informações, dados e curiosidades a respeito do tema. Serão 4 episódios que irão acontecer no mês de Agosto, no Instagram.

 

“Antes de se recuperar, a mulher precisa identificar e reconhecer que está sendo vítima de violência para pedir ajuda”, afirma Giselle Prado, criadora do USAM, que também é uma das inúmeras mulheres sobreviventes de violência no Brasil.



 

Instagram: https://www.instagram.com/umsocorroameianoite/?hl=pt-br

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Podcast: https://anchor.fm/ficabem

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Aquecimento global e o desafio diante da desigualdade institucionalizada


A organização político-social dos países sempre teve como cerne o elo entre a pessoa humana, a sociedade, a natureza e os fatores ambientais, refletindo-se, portanto, no Direito. Sendo certo que a consciência, dentro da cultura ocidental, veio a ocorrer, apenas, com certa força, partir dos anos 60, quanto a importância da natureza e sua conexão de interesse com a pessoa humana. Assim sendo, dada a importância, o meio ambiente - e o direito sobre ele - ganhou espaço constitucional, sendo declarado como um direito fundamental. Apesar da constitucionalização do direito ambiental, a consciência e a ações humanas, em face do meio ambiente, não correspondem a sua importância.

A mudança de postura institucional e a mudança no padrão de comportamento das pessoas andam a passos curtos à mitigação dos danos já perpetrados, bem como, para a precaução e prevenção de eventuais danos ao meio ambiente. E, há um profundo desinteresse ao conhecimento das consequências dessas ações nocivas ao meio ambiente a curto, a médio e, principalmente, a longo prazo.

Estamos experimentando no Brasil - apesar dos alertas frequentes e das tentativas de normatização nacional e internacional para garantir o meio ambiente, em especial, o acordo de Paris assinado em 2015 - o retrocesso diante das práticas, apesar da política nacional de mudança climática brasileira, as quais vem contribuindo sobremaneira com os resultados desastrosos do avanço ao aquecimento global.

A ONU se pronunciou a poucos dias, sobre o impacto do aquecimento global à humanidade, decorrente da emissão de gases do efeito estufa que, pela emissão contínua, podem romper o limite de temperatura em pouco tempo. Este foi o relatório emitido pela ONU, por meio do Painel Intergovenamental sobre Mudanças Climáticas ou Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC), órgão criado em 1988 para fornecer aos governos informações cientificas sobre a utilização das políticas sobre aquecimento global, sendo que o seu primeiro relatório foi publicado em 1992, o qual já apresentou avaliação abrangente sobre o clima e suas respectivas mudanças. O processo para o efeito estufa se dá pela queima de combustível fóssil - petróleo e carvão - para geração de energia em larga escala, cujo processo libera a emissão de gás carbônico (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4).

A consequência da emissão desses gases na natureza gera efeitos expressivos ao clima, os quais estão sendo experimentadas por todos nós, nos últimos anos. Há, por parte das instituições governamentais, uma tentativa de equilibrar dimensões incompatíveis e, diante de uma escolha por esses entes, o meio ambiente tem que ser prioridade, pois, ele garante a nossa sobrevivência na Terra. Não resta dúvida que as mudanças no clima são ações antrópicas - ações exercidas pela pessoa humana, que provocam impacto ao meio ambiente -, pois o espaço geográfico reflete a vínculo existente entre a sociedade e a natureza.

A preservação do meio ambiente pede com urgência a revisão e a ressignificação da nossa existência e o compromisso com esta, pois, é uma ação e um compromisso de todos para a eliminação e redução da emissão gazes de efeito estufa, do desmatamento, da poluição e para com a preservação dos recursos hídricos.

Diante dos fatos, é inegável como nós nos encarregamos de levar o planeta ao colapso e, como denunciado por muitos pesquisadores, criamos por nossas ações o maior risco à vida humana que é o aquecimento global (Fredes. 2016). Pode se afirmar, portanto, que a defesa do meio ambiente, hoje, corresponde ao direito de sobreviver. E sobrevivendo já estão os pobres, que são os mais afetados, como sempre, pelo caos.

A Doutora em Serviço Social e Professora da UEPG, Selma Maria Schons, durante o Seminário Internacional que tratou das experiencias da agenda 21 e os desafios do nosso tempo, lá 2009, já contribuiu falando sobre o aquecimento global e a condição da pobreza, apontando a contradição do sistema que consome mais do que planeta consegue repor. Asseverando que há um consumo desigual que está pondo em risco toda vida humana. Advertiu, ainda, sobre a desigualdade institucionalizada que faz com que aqueles com maior poder econômico e político não tenham percepção do limite e consciência da sua interdependência ecológica e, há por esses, uma apropriação de bens, obrigando outros a sobreviver com o mínimo, sendo que esses, que já vivem com o mínimo - os pobres - são os que menos contribuem com o descaso com o meio ambiente, porém, são os mais afetados, pois, não possuem os recursos necessários para se adaptar ou se proteger dos impactos que a mudança climática provoca. Não são poucas as notícias veiculadas pela mídia em geral, a respeito de pessoas morrendo de frio durante o inverno brasileiro, principalmente, as pessoas em condição de rua nos grandes centros urbanos. A incoerência se verifica, pois, os grandes centros, com mais recursos, apresentam-se escassos perante os pobres.

O aquecimento global afeta, também, a segurança alimentar porque o clima afeta o plantio e a colheita, comprometendo a qualidade e quantidade alimentar e nutricional, que já é escassa e comprometida para a população mais pobre. E, também, compromete a soberania alimentar que, segundo o Fórum Mundial sobre o tema, ocorrido em Havana em 2001, é a via para se erradicar a fome e a desnutrição e garantir a segurança alimentar duradoura e sustentável para todos os povos, pois, trata-se do fomento à políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação para toda a população.

Portanto, o aquecimento global reflete a desigualdade institucionalizada, pois, atinge diretamente aqueles que possuem os menores recursos à sobrevivência. Por essa razão, nas palavras de Schons é "preciso apostar na mudança de paradigmas, rever nossas ações, atitudes, motivações e valores. Trata-se de uma construção coletiva para desenhar uma nova política com princípios éticos mais favoráveis à vida. Somos assim colocados diante de escolhas: continuar no vício do consumismo sem limites como ‘saqueadores e predadores’, com nossos individualismos ou, coletivamente, tomar consciência, criar resistências, fortalecer as vozes que denunciam os saques e buscam desenvolver os valores da troca e da solidariedade entre os povos, principalmente em vista das gerações futuras".

Que as nossas ações sejam, portanto, praticadas em defesa da vida e se façam de modo a garantir o meio ambiente sadio para todos, independentemente de sua condição social.

 


Benedita de Fátima Delbono - pós-doutora em Comunicação, doutora em Direito e professora de Direitos Humanos da Universidade Presbiteriana Campinas

 

Os melhores setores para inovar no pós-pandemia

O avanço da vacinação está trazendo perspectivas muito positivas para a retomada do comércio internacional. Após enormes impactos econômicos sentidos por todos os países durante a pandemia, alguns setores já começam a recuperar o fôlego. A volta à normalidade pode ainda estar distante, mas devemos estar atentos às oportunidades de inovar em diversos segmentos.

Muitos economistas já abordam a relação de causa e consequência entre a vacinação e a melhora do desempenho econômico. Inclusive, com tradução implícita na Bolsa de Valores, que obteve uma valorização de 8% entre maio e junho. Após mais de 1,3 milhão de brasileiros terem desistido de procurar emprego durante a crise, segundo o IBGE, o empreendedorismo se tornou a salvação e o novo foco de muitos.

Dentre os setores mais prósperos nesse momento, o agro é definitivamente um dos que mais se destaca. Responsável por mais de um quarto do PIB nacional, o setor cresceu 24,3% em 2020, uma expansão recorde segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mesmo diante de tantas dificuldades, o agronegócio continuou produzindo, colhendo e principalmente inovando. A transformação digital chegou com força e o uso de mais sofisticadas tecnologias, como os drones para mapeamento de lavouras, estão se tornando cada vez mais comuns. Todas as áreas ligadas ao agro e à alimentação saudável – também intensificada durante o isolamento social – são excelentes pedidas para inovar agora e nos próximos anos.

Os setores automotivo e aeroespacial também devem ficar no radar, principalmente devido ao forte investimento no grafeno. O material promete revolucionar o setor de aço, com propriedade ultraleve e mais resistente. Fique de olho nesses avanços, pois podem abrir boas oportunidades, além do turismo espacial, que parece já ter caído no gosto dos bilionários.

Ainda seguindo o rumo da inovação, as energias sustentáveis também vêm ganhando espaço e destaque dentre os investimentos mundiais – graças ao aumento da preocupação em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Nos últimos dez anos, um relatório divulgado pelo Centro de Finanças Climáticas da Imperial College Business School, mostrou que a energia renovável gerou retornos totais significativamente maiores. Foram 422,7% contra 59% para os combustíveis fósseis.

Somente no Brasil, cerca de 83% da nossa eletricidade é gerada por essa fonte. Contudo, em menos de 20 anos, a energia eólica aumentou sua participação na matriz energética de algo praticamente insignificante (0,05%), para 10%, com picos de até 15%, dependendo da estação do ano. Portanto, mantenha seu radar alerta para este setor, pois a tendência é que cresça ainda mais em diversos países. Afinal, o mundo parece ter percebido que a sobrevivência da espécie humana depende da preservação do meio ambiente.

Os investimentos em educação também podem ser positivos, mas é preciso tomar cuidado. Desde o início da pandemia, muitos modelos foram desenvolvidos e criados para se adaptar ao novo cenário, mas sem muito sucesso. Sistemas de ensino híbridos e cursos intensivos foram alguns dos mais utilizados, mas sem o retorno desejado. Sabemos que o setor irá se transformar, mas a incógnita ainda prevalece.

Estamos vivendo um momento difícil para a economia mundial, mas o grande diferencial dos inovadores é justamente ver oportunidades onde todos só enxergam dificuldades. Aqueles que souberem transformar riscos em lucros, certamente serão os beneficiados no médio e longo prazo.  

 


Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, físico nuclear e fundador da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO 56002, de gestão da inovação.

www.gestaopalas.com.br 


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