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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Estudo detalha papel de proteína que pode ter participação-chave no desenvolvimento da esquizofrenia

A mielina protege os axônios e aumenta a velocidade
 de condução dos impulsos nervosos
Freepik
Experimento com roedores feito na Unicamp destacou o envolvimento da molécula hnRNP A1 na manutenção da integridade da bainha de mielina – camada de gordura que protege neurônios e facilita a comunicação entre eles. Achados abrem caminho para potenciais terapias

 

Pesquisa publicada no Journal of Neurochemistry detalhou o papel de uma proteína, a hnRNP A1, na formação e estabilidade da mielina, sugerindo importante impacto em doenças neurodegenerativas e transtornos mentais, como esclerose múltipla e esquizofrenia. Os achados abrem caminho para novas pesquisas e potenciais tratamentos.

A mielina é uma substância gordurosa, produzida pelos oligodendrócitos (células do sistema nervoso central), que forma uma bainha, como uma espécie de “isolante”. Ela “protege” os prolongamentos dos neurônios (axônios) e aumenta a velocidade de condução dos impulsos nervosos que transmitem informações entre as células neurais. Na literatura científica, já ficou demonstrado que pacientes com esclerose múltipla e esquizofrenia perdem mielina (a chamada desmielinização), deixando parte dos axônios “desencapada” e provocando danos nas funções cerebrais.

Este estudo, feito em roedores, investigou alterações em proteínas essenciais para a produção da mielina (mielinização). E os resultados destacam o envolvimento de hnRNP A1 na manutenção da integridade dessa bainha protetora.

A hnRNP A1 regula o processamento do RNA mensageiro, ou seja, ajusta como a molécula é cortada e montada (splicing), determinando quais proteínas serão produzidas e em quais quantidades. Estudada há anos por esse grupo de cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a hnRNP A1 já havia aparecido com destaque em pesquisas anteriores feitas com tecido cerebral de pessoas com esquizofrenia e com células cultivadas em laboratórios.

“Quando estava no mestrado, trabalhei com linhagens de células predecessoras de oligodendrócitos e suas respostas a antipsicóticos. Essa proteína, a hnRNP A1, sempre aparecia. Resolvemos tentar entender o papel dela nos oligodendrócitos. Mas, para isso, foi necessário usar um modelo animal para induzir a mielinização e compreender o processo”, explica Caroline Brandão Teles, primeira autora do artigo e bolsista de doutorado da FAPESP no Instituto de Biologia da Unicamp.

Para a pesquisadora Fernanda Crunfli, também do IB-Unicamp e autora correspondente do trabalho, a mielina tem sido um alvo importante de estudo para doenças neuropsiquiátricas.

“Conseguimos analisar o processo de desmielinização nos animais e depois restabelecer a bainha de mielina. Isso permitiu uma janela interessante de estudo. Fizemos testes comportamentais para avaliar locomoção, memória de curta e de longa duração e interação social. Quando a mielina é restaurada, todas essas funções voltam ao cérebro”, conta Crunfli, que foi bolsista FAPESP no pós-doutorado.

Teles destaca que esse foi um dos resultados que chamaram a atenção do grupo – o fato de as alterações terem sido detectadas no nível molecular, sem afetar, no entanto, o comportamento dos animais.

“Com essa alteração molecular e não comportamental, o trabalho tem um potencial interessante de apontar uma proteína importante no estabelecimento da esquizofrenia. Esse mesmo modelo animal é analisado em pesquisas para esclerose múltipla, por exemplo, e quando há estudo comportamental notam-se mudanças. No caso da esquizofrenia, o fato de o comportamento não ser alterado aponta, na minha avaliação, que essa proteína é essencial no desenvolvimento da doença, podendo ter influência em sua gênese”, analisa à Agência FAPESP o professor Daniel Martins-de-Souza, do IB-Unicamp, orientador de Teles e responsável pelo Laboratório de Neuroproteômica.

A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações, delírios e piora da cognição, entre outros. A causa exata ainda é desconhecida, mas pesquisas recentes sugerem uma combinação de fatores hereditários, com alterações moleculares e funcionais no cérebro. O tratamento é realizado com medicamentos antipsicóticos e psicoterapia.

Estima-se que no Brasil cerca de 1,6 milhão de pessoas tenham esquizofrenia. No mundo, a prevalência é de aproximadamente 1% da população mundial.

Há anos, o grupo de pesquisa de Martins-de-Souza vem trabalhando para entender o papel dos oligodendrócitos na esquizofrenia, tendo conseguido mapear uma série de proteínas cerebrais que ajudam a desvendar as bases moleculares do transtorno (leia mais em: agencia.fapesp.br/36195).


Para entender a pesquisa

O grupo adotou um modelo de roedor (murino) que vem sendo estudado também em casos de esclerose múltipla, doença caracterizada por desmielinização severa.

A partir da oitava semana do experimento foi induzida a desmielinização, que perdurou outras cinco semanas. Em seguida o processo foi interrompido e houve o restabelecimento da bainha de mielina. Nesse período, os pesquisadores analisaram a atividade da hnRNP A1. “Vimos que as proteínas ligadas à mielina nesses animais estavam todas diminuídas. Perturbando a atividade dessa proteína [hnRNP A1], acabamos atrapalhando a mielinização”, afirma Teles.

Para os cientistas, explorar os impactos das alterações da proteína na transmissão sináptica e nos processos cognitivos pode revelar novos alvos terapêuticos.

Além das bolsas, a pesquisa também recebeu apoio da FAPESP por meio de outros seis projetos (17/25588-119/05155-918/01410-123/08885-318/01669-5 e 23/11514-7).

O artigo Impacts of hnRNP A1 Splicing Inhibition on the Brain Remyelination Proteome pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jnc.16304.

 


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-detalha-papel-de-proteina-que-pode-ter-participacao-chave-no-desenvolvimento-da-esquizofrenia/54345

 

Caneta emagrecedora: como manter a saúde após o tratamento

Dr. Carlos Alberto Reyes Medina, Diretor Médico da Carnot Laboratórios, esclarece dúvidas sobre o tema

 

Com o aumento da busca por soluções para perda de peso, o uso da chamada "caneta emagrecedora" tornou-se uma opção popular. De acordo com a Associação de Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), no Brasil, o medicamento foi o remédio mais vendido em 2021. No entanto, especialistas alertam que, após o término do tratamento, é essencial manter um acompanhamento médico e nutricional adequado para evitar a recuperação do peso e preservar a saúde geral do organismo.

De acordo com o Dr. Carlos Alberto Reyes Medina, Diretor Médico da Carnot Laboratórios, a suplementação pode desempenhar um papel importante nesse processo, especialmente no que diz respeito ao ferro. "A redução na ingestão alimentar e possíveis mudanças na absorção de nutrientes durante o uso da caneta podem levar a deficiências nutricionais, como a de ferro. Isso pode resultar em sintomas como fadiga e fraqueza, comprometendo a qualidade de vida. Portanto, é fundamental avaliar a necessidade de suplementação para garantir o equilíbrio nutricional", explica o especialista.

Além da possível deficiência de ferro, outros aspectos devem ser considerados para manter os resultados alcançados com o tratamento. A adoção de uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e o acompanhamento de profissionais de saúde são passos essenciais para evitar o chamado "efeito rebote" e garantir uma perda de peso sustentável e saudável.

"A perda de peso não deve ser encarada apenas como um objetivo estético, mas sim como um compromisso com a saúde. A educação nutricional e o acompanhamento médico são fundamentais para que os pacientes mantenham os benefícios conquistados e evitem complicações no futuro", finaliza Dr. Carlos Alberto Reyes Medina.

 

Carnot® Laboratórios

 

BOLETIM DAS RODOVIAS

 Início de tarde com tráfego lento no sentido capital nas Rodovias concedidas


- A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo no início da tarde desta quarta-feira (02).

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

A Rodovia Anhanguera (SP-330) registra pontos de lentidão no sentido capital do km 12 ao km 11+360, pista expressa e marginal, sentido interior, o tráfego é normal. Na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), o tráfego é normal, sentido interior e lento, sentido capital, do km 17 ao km 13+360.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

A Rodovia Raposo Tavares (SP-270) apresenta tráfego normal em ambos os sentidos, Na Rodovia Castello Branco (SP-280), o tráfego é lento, sentido capital e do km 17 ao km 13+290, pista expressa e marginal, no sentido interior, o tráfego é normal. 

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

Há lentidão do km 20 ao km 18 no sentido capital, no sentido interior o tráfego é normal, sem congestionamento.

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.


Dia Mundial de Conscientização do Autismo: confira ações do Governo de SP para a população com TEA

Carteira de identificação do autismo chega a 100 mil emissões; aderência da população às políticas públicas são destaque

 

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD) reforça as principais ações conjuntas entre órgãos do Governo do Estado de São Paulo. As medidas visam a identificação, orientação e cuidados de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Em 2023, no primeiro trimestre de sua gestão, o governador Tarcísio de Freitas assinou o Decreto 67634, instituindo o Plano Estadual Integrado para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (PEIPTEA). O projeto define ações das Secretarias de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência; da Saúde (SES); da Educação (Seduc-SP) e de Desenvolvimento Social (SEDS) para efetivar políticas públicas e implementar cuidados para cerca de 460 mil pessoas com TEA que vivem em São Paulo, segundo projeção da Organização Mundial de Saúde.

 

Outra iniciativa sancionada pelo governador foi a promulgação da lei estadual 17.897/2024, que institui o cordão de girassol como símbolo para facilitar o reconhecimento de pessoas com deficiências não visíveis.

 

“Acredito que o grande destaque das políticas públicas é a aderência da população”, afirma o secretário Marcos da Costa. “Estamos em diálogo constante com outras pastas e, principalmente, com entidades da sociedade civil com o objetivo de promover ações efetivas na vida das pessoas. Nestes dois anos, uma população que era invisibilizada passa a fazer questão de se identificar e acessar seus direitos, o que é motivo de orgulho para nós”.

 

Confira abaixo as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo de SP para pessoas com TEA por meio da SEDPcD:

 

CipTEA: Com objetivo de facilitar o acesso a serviços públicos e privados para pessoas com TEA com atendimento adequado. O documento pode ser solicitado on-line, no portal ciptea.sp.gov.br desenvolvido pela Prodesp ou nos postos do Poupatempo, sendo 27 que possuem salas sensoriais para melhor atendimento. Em dois anos, 100 mil CipTEAs foram emitidas pelo Governo de São Paulo.

 

Identificação Veicular: Para melhorar a segurança e o conforto deste público, a SEDPcD, o Detran-SP e a Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD) criaram a Identificação Veicular. O selo, que inclui um QR Code atrelado à CipTEA para verificar sua autenticidade, alerta os motoristas sobre a presença de uma pessoa com autismo no veículo, incentivando uma condução mais cuidadosa e evitando o uso excessivo da buzina. Mais de 65% das pessoas que emitiram a CipTEA já identificaram seus veículos. A solicitação também pode ser realizada no portal desenvolvido pela Prodesp: ciptea.sp.gov.br.

 

Guia TEA para escolas: Lançada durante a 1ª Jornada TEA, a cartilha fornece orientações para promover a inclusão de estudantes autistas nas escolas. O material foi distribuído para todas as unidades da rede estadual, beneficiando cerca de 20 mil estudantes com autismo, sobre temas como a inclusão nas escolas, a abordagem não-capacitista e mitos e verdades sobre o transtorno. Clique aqui para acessar o guia. 

 

Guia TEA para universidades: Para disseminar práticas inclusivas para pessoas autistas em ambientes acadêmicos, o material produzido pela Unesp foi enviado a mais de 400 instituições de ensino superior público e privado do Estado. A cartilha apresenta estratégias de como adaptar a pessoa com TEA neste ambiente, a importância da inclusão em ambientes de ensino, orientações sobre comunicação acessível, entre outros assuntos. Acesse o guia para mais informações.

 

Pesquisa de Percepção sobre o TEA: Para compreender o conhecimento da população paulista sobre o autismo, a Fundação Seade realizou uma pesquisa em que mostra que a maioria dos paulistas reconhece os desafios enfrentados pelas pessoas com TEA, embora 72% ainda se considerem pouco informados sobre o tema. Clique aqui para acessar a pesquisa completa.

 

Parceria FAPESP: A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), anunciou a instalação de centros de ciências para o desenvolvimento, com pesquisas ligados ao Transtorno do Espectro Autista. As inscrições vão até 22 de abril



Centro TEA: A unidade em desenvolvimento pela SEDPcD irá proporcionar um apoio integral às pessoas com autismo e suas famílias, dispondo atendimento psicossocial e médico, programas de inclusão social e esportiva, e terapias com animais. A implementação é resultado da parceria com as Secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social para promoção de qualificações e de pesquisas que beneficiem pessoas com autismo, familiares, entidades e profissionais que atuam no setor.



Dia Internacional do Livro Infantil: 10 obras indispensáveis que toda criança deveria ler

Infância é apontada por especialistas como fase crucial para a formação de leitores
 

No dia 2 de abril, o mundo celebra o Dia Internacional do Livro Infantil, uma data criada pelo Conselho Internacional de Literatura para Jovens (IBBY) em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de clássicos como O Patinho Feio e A Pequena Sereia. O objetivo da celebração é estimular o amor pelos livros desde os primeiros anos de vida, promovendo o hábito da leitura como ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil. 

A importância da leitura para crianças vai muito além do processo de alfabetização. Estudos mostram que esse hábito contribui para o desenvolvimento da criatividade, do pensamento crítico e da empatia, além de melhorar o vocabulário e a concentração. 

No Brasil, porém, os desafios são grandes quando o assunto é leitura. Dados do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) revelam que quase 40% das nossas crianças do 4º ano do Ensino Fundamental não dominam habilidades básicas de leitura. E a falta de incentivo à leitura acaba impactando no futuro: levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), apontou que 50% dos alunos brasileiros de 15 anos apresentam baixo desempenho em leitura. 

Diante desse cenário, incentivar a leitura desde cedo torna-se ainda mais essencial. Segundo a bibliotecária do Brazilian International School-BIS, Aline Souza Silva Santos, os pais devem transformar a leitura em um momento especial, criando um ambiente prazeroso. "Ler para a criança desde cedo faz toda a diferença, em momentos de aconchego e conexão, fortalecendo o vínculo afetivo e despertando o interesse pelos livros", afirma. 

Renata Brito dos Santos, bibliotecária da Escola Bilíngue Aubrick, aponta a escolha de livros adequados para cada idade como outro fator importante. Os interesses das crianças mudam conforme crescem, e a literatura deve acompanhar esse processo. "Ao oferecer livros que dialoguem com a fase de desenvolvimento da criança, o envolvimento com a leitura será mais natural e significativo", explica. 

O incentivo à leitura passa pelo exemplo dentro de casa, segundo Denilson Santos de Matos, bibliotecário da Escola Internacional de Alphaville. "Crianças que veem os pais lendo têm mais chances de adotar o hábito. Criar momentos de leitura em família pode ser um ótimo caminho para despertar esse gosto", destaca.
 

10 LIVROS QUE TODA CRIANÇA DEVERIA LER 

Para celebrar essa data especial, os bibliotecários do Brazilian International School-BIS, da Escola Bilíngue Aubrick e da Escola Internacional de Alphaville reuniram indicações de 10 livros indispensáveis para as crianças, obras que encantam gerações e são fundamentais para estimular a imaginação e o aprendizado.


1. “A volta ao mundo em 80 dias”, de Júlio Verne 

Phileas Fogg, um inglês rico, metódico e um tanto quanto solitário, aposta com seus colegas do clube de jogos que conseguirá dar uma volta ao mundo em apenas 80 dias. Para tal feito, o excêntrico Fogg convida seu fiel empregado Jean Passepartout, e juntos viverão muitas aventuras.


2. “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll 

A garota Alice vê um coelho branco entrar em uma toca. Vai atrás dele e chega ao País das Maravilhas. Ela muda de tamanho muitas vezes e conhece criaturas esquisitas, como a Lagarta, a Duquesa, o Gato de Cheshire, a Lebre de Março, o Chapeleiro Maluco e o Rei e a Rainha de Copas.


3. “Malala, a menina que queria ir para a escola”, de Adriana Carranca 

Neste livro-reportagem, a jornalista Adriana Carranca relata às crianças a história da adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, baleada por membros do Talibã aos catorze anos por defender a educação feminina. A repórter traz suas percepções sobre o vale do Swat, a história da região e a definição dos termos mais importantes para entender a vida desta menina tão corajosa.

4. “Marcelo, Marmelo, Martelo”, de Ruth Rocha 

Os personagens dos três contos do livro são crianças que vivem no espaço urbano. Elas resolvem seus impasses com muita esperteza e vivacidade: Marcelo cria palavras novas; Teresinha e Gabriela acabam se identificando, apesar das diferenças; enquanto Caloca compreende a importância da amizade.


5. “O Menino Maluquinho”, de Ziraldo 

Este menino traquinas pensa fora da caixa, faz muita confusão e tem macaquinhos no sótão, apesar de não saber o que significa ter macaquinhos no sótão. Mas entre partir alguns vasos e perder muitos cadernos, ele é também a alegria da casa, compositor de canções, o melhor namorador da escola e um companheirão. Será mesmo maluquinho, este menino? Ou será que Ziraldo concentrou num só menino aquilo que deve ser a infância?


6. “O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry 

Uma das obras infantojuvenis mais conhecidas, com aproximadamente cento e cinquenta milhões de exemplares vendidos em diversos idiomas. O livro reflete sobre o amor, a amizade e o sentido da vida. O personagem central se interroga sobre o mundo enquanto viaja de planeta em planeta e põe em dúvida as certezas dos adultos.


7. “O Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato 

Todos os personagens do mundo da fantasia resolvem se mudar para o Sítio do Picapau Amarelo, e Dona Benta precisa pensar em um plano para ampliar suas propriedades e acolher a todos. Ela compra as terras vizinhas, e para isso conta com a astúcia de Emília e a engenhosidade do Visconde de Sabugosa. Lá vão morar Peter Pan, Chapeuzinho Vermelho, Dom Quixote, Branca de Neve e outras grandes figuras do faz de conta.


8. “A Arca de Noé” de Vinícius de Moraes 

Best-seller infantil, vencedor do prêmio Jabuti. A obra é formada por 32 poemas, a maioria sobre bichos, e inclui os que constam dos discos Arca de Noé 1 e 2. Alguns foram musicados pelo próprio Vinicius de Moraes e se tornaram clássicos da MPB para crianças, como o poema daquela casa "muito engraçada" que "não tinha teto/ não tinha nada". Todos são poemas feitos para ler, aprender de cor ou cantar.


9. “Ou Isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles 

A autora convida as crianças a se aproximarem da poesia, brinca com as palavras, explora a sonoridade, o ritmo, as rimas e a musicalidade. O tema mostra que a vida é feita de escolhas e estas muitas vezes são difíceis de resolver; e o cotidiano marcado pela dúvida e pela dificuldade de decisão é poetizado.


10. “Felpo Silva”, de Eva Funari 

Esta é a história do coelho poeta Felpo Filva e o que aconteceu com ele quando começou a se corresponder com uma fã, a Charlô. O livro traz diversos tipos de texto: autobiografia, carta, manual, bula de remédio, receita de torta, provérbio, fábula, pauta musical, permitindo ao leitor entrar em contato com as várias funções da escrita.


Eficiência Corporativa como a Inteligência Artificial

Transforme processos e potencialize os resultados empresariais


Você já se perguntou como seria ter processos operacionais mais ágeis, capazes de identificar gargalos e fornecer dados precisos para decisões estratégicas? A resposta pode estar na Inteligência Artificial (IA). Muito além de automatizar tarefas, a IA é uma ferramenta poderosa para mapear e otimizar processos, permitindo que as empresas se concentrem em atividades mais criativas e estratégicas, resultando em melhorias significativas de eficiência e produtividade.

Bruno Castro, especialista em Inteligência Artificial, padronização de processos e desenvolvimento humano, explica como essa tecnologia pode revolucionar os processos empresariais ao identificar desperdícios e fornecer relatórios detalhados que permitem ajustes rápidos e eficazes. “A IA não é apenas sobre automação. Ela oferece insights valiosos que permitem uma gestão mais eficiente e assertiva. Ao liberar tempo dos colaboradores para atividades estratégicas, ela potencializa os resultados e permite um crescimento sustentável”, afirma Bruno.


Mas como exatamente a IA faz isso?

A chave está na capacidade da Inteligência Artificial de fornecer feedback imediato e detalhado sobre o desempenho dos processos. Esse recurso permite identificar padrões, corrigir falhas e ajustar operações em tempo real, o que é essencial para um mercado cada vez mais competitivo.

Uma pesquisa recente da Access Partnership, em colaboração com a Amazon Web Services (AWS), revelou que 68% dos colaboradores esperam que a automação de tarefas seja o principal benefício da IA. Mas os ganhos vão muito além da automação. Ao utilizar esta tecnologia para mapear processos, as empresas conseguem identificar gargalos operacionais, eliminar desperdícios e implementar melhorias que proporcionam eficiência e lucratividade.

No entanto, um dos maiores desafios das empresas ao implementar novas tecnologias é a resistência natural dos colaboradores às mudanças. Nesse sentido, Bruno Castro também oferece treinamentos voltados ao desenvolvimento da mentalidade dos funcionários, utilizando técnicas de Programação Neurolinguística (PNL) para facilitar a aceitação de inovações tecnológicas e promover o engajamento com os objetivos estratégicos da empresa. “O ser humano tem uma tendência natural a se manter resistente a mudanças. Trabalhar a mentalidade dos colaboradores é essencial para garantir que eles estejam preparados para abraçar a IA como uma aliada na melhoria de processos. A PNL é uma ferramenta poderosa para engajar a equipe e promover uma cultura de aprendizado contínuo”, destaca o especialista.

Diante de um cenário onde a otimização e a inovação são fundamentais, a B.Castro Consultoria Empresarial, empresa de Bruno Castro, oferece uma abordagem completa, que une processos eficientes, tecnologia avançada e desenvolvimento humano para garantir resultados extraordinários. “A revolução da IA está apenas começando, e o futuro da sua empresa pode ser moldado por decisões estratégicas que você toma hoje”, conclui Bruno.



B.Castro Consultoria Empresarial
Bruno Castro - Processos, Tecnologia e Mentalidade
@bcastro.consultoria
brcas08@gmail.com
bcastroconsultoria.my.canva.site/bcastroconsultoria


De proprietário a posseiro? Impactos da Lei 13.178/2015

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Proprietários de imóveis na faixa de fronteira devem regularizá-los até outubro de 2025, para evitar a Reincorporação desses bens ao patrimônio da União.

 

A fim de proteger a soberania nacional e garantir o controle da ocupação territorial, a Lei 13.178/2015, neste ano de 2025, deve ser objeto central das preocupações de grande parte dos brasileiros. Segundo a advogada especialista em Regularização de Imóveis, Isabelle Ianesko, é imprescindível que os proprietários de terras verifiquem se estão com os seus imóveis devidamente regularizados até 22 de outubro deste ano. Caso contrário, estão sujeitos a perdê-los para a União.

A Lei nº 13.178/2015 estabeleceu o prazo de 10 anos para seja realizado o processo da Ratificação da Matrícula de todos os imóveis situados em Faixa de Fronteira, cuja titulação tenha sido concedida de forma irregular pelos Estados-Membros em terras de domínio da União.

A Faixa de Fronteira, com 150 quilômetros de largura, estende-se ao longo de todo o território brasileiro, abrangendo 11 estados e, segundo a Constituição da República, são bens da União. Só no Estado do Paraná, são 139 municípios abrangidos pela Faixa de Fronteira.

“Caso o proprietário não faça a Ratificação do seu imóvel até a data indicada, poderá perder o seu Imóvel para a União (tornando-se apenas posseiro), além de sofrer restrições de uso econômico do imóvel, como dificuldade para a venda, arrendamentos e acesso a créditos (financiamentos rurais). 

Se isso acontecer, deverá requerer novamente a Regularização dessas terras, enfrentando um longo e custoso processo de Titulação.

É, portanto, crucial procurar por um especialista em Regularização de Imóveis, que poderá realizar um estudo de caso bem fundamentado, além de guiar uma orientação preventiva para garantir a segurança jurídica do imóvel (manutenção da propriedade), enquadrando-o nas condições prescritas pela Lei. Somente assim será possível evitar transtornos futuros e assegurar a posse definitiva do patrimônio. 



Grupo Ianesko
Isabelle Larissa Ianesko - Advogada especialista em Regularização de Imóveis
OAB/PR 85.341, CRECI/PR 51951, Avaliadora Imobiliária 51935
isa.ianesko@hotmail.com


Crédito consignado do trabalhador: quais os impactos?

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabeleceu novas regras para a concessão do crédito consignado, com a proposta de trazer mais segurança para trabalhadores e empregadores. As mudanças visam garantir maior transparência nas operações e evitar práticas abusivas por parte das instituições financeiras – as quais merecem a devida atenção a fim de compreender os principais impactos destas regras ao mercado.

Desde 21 de março de 2025, a promessa é de que os trabalhadores possam solicitar crédito consignado por meio do aplicativo da CTPS digital, proporcionando mais autonomia sobre esse tipo de operação que, anteriormente, dependia de um convenio entre empregador e instituições financeiras. No entanto, a partir de 25 de abril de 2025, também será possível solicitar crédito consignado diretamente com as instituições financeiras, sem necessidade de intermediação exclusiva do app da CTPS digital.

A principal mudança no que tange as reponsabilidades dos Órgãos Reguladores é que o eSocial atuará no repasse das informações sobre a remuneração dos trabalhadores, assegurando a precisão dos dados para a concessão do crédito. O MTE ficará responsável por habilitar as instituições consignatárias e fiscalizar suas operações, enquanto a Dataprev gerenciará os contratos e garantirá a integração dos dados no app da CTPS Digital.

A CAIXA, por sua vez, centralizará os valores consignados e repassará os recursos para as instituições financeiras, e o SERPRO será responsável pela geração das guias de pagamento e pelo envio de informações à CAIXA.

Já as mudanças que ficam sob responsabilidade do trabalhador é que, ao contratar o crédito consignado, ele deve estar ciente de que sua renda mensal poderá ser comprometida em até 35%, além de outros descontos obrigatórios previstos em lei e no contrato de trabalho. Como garantia, poderá utilizar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória em caso de demissão.

Quanto as responsabilidades dos empregadores, o que muda é que as empresas serão notificadas pelo DET sobre os trabalhadores que possuem empréstimos consignados contratados. No portal Emprega Brasil, estarão disponíveis informações detalhadas, como valores e número de parcelas, para que os empregadores sigam com desconto em folha de pagamento. A implementação de treinamentos e programas internos pode ser uma estratégia eficaz para orientar trabalhadores sobre o uso responsável do crédito, e a importância do planejamento financeiro.

A implementação das novas regras será feita de forma gradual, considerando aspectos operacionais e tecnológicos. Além disso, operações realizadas antes da entrada em vigor da regulamentação não poderão ser automaticamente migradas para o novo sistema, mas poderão ser renegociadas diretamente nos canais das instituições financeiras. Nos primeiros 120 dias da nova norma, as instituições financeiras também deverão consultar o Sistema de Informações de Crédito (SCR) para avaliar o histórico financeiro dos trabalhadores antes de conceder novos empréstimos.

Com essas mudanças, o crédito consignado passa a ser regulamentado de forma mais uniforme, proporcionando maior segurança para todos os envolvidos. Os empregadores precisarão se adaptar às novas regras para evitar irregularidades e garantir que seus trabalhadores tenham acesso a um crédito mais transparente e justo.

Diante desse novo cenário, as empresas devem adotar uma conduta orientativa em relação aos seus trabalhadores, auxiliando-os na compreensão dos impactos do crédito consignado em sua renda. O risco de superendividamento é uma preocupação relevante, pois um trabalhador endividado pode ter dificuldades para manter o foco em suas tarefas, comprometendo sua produtividade e bem-estar. Assim, é fundamental incentivar o equilíbrio financeiro e implementar medidas preventivas para que essa modalidade de crédito não se torne um problema a longo prazo para os trabalhadores. 



Caroline Barbizan - coordenadora de Departamento Pessoal na ECOVIS® BSP.

Gisele Matias - Analista de Departamento Pessoal na ECOVIS® BSP.



BSP
https://ecovisbsp.com.br/

 

Brasileiros voltam a apostar em refeições e marmitas fora de casa conforme home office perde força

Consumidores buscam alternativas que se encaixem melhor no orçamento, segundo a Kantar

 

Com o declínio do home office, os brasileiros voltam a buscar opções de alimentação fora de casa. Prova disso é que, entre 2023 e 2024, as refeições apresentaram aumento significativo na contribuição de unidades (+2%) e no crescimento de frequência de consumo (28%) e penetração (+9%). Isso sem contar a marmita, a querida companheira de diversos brasileiros todos os dias, que está ganhando cada vez mais espaço. O consumo "On the Go" – o famoso "para viagem" – está crescendo rápido, passando de 0,5% para 1,3% das refeições entre 2023 e 2024. 

Em relação às refeições fora de casa, os dados do estudo Consumer Insights 2024, produzido pela divisão Worldpanel da Kantar, apontam que as ocasiões de consumo foram impulsionadas por momentos com colegas de trabalho, especialmente nos almoços (+46%) das terças e quintas-feiras. Além disso, as principais escolhas de cardápio foram carne bovina (+66%) e comida brasileira (+47%). 

Outro aspecto importante para o consumidor fora de casa é o aumento no custo. Em 2024, o combo de refeição, bebida não alcoólica e sobremesa ficou, em média, 23% mais caro na comparação com o ano anterior. Para as classes D e E, esse aumento foi ainda mais significativo, chegando a 30%. 

Em termos de valores, em 2023, o gasto médio por refeição ficou em R$ 54,79, subindo para R$ 57,76 no ano seguinte. Com isso, os brasileiros optaram por desembolsar menos com bebidas não alcoólicas, passando de R$ 11,04 para R$ 10,63, e sobremesas, indo de R$ 15,20 para R$ 14,68. 

Em relação às marmitas, por sua vez, as classes A e B são as principais contribuintes, com alta de 112% em ocasiões de consumo semanal entre o quarto trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Aqui, cresceram as escolhas de carne bovina (+22 p.p.), carne de aves (+10 p.p.) e massas seca ou caseira (+5 p.p.). Os principais motivos foram praticidade (46% das ocasiões) e rapidez (66% das refeições são preparadas em até 30 minutos). 

O Consumer Insights, realizado pela divisão Worldpanel da Kantar, acompanha de forma contínua o comportamento de consumo de bens não duráveis, fornecendo uma visão detalhada do mercado brasileiro, com destaque para alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza. Para este estudo, foram consultadas seis regiões metropolitanas: Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). 



Kantar
www.kantar.com/brazil


Com aumento na negação de vistos americanos, especialistas alertam: empresas devem antecipar planejamento de viagens internacionais

Em meio a uma política migratória mais rígida nos Estados Unidos, número de brasileiros com vistos negados cresce, afetando turismo e viagens corporativas.

 

Desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o número de brasileiros com vistos americanos negados aumentou significativamente. Dados recentes da Embaixada dos EUA no Brasil mostram que 15% dos pedidos foram recusados em 2024, o índice mais alto desde 2020, último ano do primeiro mandato de Trump, quando a taxa alcançou 23%.

A medida afeta diretamente o turismo, mas tem gerado ainda mais impacto em viagens de negócios, intercâmbios profissionais, participação em feiras, congressos e eventos corporativos — segmentos nos quais o Brasil tem crescido nos últimos anos.

Em um cenário em que o tempo médio para conseguir uma entrevista consular pode ultrapassar seis meses, especialistas da área de viagens alertam que planejamento prévio se tornou essencial, principalmente para empresas que atuam internacionalmente ou mantêm parcerias com instituições norte-americanas.

Segundo Wilson Silva, diretor de marketing e tecnologia da R3 Viagens, o aumento na rigidez da concessão de vistos exige mais atenção das empresas.

“Hoje, mais do que nunca, viajar aos Estados Unidos exige organização e atenção aos detalhes. O planejamento prévio é o que separa uma viagem produtiva de um grande contratempo. Nosso papel é garantir que toda a logística da viagem esteja em conformidade com as exigências atuais, com foco em segurança e eficiência”, afirma Silva.


Categorias de visto e erros comuns

Um dos principais motivos para a negativa de vistos, mesmo entre profissionais experientes, é a solicitação incorreta da categoria. Casos como o do atleta de e-sports Nicolas Martins, conhecido como YUZ, que teve a renovação de visto negada por utilizar a categoria B1/B2 para competir nos EUA, mostram como detalhes na aplicação podem gerar recusa.

A recomendação é que cada tipo de viagem — turismo, negócios, eventos, estudos — seja acompanhado de um pedido específico de visto, com documentação adequada e detalhamento das atividades previstas no país.


Renovação digital agora tem prazo menor

Outro fator que tem surpreendido os solicitantes é a redução do prazo para a renovação digital de vistos. Anteriormente, era possível renovar até 48 meses após o vencimento sem necessidade de entrevista. Atualmente, esse prazo caiu para 12 meses. Após esse período, o processo passa a ser tratado como uma nova solicitação, exigindo entrevista presencial.

Com isso, é fundamental que viajantes — especialmente os corporativos — acompanhem a data de validade dos vistos e iniciem o processo de renovação com antecedência. O agendamento pode ser feito pelo portal oficial do consulado americano: https://ais.usvisa-info.com/pt-br/niv

Mais informações estão disponíveis também nos canais oficiais da Embaixada dos EUA no Brasil: https://br.usembassy.gov/pt

Alta demanda nos consulados

Os consulados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Porto Alegre estão operando com agendas lotadas. Em muitos casos, não há datas disponíveis para entrevistas nos próximos três a cinco meses. Embora aberturas esporádicas aconteçam, é necessário que solicitantes acompanhem com frequência o sistema online.

Esse cenário tem levado agências de intercâmbio e empresas a anteciparem seus pedidos com até um ano de antecedência, especialmente em casos de viagens programadas para eventos internacionais.

 

R3 Viagens


Profissional a "cara da empresa'': quais os riscos?

A imagem de uma empresa vai além de um mero logotipo ou slogan. Certamente, você conhece algum negócio que ficou famoso e representado por algum CEO, fundador ou profissional, que se tornam “a cara da empresa” – como ocorreu com a Apple, Tesla, e muitos outros. Essa personificação, por mais que seja algo natural e, muitas vezes, inevitável de ocorrer, nem sempre é algo 100% positivo às partes, algo que merece ser olhado com maior atenção a fim de evitar riscos de imagem que prejudiquem as operações.

Existem diversas formas pelas quais uma personificação corporativa pode se dar, seja pela representação da cultura e valores da marca em um determinado profissional (algo mais direcionado da porta para dentro), ou em um aspecto mais mercadológico, onde os clientes reconhecem determinada pessoa como alguém influente nos acordos comerciais, quem resolve os problemas ou com quem aceitam se relacionar na aquisição dos produtos ou serviços ofertados.

Para o empresariado, ter essa personificação pode ser vantajoso até certo ponto, considerando seu poder de influência perante uma maior representatividade no mercado, aumento de vendas e parcerias firmadas. Entretanto, negativamente, acabam ficando à mercê deste talento para diversos quesitos operacionais, com alto risco de sofrerem grandes perdas caso este profissional peça demissão.

A longo prazo, essa é uma preocupação que precisa estar no radar das empresas, tendo condições de poder fazer viradas de chave ao longo de sua jornada através de uma cultura solidificada que não dependa de uma ou poucas pessoas para prosperar. E, não faltam cases internacionais que demonstram essa complexidade.

Analisando o cenário da Tesla, como exemplo, por mais que os carros elétricos estejam tomando conta da Europa, as vendas da empresa americana caíram 45% em janeiro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA). O motivo disso se dá, principalmente, devido a posição política de Elon Musk, a grande personificação da marca, que tem gerado uma série de desentendimentos que não apenas desencadearam protestos, como também fizeram com que as ações da Tesla despencassem mais de 25% no último mês.

Essa situação reflete os perigos que um profissional que tenha a “cara da empresa” pode ocasionar, não só para a própria organização, como para o próprio talento. Afinal, caso queira se desvincular do negócio e seguir um caminho diferente, como eliminará essa associação em uma nova oportunidade e se desprender, sem que haja qualquer reflexo ou influência de sua experiência anterior a outra marca?

Os impactos da personalização podem atingir empresas de todos os portes e segmentos, assim como todos os profissionais em cadeiras diversas. Um desafio enorme a ser superado que não tem uma receita de bolo como resposta para mitigar eventuais empecilhos, sendo algo que precisa ser acompanhado com máximo cuidado a todo o momento por todos os envolvidos, buscando não centralizar essa imagem e responsabilidade em apenas um profissional.

É fundamental que as empresas tenham essa preocupação com a prosperidade corporativa, considerando, obviamente, a satisfação e crescimento de seus times, mas prevalecendo o destaque competitivo da marca, protegendo sua cultura e se blindando contra uma personificação extremamente influente. Assim, as chances de sofrerem um movimento que traga algo brusco para qualquer um dos lados são minimizadas, prezando pelo melhor desempenho empresarial possível e sua boa reputação no segmento. 



Fernando Poziomczyk - sócio da Wide Executive Search, boutique de recrutamento executivo focado em posições de alta e média gestão.



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